sexta-feira, 31 de maio de 2013

Perscrutei na perspectiva de ampliar o raio; BH, 0280102000; Publicado: BH, 0310502013.

Perscrutei na perspectiva de ampliar o raio
Que descia do céu, diretamente sobre a cabeça,
Que trazia em cima dos ombros, presa no pescoço;
Era até uma cabeça prezada, com duas orelhas e um
Nariz, dois olhos míopes e uma testa com têmpera e duas
Sobrancelhas e uma vasta carequeira, que ia
Até depois da curva traseira do crânio;
Alguns fios ralos e raros de cabelos nas laterais, um queixo
Barbado, um bigode debaixo do grande e achatado
Nariz, em cima de dois lábios grossos e grandes de sola;
E dentro desta caixa que às vezes quer comandar os destinos,
Só encontrei a limitação da verborrágica, do vernáculo
E nos léxicos consultados, não encontrei sinônimos e
Só antônimos antagônicos fora do ângulo da dialética;
Cismei que no discurso prevalecido sobreviveriam a ética,
A razão e a noção da metafísica, já abandonadas,
Por falta de teor filosófico na sabedoria atual;
Porém, as forças contrárias e ocultas, que impedem a formação
Da inspiração e da criatividade, são justamente,
Os percalços que barram a entrada do raio luminoso,
Na treva abissal que envolve a fonte do pensamento;
E ao chegar a mim, a informação, que o filho
Do Caetano Veloso, Moreno Veloso, não ler nem
Livros e nem revistas, cheguei à conclusão que,
É afirmativamente essa a resposta, que a burguesia,
Quer ouvir das bocas profanas, é justamente essa
A solução esperada pela elite, alguém a falar para a
Mídia, o que o povo tem que fazer e se comportar;
Ai dos livros que já são tão esquecidos, tão solitários,
Tão abandonados e abominados pelos que não têm
Opiniões e pelos que não têm oportunidades de
Tê-los nas mãos e ainda surgem os que têm
Opiniões e as têm veiculadas na mídia, para
Fazer apologia e descaso à falta de leitura;
E aos livros, que em outros tempos mereciam
Destaque e respeito e hoje não merecem nada,
Nem de quem poderia se esperar uma palavra
De apoio e de conforto, de incentivo e de ânimo;
E o tiro sai precisamente é pela culatra, o coice vem
Por trás, uma patada na nuca, que desfalece
O mais brioso e ativo leitor, que desmaia o antigo
Fã, o admirador que fica triste, por não esperar
Comportamento tão lúcido, contra a cultura dos livros;
E quando vejo nos jornais, que a chuva arrasou,
Destruiu e matou, fico só a pensar, há
Quanto tempo não existe uma política habitacional,
No país do futebol e do carnaval; mas o governo,
Que não é nada bobo e só pensa que quem é bobo, é o
Povo, que o banca e o sustenta, inda fica a pensar:
Para que me preocupar com política habitacional,
Para que me preocupar em fazer casa popular,
Para a população mais desfavorecida, se no
País o que mais tem é viaduto, marquise,
Morro, barranco e valas negras à luz do dia?
É só o povo se dividir direitinho: um bocado
Vai morar e viver debaixo dos viadutos e um outro
Bocado, vai para debaixo das marquises, um resto
Arma barracos nos morros e o que sobrar, faz
A casa nos barrancos e estamos combinados;
E quando vier a tempestade de chuvas, dou
Uma rasante de helicóptero, pensa o governo,
Apareço a rir para as televisões, sujo os pés
Nas lamas das enchentes, prometo acabar com as
Moradias precárias e de risco, prometo liberar
Verbas, não faço nada e ainda subo nas pesquisas;
Esse é só o perfil dum governo inteligente
E que se preocupa em resolver os problemas
Do povo, do trabalhador e do aposentado e não
Os problemas dos banqueiros, da burguesia, da
Elite e não os problemas dos deputados e dos
Senadores, com liberação de verbas e pagamentos
Por apoio, ou votação; é o perfil dum governo,
Que não se preocupa com a gringada da
Ciranda financeira internacional e nem
Banca a venda das empresas estatais e nem
Das outras nossas grandes empresas; só faz tudo pelo povo,
Pela o povo e deixa o povo na pele, no pelo,
Pelado e com as mãos nos bolsos vazios;
É um governo vadio, que só gosta de passear,
Viajar para longe, conhecer novo lugar,
Não gosta de ficar aqui, aqui ele pensa que,
Não é o lugar dele, o lugar dele é onde tem
Castelo; imperador, reis e rainhas e palácios,
Aqui só tem gente que não gosta de leitura,
Não ama os livros e nem gosta de ler;
Aqui só tem gente que faz jus ao governante
Que tem, ao presidente que tem, tanto quanto
Faz jus ao governo que ACM, Antônio Carlos Magalhães, foi na Bahia;
E junta o par: Caetano Veloso, que ama o ACM, e o
Filho Moreno Veloso, que odeia os livros,
Nunca leu nada e nem gosta de ler; o
Brasil não vai mudar nunca e a nossa
Herança e a nossa história e a nossa opinião
Serão sempre formadas por esses pequenos homens;
Esses pigmeus sórdidos e que mantêm sempre
O povo na distância e na ignorância,
Para que eles possam desfrutar sempre dos
Louros da escuridão da nossa nação;
Só me resta pedir piedade por esses homens,
Só me resta ter pena desses mamíferos,
Dessas ervas daninhas que só contribuem
Para o enterro, o funesto, o funeral, o velório do povo;
E não sentem vergonha, não sentem remorso 
E inda têm o descalabro de usar a mídia,
Para espalhar a mesquinhez de espírito.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

E já parei de olhar para essas crianças que passam por mim; BH, 0180102000; Publicado: BH, 0240502013.

