sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Candeia sonhava em ver o nosso povo; BH, 02801002012; Publicado: BH, 031001002014.

Candeia sonhava em ver o nosso povo
Negro cantar samba na universidade;
Candeia, aí onde estiveres, teu sonho
Agora tornou-se realidade, com o
PROUNI, do Presidente Luiz Inácio Lula
Da Silva, e com as Cotas Raciais,
Sancionadas pela Presidenta Dilma
Vana Rousseff; Candeia, agora o negro
Pode cantar samba na Universidade,
Graduar-se numa Ciência e fazer
Pós-graduação e sair de lá Mestre,
Doutor, PhD, togado, diplomado; acabou-se
Aquela desigualdade, só quem não quiser
Mesmo, é que não será graduado; as
Elites, a burguesia, são contra e até
Combatem os projetos tão sociais, justos
E importantes como esses, mas por pura
Maldade, por pura ruindade, por pensar,
Que só filhos burgueses, só os filhos das
Elites têm o direito às melhores
Universidades do país; Candeia, teus
Belos sambas que pediam ao negro para
Não humilhar-se e nem humilhar a
Ninguém, deixar de ser rei só na folia,
Agora, enfim, verão a injustiça chegar
Ao fim; o filho negro poderá ser
Príncipe de verdade; a Maria será
Rainha todos os dias e aí, então,
Jamais o negro retornará ao barracão,
À senzala, à favela, à chibata, ao pelourinho;
Axé, Candeia, candongueiro; axé no terreiro,
Liberdade real para o povo negro brasileiro.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Carta de Satanás a Lobão; Conversa Afiada.


Inferno, corte das trevas

Meu caro amigo Lobão

Lhe escrevo essa missiva

Como muita satisfação

Pois já soube dos seus planos

Que pros próximos quatro anos

Queres mudar de nação.


No inferno, caro amigo

Eu entendo o seu protesto

Venha que estou lhe esperando

Não se preocupe com resto

Que rancho e boia eu garanto

E você vai ver o quanto

Ao PT também, detesto.


Eu não gosto de Petralhas

Pois deu direito a pobreza

De comer todos os dias

De ter fartura na mesa

E igualmente a você

Sou fã de FHC

Esse sim é uma beleza!


Vendeu a Vale de graça

Traiu a sua nação

Deixou o pobre com fome

Cumpriu bem sua missão

Enganou o operário

Deu arrocho de salário

Pra toda a população.


E xingou de vagabundo

A quem era aposentado

Com a ação de FHC

Me senti realizado

Achei seu plano engenhoso

Pois quem maltrata o idoso

Merece ser apoiado.


Esse governo de pobre

É pior do que saúva

FHC era bom

Igual ki-suco de uva

Comprou porque era vivo

Com o cartão corporativo

Um consolo de viúva.


Com esse governo a elite

Perdeu a satisfação

De arrotar sua soberba

Com a mais cara profissão

Luiz Inácio é um bicho

Pois fez catador de lixo

Ter direito a educação.


Tenho nojo desse cara

Que deu a pobre o direito

De andar de carro novo

Comprar casa, ter respeito

Coisas que a Deus agrada

Deus me livre, camarada

Eu morro, mas não aceito.


Esse tal Bolsa Família

Eu odeio esse projeto

Pobre é pra morrer de fome

Viver na rua, sem teto

Quem ajuda essa gentalha

Para mim é um canalha

Ou o ser mais abjeto.


Esse Lula deu direito

Ao pobre sem instrução

Se educar, crescer na vida

E andar de avião

Aeroportos lotados

De pobre e de favelados

Isso sim é um mundo cão.


Um rico não pode mais

Ir ao shopping com a família

Que tem que topar com pobre

Comprando roupa e mobília

Seu partido errou o plano

E a culpa é do povo insano

Que pôs PT em Brasília.


Dilma é uma mulher honesta

E eu detesto honestidade

Aécio sim era o quente

Um político de verdade

Desde pequeno que é torto

Fez até aeroporto

Na sua propriedade.


Que negócio de carinho

Mulher trata é na porrada

Já quebrou até as fuças

De uma linda namorada

E com Dilma no debate

Lutando pra dá empate

Armava ardil e cilada.


