Uma silhueta duma sombra na penumbra
Acompanha-me agora
Numa noite escura fria
Em que o meu coração
Bate como uma geleira
Feito porta de geladeira
Olho para atrás
Não vejo nada
Só as sombras dos fantasmas da noite
A querer me envolver
Não aguento correr
Minhas pernas já estão fracas
O sangue não consegue chegar
Em todas as partes do meu corpo
Algumas já começaram
A ficar dormentes
Iguais a tecidos necrosados
O peso que carrego é grande
Maior que a minha consciência
Maior que a noite
Maior que o dia
Um peso maior que a vida
Maior que o tempo
Que me faz vergar
Até encostar o queixo no chão
Rastejo na neve
Tal um filhote de urso polar
Cuja mãe acabou de morrer
Abatida por um caçador faminto
Também já preocupado
Com a própria sobrevivência
As dos filhos
Que titiritam de frio
Dentro do iglu
Nenhum comentário:
Postar um comentário