E já parei de olhar para essas crianças que passam por mim,
A estender a mão, a pedir uma esmola, um pedaço de pão;
Parei de olhar essas mães que não têm nos peitos,
O leite suficiente e necessário para alimentar o filho;
Não olho mais para os recém-nascidos que são
Esquecidos em sacolas de supermercados, ou em
Lixeiras de edifícios de luxo e escadas de incêndio;
E já parei de olhar para os menores de rua,
Os adolescentes delinquentes, maltratados,
Torturados e seviciados nas dependências da FEBEM;
Não olho mais para as crianças exploradas pelos pais
E pelo país nas frentes de trabalho escravo e nos meios
Dos catadores de lixo dos bolsões de miséria;
Parei de olhar para os meninos e meninas que vivem
Longe dos bancos e das merendas escolares;
Os Brasileirinhos da Rocinha, as Martas do Dona Marta e
Outros que são arrebanhados desde a tenra idade pelo tráfico
De drogas e o vício; não olho mais para eles, meus olhos são
Um deserto, meu olhar é uma pedreira de iceberg, um abismo
Entre meus olhos e o quadro atual que vejo;
Existem cordilheiras de montanhas e precipícios,
Morros e picos intransponíveis e já decidi:
Não passa mais pelo meu ângulo de visão,
O abuso sexual contra as crianças, a violência
E o extermínio, a agressão e o espancamento;
E já parei de olhar por essas vítimas desta
Sociedade desequilibrada e injusta;
Não olho mais para essas prostitutas infantis,
Agora quero olhar é para a burguesia política e religiosa,
Quero olhar é para a elite representativa;
Para o senado e a câmara dos deputados,
Quero olhar é para a sede da presidência da república
E a cúpula de ministérios que pululam na mordomia;
Quero olhar é para os banqueiros e empresários,
Os mega especuladores e os sonegadores impunes;
Só quero olhar agora é para a ciranda financeira,
Os navegadores na internet e seus derivados;
Os usuários da telefonia móvel e a modernidade,
Quero olhar é para o futuro e fazer igual ao
Representante do povo brasileiro, que disse na
Festa de fim de ano, que enquanto repórteres e
Fotógrafos apanhavam da polícia do exército, que
Deixasse isso para lá e falasse em coisas boas,
Que era época de festas e de comemorações;
Não quero mais olhar para quem ganha
Salário mínimo e é aposentado e vagabundo;
Só vou olhar agora para aquele que ri enquanto
Tira o solário dos trabalhadores e acaba com
A aposentadoria dos aposentados e vende
A preço de bananas as nossas riquezas e empresas e
Entrega os nossos minérios e as nossas energias;
E já parei de olhar por este povo que vive
Nas ilusão do carnaval e do futebol;
Não olho mais para este povo sem perspectivas,
Esperança e confiança e que tem que buscar
A fé e a luz na doação dos dízimos à
Igreja Universal do Reino de Deus;
Não olho mais para esses doentes que correm
Aos postos de saúde com receitas nas mãos
E voltam com as mãos vazias, sem os remédios;
Não olho mais para esses que vão às farmácias,
Que mais parecem supermercados e mercearias
De remédios e drogas, onde o paciente não tem vez;
Está nas mãos dos laboratóios das grandes
Multinacionais dos remédios, que nunca servem
Para aplacar a dor, ou curar as doenças do afligido;
E agora só olho para os chiques e famosos,
Os que vivem na mídia, da mídia e para a mídia;
Só olho para os sadios e bonitos, arianos e brancos
De olhos azuis e cabelos lisos e bem tratados;
E já parei de olhar para aqueles que sofrem,
Com o preconceito racial e sexual e social;
Parei de olhar para a população de rua,
Para os que vivem debaixo das marquises,
Sem tetos e sem um lar sem casa para morar;
E parei de olhar também para os que não têm
Terra para cultivar, só quero olhar agora é
Para os latifundiários, os madeireiros e os que
De motosserra em punho, põem abaixo milhares
E milhares de hectares de mata virgem;
Expulsam os índios das aldeias e reservas,
Tomam as terras dos agricultores pobres
E plantam maconha com o apoio do governo;
Governo que nunca tivemos, que sempre
Nos enganou e que nunca olhou para nós;
E já parei de olhar e agora só vou olhar,
Como se estivesse a olhar, para uma poça de vômito,