Eu que sou sócio da Veja

Sempre procuro ajudar

O Mensalão dos Tucanos

Não deixei ninguém julgar

Nisso garanto a você

Ponho a culpa no PT

Antes de investigar.


Se por acaso os tucanos

Fizer um propinoduto

Eu apoio, pois eu acho

Que o poder absoluto

Só o rico é quem merece

Toda vez que um pobre cresce

O inferno fica de luto.


Meu nobre amigo Lobão

Sei que está no ostracismo

Pois esse povo canalha

Quer lhe jogar no abismo

Não curtem suas canções

Não solfeja seus refrões

Isso sim é um comunismo!!!


Venha aqui para o inferno

Que eu garanto a você

Que todo ano produzo

Uma bonita turnê

Nossa turma é da pesada

E até diaba recatada

Também curte um fuzuê.


Nessa Vida louca vida

Verá o quanto aqui ferve

E se eu não vou nessa porra

Quero que você me leve

No helicóptero dos Perrela

Cheire pó numa tigela

Mostre o quanto e vida é breve.


Eu detesto socialistas

Pois sou um velho reaça

Criança morrendo a míngua

Eu aprecio, acho graça

Polícia batendo em pobre

É a atitude mais nobre

Que eu vejo numa praça.


FHC é meu ídolo

Lógico, depois de você.

Pobre só comia calango

Quando o nosso FHC

Governava esse Brasil

Mas rico entra no funil

Com esse tal de PT.


Odeio esse tal de Lula

Frei Boff, e esse tal Frei Beto

Que mostra a força do povo

Deixando a povo inquieto

Se o filho de pobre estuda

No Brasil a coisa muda

E não terá analfabeto.


Se coisa seguir assim

Escravos e serviçais

Será coisa do passado

E o rico não goza mais

Até Aécio sem ama

Terá que fazer a cama

Entre suspiros e ais.


Aliás do nome Aécio

Eu sei o significado

É uma Ave de Rapina

Li no grego estou lembrado

Tenho anel e formatura

O nosso inferno é cultura

Tá pensando o que, barbado?


Não diga que desistiu

Não fique me embromando

Pois um diabo me informou

Que você tava chegando

Vindo acompanhado ou só

Vais dormir com minha avó

Ela já tá lhe esperando.


Minha vó é uma gata

De 10 mil anos de idade

E me disse que você

É um reaça de verdade

Só digo o que é exato

Quando ela viu seu retrato

Relembrou da mocidade.


Já comprou uma camisola

Transparente nesse ano

Você vai dormir na frente

E ela vai cuTUCANO

Na sua cauda de lobo

Você como não é bobo

Verá que foi um bom plano.


No aeroporto de Claudio

Mando amanhã lhe buscar

Num confortável urubu

Meu astro vai decolar

Anote no seu caderno

Hora do voou pra o inferno

E a hora de chegar.


Eu agora me despeço

Mas deixo Aqui um abraço

Ao Roger do Ultrage

Que nunca mostrou cansaço

Pra falar mal do PT

É igualzinho a você

Tem a alma de ricaço.


Gentilli é gente da gente

Reacionário demais

Muito preconceituoso

Não deixa o Nordeste em paz

Mora no meu coração

Golpe é revolução

Na boca desse rapaz.


E a galera da Veja

É toda avessa a verdade

Jornalismo criminoso

É sua especialidade

Para acusar um sem prova

Sempre sai edição nova

Recheada de maldade.


Tem o Arnaldo Jabor,

William Bonner em ação

Lá na Venus Prateada

Tem também Míriam Leitão

Pra derrubar o Brasil

Cada um é mais sutil

Com garra e disposição.


Quando morrerem o inferno

Estará escancarado

Pra essa gente bacana

Que transmite o meu recado

Vamos vender o Brasil

Petrobrax, que sutil

Fico até arrepiado.


Lembrança a FHC,

Pense num velho profundo!

No tempo de seu governo

Vivia cheirando o fundo

No FMI falado

Deixou até penhorado

O Brasil no terceiro mundo.


Mas o PT tranformou

O Brasil numa potência

Pagou a tal Dívida Externa

Isso sim é incompetência

Do Fundo não são fregueses

Mas FHC três vezes

Quebrou o Brasil, que ciência!


