Ganhei hoje de presente
Uma linda abotoadeira
Num estojo de veludo
Que me deu o meu amor
É um instrumento próprio
Para abotoar os punhos
Das minhas camisas de cambraia
Apaixonei-me de vez
Pelo abotoador pela abotoadura
Pelo par de botões removíveis
Não são de ouro
Não são de pérolas
Mas são presentes
Do meu amor
Quando for ao encontro dela
Com este conjunto de botões nos punhos
Ficará mais feliz
Usarei em todas as peças
Do meu vestuário
Pois se deixar de usar
Vai me abecar
Pois não vai me ver abotoar
Fechar com os botões
Ao metê-los nas casas
Das minhas vestimentas
Ela não é mole
Corro até o risco
De abotoar o paletó
Morrer de verdade
Se não sair todo dia
Com algum presente que me deu
Não sou doido
Não sou maluco
De sair desprevenido
De sair despreparado
Pois se morrer
Nem a abracadabra
Esta antiga palavra cabalística
Vai me fazer ressuscitar
Aí as abraçadeiras do caixão
Terão que ser reforçadas
Pois peso muito ou abacadabrante
Cabalístico misterioso
Chapas de ferro para o caixão
Como se fossem para segurar
Vigas ou as paredes
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