São Paulo me mete medo
Mas não quero morrer sem conhecer
Um dia levarei meu coração
Para auscultar o coração dessa cidade
O coração dela não para o meu
Pode parar um dia São Paulo não
Tem ideia da sede que sinto
Quero bebê-la toda engoli-la com
A minha gula para matar minha
Fome de devorá-la São Paulo também
Faz aniversário com sua eterna garoa
Seus negros seus brancos seus pobres
Seus ricos seus passos de samba seus
Pas de deux seus homens suas mulheres
Enfim seu povo trabalhador nordestino
Que construiu carregou nas costas atlas
Ah São Paulo terra brasileira já bem
Cantada por poetas trovadores
Intelectuais inesquecíveis escritores
São Paulo me mete medo o paulista
Apressado comporta-se como se
Não ligasse para as coisas mas é
Puro folclore o paulistano é humano
Atual moderno do futuro pensa grande
Como a cidade que o acolhe
Apesar de todo medo de estar sempre
Surpreso levo os meus parabéns a São Paulo
Aos seus prédios museus edifícios
Favelas capões subúrbios trens metrôs
Carros ônibus parques jardins rios
Viadutos fábricas escritórios a todo
Universo que compõe esse universo
Que é São Paulo ou São Paulo me mete
Medo mas insisto não desisto
Vejo com ufanismo de brasileiro
Minha São Paulo da garoa meu
São Paulo nosso eterno celeiro
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