O inferno te espera

Meu coleguinha Lobão

Judas lhe quer num amplexo

Caim lhe chama de irmão

Hitler manda um abraço amigo

E da mãe do Calor de Figo

Um beijo no coração.


FIM

terça-feira, 21 de outubro de 2014

A FORÇA SIMBÓLICA NO ATO COM DILMA E LULA NA PUC DE SÃO PAULO:

Desde a campanha de 89 que não se via um ato político com tamanha carga de emoção em São Paulo. Os paulistas que votam no PT (e também aqueles que, apesar de não gostarem tanto do PT, resolveram reagir à onda de ódio e conservadorismo que tomou conta das ruas) foram nesta segunda-feira/20 de outubro para o TUCA – histórico teatro da PUC-SP, no bairro de Perdizes.

O TUCA tem um caráter simbólico. E o PT, há tempos, se descuidara das batalhas simbólicas. O TUCA foi palco de manifestações contra a ditadura, foi palco de atos em defesa dos Direitos Humanos. Portanto, se há um lugar onde os paulistas podem se reunir pra dizer “Basta” à onda conservadora, este lugar é o teatro da PUC.


O PT previa um ato pra 500 ou 800 pessoas, em que Dilma receberia apoio de intelectuais e artistas. Aconteceu algo incrível: apareceu tanta gente, que o auditório ficou lotado e se improvisou um comício do lado de fora – que fechou a rua Monte Alegre.


Em frente ao belo prédio, com suas arcadas históricas, misturavam-se duas ou três gerações: antigos militantes com bandeiras vermelhas,  jovens indignados com o tom autoritário e cheio de ódio da campanha tucana, e também o pessoal de 40 ou 50 anos – que lembra bem o que foi a campanha de 89.


No telão, a turma que estava do lado de fora conseguiu acompanhar o ato que rolava lá dentro. Um ato amplo, com gente do PT, do PSOL, PCdoB, PSB, além de intelectuais e artistas que estão acima de filiações partidárias (como o escritor Raduan Nassar), e até ex-tucanos (Bresser Pereira).


Bresser, aliás, fez um discurso firme, deixando claro que o centro da disputa não é (nunca foi!) corrupção, mas o embate entre ricos e pobres. “Precisou do Bresser, um ex-tucano, pra trazer a luta de classes de volta à campanha petista” – brincou um amigo jornalista.


Gilberto Maringoni, que foi candidato a governador pelo PSOL em São Paulo, mostrou que o partido amadurece e tende a ganhar cada vez mais espaço com uma postura crítica – mas não suicida. Maringoni ironizou o discurso da “alternância de poder” feito pelo PSDB e pela elite conservadora: “Somos favoráveis à alternância de poder. Eles governaram quinhentos anos. Nos próximos quinhentos, portanto, governaremos nós”.


O “nós” a que se refere Maringoni não é o PSOL, nem o PT. Mas o povo – organizado em partidos de esquerda, em sindicatos, e também em novos coletivos que trazem a juventude da periferia para a disputa.


Logo, chegaram Dilma e Lula (que vinham de outro ato emocionante e carregado de apelo simbólico – na periferia da zona leste paulistana). Brinquei com um amigo: “bem que a Dilma agora podia aparecer nesse balcão do TUCA, virado pro lado de fora onde está o povo…”. O amigo respondeu: “seria bonito, ia parecer  Dom Pedro no dia do Fico”. Muita gente pensou a mesma coisa, e começaram os gritos: “Dilma na janela!”


Mas a essa altura, 10 horas da noite, só havia o telão. As falas lá dentro, no palco do Teatro, foram incendiando a militância que seguia firme do lado de fora – apesar da chuva fina que (finalmente!) caía sobre São Paulo. Vieram os discursos do prefeito Fernando Haddad, de Roberto Amaral (o presidente do PSB que foi alijado da direção partidária porque se negou a alugar, para o tucanato, a histórica legenda socialista), e Marta Suplicy…


Vieram os manifestos de artistas e professores – lidos por Sergio Mamberti. E surgiram também depoimentos gravados em vídeo: Dalmo Dallari (o antigo jurista que defende os Direitos Humanos) e Chico Buarque.