Um monte de fezes, um cadáver em decomposição;
Não olho mais para os problemas e os desequilíbrios
Sociais, olho agora para os causadores dos efeitos;
Olho agora para aqueles que concentram em
Suas mãos a renda e o dinheiro
E distribuem ao povo os restos das sobras
Das mordomias e dos banquetes e das orgias;
E lucram com a dor do povo, lucram com as lágrimas,
Com o choro e as lamentações, lucram com a fome,
Com a violência e a miséria, lucram com a desgraça,
A pobreza e o abandono, lucram com tudo e
Com as mazelas e as sequelas da seca e das
Enchentes e de toda a falta de estrutura que
Empurra o povo para o abismo sem fim;
Empurra o povo para longe do lazer e da felicidade,
Empurra o povo para a morte precoce;
Para a ignorância, a falta de educação,
Saúde e cultura e toda infraestrutura,
Que poderia deixar por herança, um pouco
De ar puro nos pulmões estourados, feridos
E manchados por toda poluição causada,
Por aquele que só sabe ver lucro e ganho,
Não sabe doar e nem ceder, não sabe oferecer;
E já parei de olhar, não quero ficar com pena,
Não quero ficar deprimido e nem me indignar;
Agora só vou olhar para quem não me olha,
Olhou para mim e não olho mais;
Vou virar o rosto para o lado e olhar lá do outro lado,
Virar a face ao avesso e vice-versa;
Se estiver na face direita, viro para a esquerda
E se estiver na face esquerda, viro para a direita;
Para mim já acabou esta angústia extrema,
Acabou esta agonia terminal e sem razão;
Em pior situação estão os leõezinhos,
Os filhotes que morrem de fome, ou devorados
E os passarinhos que caem dos ninhos;
Em pior situação estão os animais no
Meio das queimadas ambientais e assassinas;
E os peixes que estão encalhados nos rios que estão a secar,
Os peixes presos nas lamas e nas águas poluídas,
Sem o oxigênio para a sobrevivência;
Mudei o meu olhar para outra direção,
Para outra meta, outro rumo e situação;
Mudei meu olhar de mão, de sentido,
Não fico mais constrangido, compungido,
Abatido e desesperado, não fico mais renegado;
A querer e a cobrar soluções e resoluções,
A querer e a cobrar respostas e transformações; é
Deixar tudo como está e está bom demais,
Não me preocupo por não ser capaz e
Por ser incompetente e inoperante;
Não me preocupo se não vou avante,
Se não acredito e nem tenho fé;
A casa já caiu e o muro ruiu e a lava,
A lama do vulcão frio invadiu a sala,
O quarto e a cozinha e o quintal;
Não ficou nada para aproveitar,
A minha vontade era a de só tomar
Um banho para tirar a lama e sair
Nu igual São Francisco e ir para o campo,
Conversar com as pedras e os passarinhos:
Nada mais temos a falar com os vivos;
O que interessa agora são os mortos, os
Cadáveres e os defuntos, se não encontramos
Respaldo, e amparo no meio dos vivos,
Devemos procurar no meio dos mortos;
Os mortos têm a fazer que os vivos não fazem,
Pois os vivos estão mais mortos que os próprios mortos;
E pretendo sair do meio dos vivos,
E procurar uma oportunidade no meio dos mortos,
Os mortos não ateiam fogo em pessoas a dormir,
Debaixo de marquises, ou bancos de praças;
Os mortos não pleiteiam as aposentadorias dos aposentados,
Não abandonam crianças recém-nascidas,
Não fazem a guerra e nem fazem a intriga,
Não mentem e nem são falsos e ilusórios;
E já não quero mais estar no meio dos vivos:
Vivo trai e mente e engana e mata e rouba,
Vivo é a pior coisa que a humanidade
Deixou aqui na face da terra, vivo não presta;
Bom só quando está morto, não quero matar,
Não vou matar, mas com os chamados vivos,
E não pretendo mais viver, não pretendo mais
Ser vivo, agir igual ao vivo, fazer como um vivo;
Cansei de levar porrada e tapa na cara,
Cansei de levar botinadas e chutes na bunda;
Cansei de perder o vigor, e o brio por temor
E por pensar que como um vivo, 
Poderia chegar lá no destino da evolução;
Mas que nada, agora estou mais
Morto do que nunca e nem com o por favor,
E volto a pertencer e a respirar o mesmo ar,
Dessas pessoas que não sabem amar e nem
Viver a vida em paz e em harmonia;
E se depois que passar para o outro lado,
Para o lado dos mortos e não consegui
