segunda-feira, 4 de maio de 2015

PDG, Alvarenga Peixoto, 1455, 5; BH, 0250102012; Publicado: BH, 040502015.

Quero o fogo que habita o centro da Terra
Para aquecer o meu coração frio de treva
Quero a lava vulcânica a correr dos meus
Olhos de geleiras milenares quero o manto
Da crosta para cobrir meu esqueleto
Pulverizado pelas tempestades solares
Desde criança menino na infância aprendi
A chorar assim em falsete um choro que
Não convence nem comove não passa
Arrependimento nem emoção não
Demonstra remorso as pedras choram mais
Do que choro os montes os morros as
Montanhas derretem-se em prantos de
Oceanos de mares de rios a morte me
Ronda namora-me flerta comigo mas não
Quero casar com a morte ainda a toda
Hora a todo dia finjo de morto para
Enganá-la até paro de respirar fico inerte
Horas a fio quando a morte sai para
Passear passa por mim olha-me diz
Assim o que procuro parece com esse
Fingidor aí mas não é esse o que quero
Não espeta-me para despertar-me
Continuo imóvel até a morte se esvaecer
Nas névoas da madrugada depois tento
Permanecer atento em alerta em alarma
Para quando a morte voltar tornar a
Desmaiar fingir-me de morto para
Tornar a enganar até que um dia dê certo

Nenhum comentário:

Postar um comentário