Ando pelos cantos rente aos muros
Cosido às paredes ando pelas
Sombras nuas ruas de fundo na
Penumbra cabisbaixo derreado
Ando calado mudo recolhido em
Mim absorto abstrato oblíquo
Um substantivo sem substância
Perdido no vale da sombra da
Morte cheio de azar sem a
Sorte tudo tenho de fraco
Nada tenho de forte ando com
Algo superficial n'alma sem
Profundidade no espírito um ente
Preso na gaiola um ser no fundo
Dum alçapão coração de baú velho
Esquecido no porão mente abandonada
Num sótão de casa mal-assombrada
Ando assim nas trevas no escuro
Da vereda não há luz que
Consiga iluminar as curvas
Do meu caminho antídoto para
Suavizar a ponta do espinho
Piso em cravos de pés descalços
Piso em brasas no asfalto quente perco
As solas dos pés deixo-os em carne viva
Deixo pedaços de minha carne
Em volta à beira das estradas
Adiante seguimos sou no meu
Esqueleto em busca dum esquife
À procura de campa ou sepultura
Deixar de andar assim cadavérico
Retraído tímido ingênuo então
Dar a volta por cima através do universo
Voltar sem assombrar meus despojo
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