Escrever mais nenhuma frase de poema,
Vou arranjar uma pessoa para psicografar para mim
As minhas poesias e mensagens que não
Forem tão ruins e piegas e pobres;
Por isso que antes preciso enriquecer
O meu pobre e vazio espírito irrequieto;
Por isso antes preciso encher a minh'alma,
Tirá-la do vácuo e da solidão e fazer
Com que do outro lado ela encontre,
O espaço dela, o respeito e a admiração que
Não recebeu em vida, aqui no espaço de cá;
E que lá ela ponha em prática e pense
Tudo que não pensou aqui e nem
Soube colocar em prática quando pensava;
Que lá a inteligência dela seja louvada,
Tanto quanto a sabedoria e o conhecimento;
E a mente que aqui nunca funcionou,
A memória que aqui só falhou,
E a lembrança que aqui nunca existiu,
Lá, juntamente com a expressão da alma,
Sejam sensacionais, colossais e maravilhosas
E a mandar frutos, flores, folhas, galhos através
Das mensagens do além do além do além,
Do mais distante confim do infinito, onde
Não se tenha conhecimento nem do conhecido
E o desconhecido seja a incógnita a desvendar;
Se falarem para mim que não adianta,
Que na hora agá fico com medo,
Que a coragem vai me abandonar
E que a covardia vai me entregar,
E digo, que podem falar, já sou surdo,
Não posso mais escutar, podem gritar;
Já não sou mais carne e nervos e ossos,
Já não sou mais um ente vivo;
Faço parte do mundo dos duendes,
Do mundo dos fantasmas e dos espíritos.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Não quero pensar e gostaria dalgo agora que não me fizesse pensar; BH, 0200102000; Publicado: BH, 0230502013.

Não quero pensar e gostaria dalgo agora que não me fizesse pensar;
Pensar é para quem não tem dor de cabeça crônica igual a que tenho e
Pensar é para quem vive em paz e tem amor no coração e não para
Quem é infeliz e triste e medíocre e pobre de espírito, sem uma só
Capacidade humana, por mais remota que seja, por menor que seja; 
E não estou incluído no grupo de classe que tem alguma capacidade,
Alguma condição, algum vestígio de competência, ética e razão; e só
Fico envergonhado comigo mesmo, fico frustrado e desiludido; é que
Tenho uma dor de cabeça aguda, que age lá dentro do cérebro e não é
Uma dor comum, é extrema, profunda e infinita; parece que estão a
Marretar minha testa com marteletes de abrir buracos nos asfaltos das
Ruas da cidade, num dia de calor; a única coisa de bom que tem esta dor,
É que ela não me deixa pensar, e como decidi que não quero mais
Pensar, ela ajuda a espantar os pensamentos que querem à toda hora, se
Manifestar em minha cabeça, em minha mente, em minha memória, em
Meu crânio, cérebro, ou outra coisa qualquer que eles chamem o conjunto
Encefálico falido, escondido, vazio e retroagido; tivesse conteúdo e
Não estaria agora a escrever assim, estaria agora a me vangloriar e a
Glorificar-me por saber com perfeição o que é que existe dentro de mim;
Como não sei, escrevo sem saber, sem pensar, sem me importar com
Críticas e opiniões, reclamações e exclamações; decisões benéficas e
Oportunas para pelo menos aliviar um pouco a pressão que sinto, como se
Estivesse com um elefante com a pata afundada em cima do meu pescoço;
E um tigre de dente de sabre a me apertar a garganta com a boca e os
Dentes enterrados nas minhas jugulares, como se fosse um vampiro; e
Tudo porque a depressão tomou conta do meu ser, não me deixa existir, e
Ver e ouvir e falar; não me deixa entender e compreender e acreditar e
Matou as sobras dos restos de esperança, confiança e bonança; deixou-me
Sem fiança, sem finança e sem crédito e no meu descrédito, não sinto a
Força do vento nos caminhos e estradas, não percebo a eficiência da luz do
Sol na natureza; sou um ser da cruz da penumbra, da sombra projetada da
Lua, ou do Sol num eclipse total, geral que causa toda a escuridão que me
Mete medo e me assombra; repele e aflige e magoa e machuca todo o meu
Interior, a deixar como se estivesse a chover chuvas seculares, a me encher
De enxurradas, cascatas, cachoeiras e quedas d'águas; de grandes e abissais
