sexta-feira, 1 de maio de 2015

PDG, Alvarenga Peixoto, 1455, 4; BH, 0250102012; Publicado: BH, 01º0502015.

Quem segura a minha mão para que
Não manche este imaculado papel?
Quem retém o meu braço para que
Não profane a brancura desta folha virgem
Com meus pensamentos mundanos? meus
Maus pensamentos? obscuros oblíquos
Opacos? quero estar além do horizonte a
Dar nós nas linhas paralelas algo me
Prende a estas amarras destes paredões
Dos desfiladeiros os nós das correntes
De aço inoxidável não são nós górdios
Não os posso cortar com a minha espada
O anzol que lançaram com a isca o qual
Engoli está encrustado em meu coração
Puxam-me no molinete fico meu
Coração vai preso a este anzol que mais
Parece arpão de atingir coração de jubarte
Quem costurou a minha alma ao meu corpo
De tal forma que se confundem com espírito
Ser ente entidade não distingo quem sou
Quando ando na penumbra escondo-me da
Luz que turva meu olhar sem retina? papel
Casa com esta folha virgem copulais discretos
Como alguns cetáceos tenhais filhos amamentais
Mas não lançais o leite do peito no meio ambiente
Dais de mamar no bico do peito não deixais que
Um súbito fantasma arrebate os filhos
Destas mal traçadas linhas

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