Quando este último falou, a multidão veio abaixo. A entrada de Chico na campanha teve um papel que talvez nem ele compreenda. Uma sensação de que – apesar dos erros e concessões em 12 anos de poder – algo se mantem vivo no fio da história que liga esse PT da Dilma às velhas lutas em defesa da Democracia nos anos 60 e 70.


Nesse sentido, Chico Buarque é um símbolo só comparável a Lula na esquerda brasileira.


Aí chegou a hora das últimas falas. Lula pediu que se enfrente o preconceito. Incendiou a militância. E Dilma fez um de seus melhores discursos nessa campanha. Firme, feliz.


O interessante é que os dois parecem se completar. Se Lula simboliza que os pobres e deserdados podem governar (e que o Estado brasileiro não deve ser um clube de defesa dos interesses da velha elite), Dilma coloca em pauta um tema que o PT jamais tratou com a devida importância: a defesa do interesse nacional.


Dilma mostrou – de forma tranquila, sem ódio – que o PSDB tem um projeto de apequenar o Brasil. Lembrou os ataques ao Brasil nas manifestações contra a Copa (sim, ali o que se pretendia era rebaixar a auto-estima do povo brasileiro, procurando convencê-lo de que seríamos um povo incapaz de receber evento tão grandioso), lembrou a incapacidade dos adversários de pensarem no Brasil como uma potência autônoma.


Dilma mostrou clareza, grandeza e calma. Muita calma.


Quando o ato terminou, já passava de 11 da noite. E aí veio a surpresa: Dilma foi – sim – pra janela, para o balcão do Teatro voltado pra rua.


dilma-no-tucaNo improviso, sem microfone, travou um diálogo com a multidão, usando gestos e sorrisos. Parecia sentir a energia que vinha da rua. Dilma, uma senhora já perto dos 70 anos (xingada na abertura da Copa, atacada de forma arrogante nos debates e na imprensa), exibiu alegria e altivez.


Foram dez minutos, sem microfone, sem marqueteiro. O povo cantava, e Dilma respondia – sem palavras. Agarrada às grades do pequeno balcão, pulava e erguia o punho cerrado para o alto. Não era o punho do ódio. Mas o punho de quem sabe bem o lado que representa.


Dilma não é uma oradora nata, não tem o apelo popular de um Lula. Mas nessa campanha ela virou líder. O ato no TUCA pode ter sido o momento a marcar essa passagem. Dilma passa a ser menos a “gerente” e muito mais a “liderança política” que comanda um projeto de mudança iniciado há 12 anos.


Dilma traz ao PT uma pitada de Vargas e Brizola, de trabalhismo e de defesa do interesse nacional. E o PT (com apoio da  militância popular, não necessariamente petista) finalmente parece ter incorporado Dilma não como a “continuadora da obra de Lula”, mas como uma liderança que se afirma por si. Na luta concreta.


Uma liderança que – na reta final, nessa segunda-feira de garoa fina em São Paulo – pulava feito menina no ritmo da rua, pendurada no histórico balcão da PUC de São Paulo. Dilma ficou maior.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Dilma jantou Aécio no debate da Band:

Por Renato Rovai, em seu blog:

O debate da Band costuma ser o que decide a eleição. Em 2006, Geraldo Alckmin parecia ter ganho o debate de Lula. Este blogueiro foi contra a corrente e disse que achava o contrário. Em 2010, Dilma foi pra cima de Serra quando a sua vantagem diminuía em relação a ele e estava em 4%. A carta do Paulo Preto lhe foi tascada na testa. E Serra tremeu. Hoje, Dilma jantou Aécio. Aeroporto de Cláudio, agressão à mulheres, condenação por não investir o necessário na saúde, entre outras coisas, fizeram o tucano ficar completamente fora do prumo.

O que estava em jogo neste debate da Band não era a massa de eleitores, mas as suas militâncias e o percurso da campanha. Ou seja, se a linha estava correta para os 10 dias que se seguem. Dilma venceu fácil esse desafio.

Aécio fez um discurso do “pois bem telespectador” e do “o Brasil quer mudança”. Dilma foi pra cima na desconstrução da imagem do candidato e na demonstração de que ele não tem o que apresentar para implementar se sair vitorioso.