Alturas jamais imaginadas, esperadas, só cataratas nebulosas que arrastam
Tudo que encontram, com forças de monstros pré-históricos, dinossauros,
Tiranossauros Rex, mastodontes e outros que só sobrevivem dentro do meu
Clima paleontológico de pedra lascada; de eras vulcânicas e primórdios da
Criação, formações primitivas que resistem sem querer mudar, acabar e por
Um fim em tudo que for doutras eras e que sobrevive dentro de mim, sem
Importar o estrago que pode me causar; o furor e a ira que cavam o buraco
Sem luz e que impede a permanência, a convivência harmônica do dentro
Com o fora, como se fosse uma cópula, onde não está satisfeito dentro e
Muito menos satisfeito fora; satisfeito por qualquer motivo, ou satisfeito
Por motivo algum, ou insatisfeito mesmo; e só não quero é pensar, não
Quero pensar em nada e até pago para continuar aqui indiferente, isolado
No meu casulo sem a necessidade iminente de pensar seja lá o que for; e
Tenho pavor e tenho horror e tenho bolor e tenho estupor, só de pensar
Que um dia terei que parar para pensar, e determinar qual a atitude a
Tomar, rumo, meta, reta, tema, direção de sentido, de todos os sentidos
Que me faltam já que não tenho nenhum; tenho só esta dor de cabeça, só
Este medo e só esta covardia abusiva, covardia perplexa que deixa
Qualquer um que me conhece, de boca aberta; pasmado e abismado, com
O comportamento inadequado que apresento no dia a dia de minha vida,
De meu destino e de minha morte e do meu fim; o que quero deixar
Claro, é que pretendo buscar, pretendo encontrar, um meio de sair do
Isolamento; de sair desta muralha intransponível e que me impede de
Acelerar meu progresso e desenvolvimento; apesar de sofrer todo o
Bloqueio, todas a ansiedade e juro que tento desesperadamente como
Se fosse um peixe a lutar e a nadar contra a corrente, se poder desovar e
Dar continuidade ao ciclo vital da espécie; não tenho nenhum imã de
Magnetismo, por mais que me agarre a algum positivismo, meu poço é
De negativismo, não me concebo a ideia de que vou sair do afogamento
Salvo e não, não me concebo a ideia de que vou sair do nevoeiro inteirinho
E novinho em folha e não como se fosse vulto da imaginação, vulto da falta
De percepção; da falta de tudo que pode ser encontrado em qualquer exemplar
De ser humano, simples, normal, definido, a buscar apenas a viver na felicidade;
Ao não se preocupar em pensar, em ser o melhor, em usar a inteligência, a
Sabedoria, o conhecimento; para que usar estas coisas se não sabe nem viver?
Para que querer usar genialidade se não sabe ser? é um absurdo querer pensar
Que pode mudar, melhorar o mundo e evoluir normalmente, duma hora para a
Outra, assim sem mais nem menos; porém, posso dizer, que é difícil, quase
Impossível, posso dizer que o universo acaba, mas não muda, o mundo acaba e
Não deixa de ser mundo; porque essa preocupação com o óbvio imutável?
Porquê resistir a esta dor latejante e ofuscante, que bambeia e tonteia, a afastar
De vez qualquer tentativa de aproximação, salvaguarda, qualquer tentativa de
Mostrar com atos, que pode ser normal e morrer normalmente na ocasião certa e
Sem desespero de causa; não pode continuar assim com a mesma ladainha, a
Encher a paciência das pessoas e a tentar iludir com mentiras e falsas verdades
As mentes, os ouvidos, e os corações acostumados na verdade, na luz que não
Conhecemos e nem queremos; e nós não queremos a luz, pois nascemos nas trevas
E nosso resultado são as trevas e a escuridão que imploramos e buscamos, corremos
Atrás e fazemos questões de demonstrar nas nossas ações; os homens iluminados não
São assim, são como o Sol e como a Lua e as estrelas e os quasares; nós os vemos
Todos os dias, mas não os temos, não os atingimos, devido a grandeza e a distancia,
Devido a vergonha que sentiremos, a despeita e a inveja; os homens iluminados estão
Com os pés no chão, na lama, no barro da terra, nos estercos dos bois e dos cavalos;
Os homens iluminados são antigos e remotos, arcaicos, gostam de aparentar o contrário
Daquilo que gostariam que eles fossem, gostam de brilhar naturalmente, choram,
