Não tenho nada para fazer se sou o ser
Mais desocupado do mundo o meu
Companheiro de vida é o tédio bocejo
Rastejo arrasto cavo todo lugar onde
Chego incomodo com o meu modo
Chamo a atenção pela lentidão ou pelo
Estado de inércia do meu coração
Toda a natureza revoluciona tudo está
Sempre ocupada em evolução o
Único que destoa desse quadro é o
Meu embrião que não lateja nem na dor
Não pulsa não vibra não ecoa nem
Reverbera na atmosfera se esconde se
Camufla como se fosse uma metáfora
Metamorfoseada se alguém pensa
Que é uma coisa é outra se alguém
Pensa que é outra é uma coisa tudo
Porque não tenho nada para fazer como
Todo mundo normal no mundo tem é tão
Fácil fazer algo que até me envergonho por
Não saber fazer nada veja que já
Teimaram comigo já choraram por mim
Rezaram aos santos oraram a Deus
Fizeram despachos em encruzilhadas
Queimaram pestanas tiveram pesadelos
Ficaram noites sem dormir por mim
Fizeram vigílias promessas cultos
Empenhos mas sou um engenho que não
Mói mais cana não se tira mais garapa
De mim não efetuo nem somo em
Suma meu soma é uma soma em coma
Que só subtrai não divide nem multiplica
O produto do feto são os meus infinitos ais
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