No primeiro bloco, Aécio empatou com Dilma. Na hora de falar sozinha, sem confronto, Dilma não é tão boa.

Mas na hora do pau a pau, do confronto cara a cara, deu pena de Aécio. Parecia a disputa entre a mulher que viveu uma vida dura e sabia sair das dificuldades contra o mauricinho do Leblon. O garotão que se acha bom porque sabe mentir na hora certa.

Quando Dilma lhe perguntou sobre a Lei Maria da Penha, Dilma falava da reportagem que Juca Kfouri publicou. Você pode ler aqui. Na época, estupefato, este blogueiro não deu bola para a defesa que um colega de blogosfera fez de Aécio e foi entrevistar Juca. Porque outros amigos haviam lhe confirmado a mesma coisa, que de fato havia tido agressão na festa.

Quando Dilma lhe acusou de não cumprir o orçamento da saúde, Aécio tentou desmentir. Mas o processo continua em aberto. E o candidato do PSDB tentou tiraressa matéria de Fórum do ar via Google, mas não conseguiu.

Foi um massacre. Dilma jantou Aécio com palitinhos. Não precisou nem de garfo e nem de facas. E mais do que isso, lhe enfiou um excelente apelido Aécio Fabulação. No universo de Aécio, ele fez o melhor governo da história de Minas. Mas perdeu a eleição por lá. A máscara de Aécio caiu no debate da Band. E esse debate é o decisivo. Se Dilma abrir vantagem agora, o debate da Globo conta muito pouco e passa a não valer muita coisa.

Aécio foi completamente derrotado. Dilma fez o que precisava. E animou a militância de esquerda que é a que está ao seu lado na sua eleição.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

MANIFESTO DO CENTRO DE ESTUDOS DA MÍDIA ALTERNATIVA BARÃO DE ITARARÉ

Na semana de luta pela democratização da comunicação, o Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé declara o candidato Aécio Neves como o Inimigo Público nº 1 da Liberdade de Expressão e aponta o retrocesso que uma vitória do tucano significaria na luta pela regulação democrática dos meios de comunicação.


Em sua trajetória na política, Aécio Neves tem atuado ostensivamente como censor. São incontáveis os casos de intervenção direta do tucano nos veículos de comunicação e nas redes sociais para impedir a publicação de notícias negativas a seu respeito ou sobre o seu governo.


A censura praticada por Aécio Neves assume várias formas: a ligação direta para os donos dos veículos de comunicação, perseguição a jornalistas e comunicadores sociais e ações judiciais para impedir publicações e retirar conteúdos da internet.


Aécio e o PSDB são autores de duas ações para retirada de conteúdo na internet. Uma delas quer retirar da rede mundial de computadores todos os links (levantamento aponta que são mais de 20 mil conteúdos) que fizerem menção ao desvio de verbas praticado pelo tucano no governo de Minas Gerais. A outra –  que corre em segredo de Justiça! – pede que sejam tomadas providências contra perfis e comunidades na internet que relacionam Aécio ao consumo de drogas.


Durante a campanha eleitoral, Aécio Neves entrou com um processo contra o Twitter exigindo que os registros cadastrais e eletrônicos de 66 usuários da rede social lhe fossem entregues, entre os quais de blogueiros, jornalistas e ativistas digitais. Também foi amplamente divulgada a invasão do apartamento da jornalista Rebeca Mafra, pela polícia do Rio de Janeiro, por solicitação de Aécio Neves, que citou a jornalista por crime contra a honra.


Estes são apenas alguns exemplos da faceta autoritária do candidato Aécio Neves. Um político que não consegue conviver com a liberdade de expressão não terá nenhum compromisso com a sua promoção. Ao contrário, suas ações no Senado Federal mostram inclinações opostas, como ficou explícito durante a votação do Marco Civil da Internet, aliás, uma lei que em parte surgiu para responder a tentativa do senador tucano, Eduardo Azeredo, de instituir o AI 5 Digital e transformar a internet num ambiente de controle e sem liberdade.