Demonstram a sensibilidade e a pureza d'alma; não são coniventes com a pobreza de
Espírito, com a burrice e a tolice e a demonstração de ostentação material e supérflua,
Inócua; bem-aventurados os iluminados, porque deles é a saúde mental, física e
Intelectual; bem-aventurados os que só desejam navegar na inteligência, na sabedoria e
No conhecimento, porque não ganharão um centavo e valerão milhões, bilhões; e não
Adianta tentar olhar com olhos comuns, não adianta enxergar que nós nunca teremos a
Oportunidade de relacionar, comunicar, ou encontrar com um iluminado; são raros
Como os cometas, são rápidos como a luz, estão distantes como o infinito e nem a
Sorte nos faz encontrar um iluminado num bar; a atravessar uma rua, a falar sozinho na
Calçada, a olhar as mulheres que passam belas e elegantes, a notar as crianças e as
Poesias ambulantes; e hoje em dia não é mais comum o iluminado, hoje em dia é comum
O iluminado por holofotes, por luzes de refletores, spots de luzes de estúdios; hoje em
Dia é comum iluminados na lanterna, por flashes e por lâmpadas artificiais e esses são
Os iluminados artificiais da mídia; têm os cérebros podres e as mentalidades putrefatas,
As memórias em decomposições e as mentes decadentes; os homens iluminados não são
Assim, são porém, como os vaga-lumes, como os pirilampos, são como as taruiras e os
Calangos e as formigas, são como as abelhas e os maribondos, as vespas, são como os
Camelos e os dromedários dos desertos; os homens iluminados são assim, como o capim,
A terra molhada pelo orvalho, a mata , o jardim, uma borboleta pousada, uma mariposa
Colorida, uma lagarta sentimental, uma cigarra querida; o próprio pensamento sem a
Vontade de pensar, a própria dor que o faz sentir dor deveras, e só; se um dia Deus me der
O privilégio de adentrar para a galeria, e só quero que a minha poesia esteja lá e não eu;
E não mereço tanta ousadia e audácia e não mereço tanta euforia e contentamento; que
Estejam o meu lamento, a minha lamúria e a minha lamentação; que esteja o meu coração,
Se Deus me der o dom da condição, que eu seja a sombra dentro da penumbra, o vulto da
Silhueta, o buraco da ampulheta, por onde escoasse a areia do tempo da imensidão; se
Deus me der o dom reconhecido, não importa onde eu seja inserido, e mesmo depois de
Incinerado e quero minha obra com respaldo de local arejado, ar oxigenado, e puro, sem
Poluição; e poderei perguntar se chegou a razão? se chegou por fim para mim o fim do
Trovão? poderei perguntar se poderá haver modificação? a luz possuirá o meu torrão na
Madrugada, na noite, ou no entardecer? poderei perguntar e obter as respostas salvadoras?
Ou continuarei sem amplitude? continuarei mesquinho e insignificante? ou terei vez de me
Sobressair junto com os iluminados? ou serei relegado ao segundo plano inferior? farei
Uma fogueira com os meus retalhos, farei uma fornalha com os meus ossos, queimarei nas
Cinzas das minhas cinzas, arderei na árvore da minha árvore e cantarei como um rouxinol,
Cantarei como um índio na mata, como um uirapuru apaixonado; cantarei até às últimas
Forças e energias, até a garganta se fechar para sempre e não mais poder berber na fonte
D'água viva, água sobrenatural e espectro manancial, para lavar de vez este pensamento
Teimoso, que não sabe banir para longe a dor, não sabe distinguir o joio do trigo, não
Sabe separar pedra de pão, vinagre de água, vinho de sangue, e comida de cobra; e vou
Acabar e não vou ganhar meu dom e vou sumir e meu dom não vai existir, não vai
Aparecer em mim nada do que eu projetar ser para o futuro cheio de luz, de luminosidade
E iluminação de iluminado; não romperei a rampa das trevas sórdidas, sólidas e
Condensadas que me achatam; fazem de mim uma pasta, um verme, um suco e onde a única
Luz resplandecente é a do sol, que vai secar e torrar tudo e quando na tarde, o vento soprar,
Vai levantar a minha poeira que pousar nos telhados das casas abandonadas nas paisagens.





Quero expor-me ao expor nestas laudas destes fragmentos; BH, 060102000; Publicado: BH, 0230502013.

