Tenho a aparência dum bobo
Um verdadeiro aparvalhado
Um senhor apatetado tolo
Um poeta abobado tantan
Todo pensador é assim
Todo filósofo é assim
Abobalhado ou faz-se de bobo
Idem entrei nessa
Vou abobar-me
Um abóbora literal
A fruta da abobreira o jerimum
A pessoa pusilânime
Indecisa irresoluta
Uma abóbora abobadada
Abobadar de planta rasteira
Da família das cucurbitáceas
Agora chega de abobrinha
Quero abocanhar cada pedaço
Morder se estiver cozido
Apoderar de tudo
A usar a minha esperteza
De todo o jerimum
Sem difamar quem fez
Inda mais se estiver acompanhado
De pedaços de carne-seca
Vou abocar tudo
Sem deixar nada para ninguém
Depois aboiar
Aprender à boia do travesseiro
Flutuar em minha cama
Entoar o aboio
Com o gado manso na estrada
Até ferrar no sono
Com este canto monótono triste
Com que os vaqueiros
Guiam as boiadas
Sonhar om uma morena nos meus braços
A ouvir o meu aboio
Eta coisa boa
Eta vida danada
Eta vida de bobo
Bobo da roça
Da fazenda do interior
Bobo violeiro cantador
Que conhece respeita
A natureza como ninguém
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