Neste momento crucial para o avanço da democracia no Brasil, o Barão de Itararé reitera seu compromisso com a liberdade de expressão, um direito que pressupõe que todas e todos os cidadãos possam manifestar livremente suas opiniões. Tal direito só pode ser garantido se o Estado criar mecanismos que impeçam a existência de monopólios privados atuando na comunicação. E, infelizmente, o Brasil é um exemplo de como a ausência destes mecanismos traz danos irreparáveis à democracia.


Reconhecemos, ainda, que poucos passos foram dados nos últimos anos para enfrentar a necessária regulação democrática dos meios de comunicação, e assim promover mais pluralidade e diversidade na mídia brasileira, combatendo o monopólio privado da mídia que atua, no país, como partido de oposição.


Neste sentido, afirmamos que é imprescindível aumentar a mobilização da sociedade para lutar por um novo marco legal para as comunicações, ampliando a coleta de assinaturas para o Projeto de Lei de Iniciativa Popular para uma Mídia Democrática e exigir que um novo governo da presidenta Dilma Rousseff assuma o compromisso, já sinalizado pela candidata, de fazer a regulação econômica da mídia.


O Brasil não pode andar para trás.


Contra a censura, em defesa da Liberdade de Expressão!

São Paulo, 14 de outubro de 2014

domingo, 12 de outubro de 2014

Portugal, 5500, 4; BH, 0901002014; Publicado: BH, 01201002014.

Grandes lábios santos,
Sagrados e consagrados,
Santuários santificados,
Porta de entrada para a vida,
Portal de saída para a morte.

Portugal, 5500, 3; BH, 0290902014; Publicado: BH, 01201002014.

O que é impressionante,
É que no ser insignificante,
Pode habitar a grandeza dum poeta;
E a coisa interessante,
É que num mendigo deselegante,
Pode morar a elegância,
Em forma de poesia;
E o enebriante,
É que do ser bêbado,
Do ser embriagado,
Pode surgir a lucidez dum poema:
Do inesperado surge o inusitado.

Folha certa : Aécio Neves e o pensamento tautológico

Folha certa : Aécio Neves e o pensamento tautológico: O Blog do Ivanovitch 2 traz um artigo bem interessante mostrando as contradições de Aécio Neves, sob o título “O pensamento tautológico...

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Portugal, 5500, 2; BH, 0280802014; Publicado BH, 01º01002014.

Viver o domingo e não orar à poesia,
Não é viver o domingo e não fazer oração ao poema,
É não viver o domingo;
E domingo é dia de oração,
Dia de ação de graça às garças brancas,
Às borboletas azuis,
Aos sabiás e bem-te-vis e aos calangos das relvas,
Aos tico-ticos que pousam nos muros;
E domingo é dia de salmodiar,
Cantar hinos de louvores,
Harmonizar a natureza com o azul do firmamento do céu
E com a beleza da tarde setembrina,
Quase a se esconder atrás da colina;
E quem não aproveitou,
Deixou de lado a inspiração,
Não viveu a imaginação,
Não levou felicidade ao coração;
A humanidade precisa dum domingo para existir
E qual ser humano não consegue existir num domingo?
Qual ente da raça humana,
Consegue passar sem cor,
Um domingo cheio de amor?
Graças às eternas órbitas celestes,
Graças aos eternos movimentos terrestres,
O domingo sempre será eterno
E quem souber vivê-lo,
Poderá ser eterno também;
E justamente nestas horas,
A loucura apodera-se de mim;
Quero ser poeta e quero ser poesia,
E quero se poema e quem diria,
Só escuto na antologia a zombaria;
Só desperto o riso e causo a hilaridade,
As coisas me olham do alto,
Às gargalhadas:
Tu, poeta?
E contorcem-se,
Não nos ofenda;
Há limites para tudo na vida,
Caia na realidade;
Não és uma flor,
Não és uma nuvem,
Não és olor;
Poupa-nos das tuas reminiscências vis;
Não maltrateis-me,
Deixai-me a sonhar neste domingo,
Depois,
Pulverizeis estas tentativas de imortalizá-las;
Tende paciência comigo,
Sou um pobre duende descarado,
Quero só os jardins,
Os cogumelos e as libélulas e os nibelungos;
Quero só os anéis de Saturno,
Para deixar de ser este soturno sonhador
E acordar poeta louvador.