Quero expor-me ao expor nestas laudas destes fragmentos,
Todo o teor latente da pulsação da veia perdida, que foge
Do meu peito frio, a partir e a zombar, do fundo de dentro
De mim; quero abrir-me ao abrir nestes manuscritos destas
Linhas todas vazias, iguais todos os meus pensamentos; e
Cansei de os ver fugir de mim, como se eu fosse um diabo,
Ou um demônio, ou um vudu e que metesse medo nos
Cristãos, apesar da cruz; cansei de me abominarem e de me
Pisarem e exorcizarem meu ser e amaldiçoarem minha
Alma; não preciso mais que meus pensamentos me
Excomunguem, que falem mal de mim e que me lancem na
Cara o vômito podre dos restos da sociedade viciada e
Dilacerada; e sustentada pelos padrões da elite ignóbil,
Bancada pelos escândalos da burguesia vil; se na luz não
Nos resta mais nada de novo, de novidade e interessante
E moderno, temos então, que buscar nas trevas e na
Escuridão; e é só fecharmos os olhos que elas vão nos
Envolver por completo e infinitamente; pois não saberemos
Como e nem poderemos tirar do nosso interior a escuridão
Avassaladora; enviar o brilho veloz da luz e prendê-lo no
Fundo do nosso íntimo, nas nossas entranhas, permanecer
Nas trevas é muito mais fácil; o difícil é permanecer na luz
E ser iluminado, não conseguir a condição da luz, de
Iluminado, não conseguir a condição de mutante evoluído,
Em todos os átomos que compõem o universo, em todas as
Moléculas que compõem o ar; só essa matéria disforme e
Frágil, flácida e inútil e que não serve nem para esterco de
Terra infrutífera, nem para estorvo de entulho de lixo; e
Mesmo assim nos pensamos maiores do que nós mesmos e
Superiores do que os nossos semelhantes primatas; nos
Pensamos avançados e completos, mesmo com toda a
Mediocridade, toda a obtusidade e opacidade, que a
Humanidade herdou, não sei de quais foram os seres; só sei
Que não foi dos trogloditas, não foi dos homens da caverna;
Pois pelo menos na sobrevivência, eles se superaram a nós;
Só estamos aqui hoje, graças a eles, graças aos competentes
Da pedra lascada, que nos deu a centelha e a obstinação,
A teimosia e a ousadia e a audácia; graças a um pouco dessas
Qualidades que muitos trazemos dentro de nós e que impede
Duma vez a total destruição e ruína da humanidade; não quero
Entregar-me para não dizerem que não quis me integrar e 
Quero mais é me integrar, me integrar ao barro que a chuva deixa,
Integrar-me à lama, aos insetos, ao sol, à lua e à toda natureza
Que ainda não consegui transportar para dentro de mim; quero me
Integrar às estrelas e aos astros que compõem o firmamento e a
Imensidão; morro para não me entregar, entregar é morrer na
Perdição, sem salvação e respostas e soluções, entregar é morrer
Sem desculpa, e sem perdão; é privar de levar ao coração, o que
Por ventura a bem-aventurança venha trazer; pois infelizmente se
Olharem-me em mim, não enxergarão nada e nem encontrarão
Nada, pois, por mais que procure, também, nunca tive a
Capacidade de encontrar em mim, ou não, o algo que seja o elo de
Minha emancipação; pois sou como a musicalidade, sou como a
Música e a melodia, quem não tiver o dom, não adianta, quem não
Nascer com elas, jamais terá a criatividade e a inspiração, que
São necessárias para compor uma bela canção; uma bela estruturação
Sinfônica e melodiosa e que nos traga o conhecimento que não temos
A nascermos do útero da nossa mãe; temos que agir com se
Estivessemos num celeiro de fundo de quintal e o que procuramos é a
Agulha que acabamos de nos perder no palheiro, pois somos esta
Própria agulha que procuramos; somos nós os que nos procuramos
Sem saber e às vezes só nos encontramos aflitos e em frente ao
Espectro do espelho escondido e só nos encontramos numa imagem
Falsa que não nos representa a nossa realidade; não nos lança na cara a
Nossa verdade, ao não nos fazer sair da mentira; e da podridão da ilusão
Da falsidade; e perdemos com pena a própria liberdade perdemos por
Perdidos que somos e não queremos nos notar de dor, não queremos
Nos notar em nós de vergonha e de acanhamento; e nos cobrimos com
Eventos inúteis, nos cobrimos com enfeites vãos e que pensamos que
Nos escondem da vergonha da nossa nudez; a mesma que envergonhou
Adão, a mesma que acanhou Eva, que já estavam nus e não sentiam;
Foi preciso as trevas para que eles enxergassem os corpos um do outro;
Foi preciso a escuridão para notarem que eram um homem e uma mulher;
E descobriram o que descobrimos bem mais tarde, que o pecado
Acompanha o desenvolvimento da humanidade para justificar as matanças
De civis, os extermínios nos campos de refugiados e todas as ações
Transviadas que cometemos em nome duma justiça, duma religião, 
Duma liberdade, ou duma razão; e haja sangue para derramar, haja
Carne humana para ser comida, queimada e destruída; haja seres para
Ser entregues aos que não são saciados com amor, aos que não são
Satisfeitos com a paz, com a vida e a beleza que emana duma gota de
Leite dum peito de mãe, a amamentar a criança nascida; a curar com a
Fé os males da ferida: lavei-me neste banho de exposição, livrei-me dos
Grilhões e das amarras, lancei-me fora de mim nos meus percalços; e
Deixei de ser o histrião e o lauto; deixei de ser o tolo e o estúpido e
Agora sou apenas este fragmento, sou apenas esta lauda de frases, de
Palavras e de letras e pensamentos; sou apenas esta tentativa, espero,
Que seja boa e que traga coisa boa, junto com o belo que corro atrás;
E que a minha lembrança de mim me faz voltar à toda hora ao seio 
Donde almejo e desejo me ver lançado nas graças da felicidade; e
Toda vez que bato no peito e uivo para mim mesmo, que agora
Vou voar e volto ao meu próprio peito; volto à minha vil e
Mesquinha condição, volto ao meu estado fisiológico, volto à minha
Falta de metafísica, de existência e de razões e de noção; e volto ao
Meu estado bruto de matéria, sem ética e sem lógica e sem filosofia,
Estado de morto apenas e de vácuo sórdido; igual eco que bate nas
Paredes das cavernas, aos gritos e uivos como se fossem de morcegos;
Porém não representam a vivacidade, a alegria da voz que o lançou; e
Fica só o efeito determinante que fere o ouvido no quadrante, a iludir o
Cérebro amante, que gosta de ouvir o canto dos oráculos nos seus
Ovantes; lavo as mãos neste sangue derramado, não sou o Pilatos
Histórico e bíblico e lavo as mãos neste sangue venoso, expelido
Deste negro coração doentio; lavo-as estas mãos sujas e decepadas,
Que nada mais podem segurar, que nem um rosto de criança natimorta,
Têm a veleidade de afagar, têm o dom merecedor e acariciar; prendeis
Estas mãos nas algemas, esqueceis-nas nos calabouços da loucura.


E na continuação do tempo aquele que não o acompanha; BH, 0160202000; Publicado: BH, 0230502013.

E na continuação do tempo aquele que não o acompanha,
Não encontra a evolução e nem sai da pseudonímia, pois o
Nome não representa nada; e a pessoa em si, nem se refere,
Nem tem referência, caractere identificador, sangue com fator rh
Conhecido; e a estrutura óssea que sustenta toda a massa de carne,
O quebra-cabeça do corpo, que para integralizar e canalizar
Com as diretrizes mentais, abala todo o canto tirado da
Carne; toda a poesia criada pelo esqueleto, assombrado
Do deserto árido de ideias; porções de metamorfoses silenciosas,
Conversação de alto nível, entre surdos e mudos e admirações
De obras da arte moderna, por todos os cegos conhecidos da redondeza;
E até os pés, os portadores de deficiências mentais e indivíduos
Que não possuem o corpo caloso, como eu, às vezes querem sair
Por aí, a querer mudar o mundo; a dar murro em ponta de
Faca, a a pensar que venceu, que pode endireitar o
Universo e que é o maioral, o grande da banda, o xerife,
O rei de Roma e aí entra o tempo, a trazer toneladas às nossas
Costas; toneladas invisíveis, que não distinguimos e só
Obedientemente obedecemos, nos curvamos, trememos todos, frágeis,
Escorregamos e caímos, ao quebrar as pernas; e somos levados
Para hospitais donde só sairemos mortos de lá, é,
E aí me passa pela cabeça, a ideia de grandeza do homem;
E onde o homem se apresenta grande, se cada vez mais,
Ele é diminuto, e insignificante e nem mesmo as ações
Conseguem o engrandecer mais; e permanece a vergonha,
Permanece o medo, a covardia, a fanfarronice, bobagens e tolices;
A mentira da felicidade, a falsidade do dia a dia,
O desencontro entre o destino e a vida, que cada
Um gostaria de levar e viver em contentamento,
Viver em alegria de vida e a
Ausência incômoda da morte própria ou semelhante;
Para mim, cada vez que morre um semelhante, não tem
Jeito, fui eu que morri, fui eu que virei cadáver, virei
Defunto e faço questão de não ter sepultura, não ter sepulcro,
Não ter cova e outro tipo de lápide, a não ser me ficar
Exposto à luz do sol, tipo os animais que morrem de sede
E de fome nos desertos e são esquecidos ali à voracidade das
Moscas, dos vermes e dos urubus; quero mesmo só a armação
Esquelética intacta, para ficar de decoração, na sala de qualquer
Residência dalguma amante do macabro, que por acaso eu
Tenha tido, no tempo em que vivi sem aprender a viver;
Passei por muitas terras, e só trouxe dissabores, não semeei
Amores, ninguém ficou com saudades de mim, ninguém
Sentiu falta de mim e até hoje, por onde vago,
E não deixo um vago e continua vago o coração que
Nunca foi meu, que trago aqui dentro do peito; e
Já está doado e só espera a hora para ser transplantado
Para um outro peito, que seja melhor peito do que
Este peito que trago aqui no meu peito, que não
É meu, é do coração que foi doado e até hoje espera
Ser transplantado, tais quais os olhos, que apesar de serem míopes,
Podem ser aproveitados em quem é cego completamente;
Apesar de estar perdido, de ser um perdido, não gosto
De me prender nos fragmentos e na composição dos
Eventos; nunca falei com alguém, tu me perdeste,
E no entanto, eu é que sou o perdedor, pois eu,
Toda a minha vida, eu só perdi, não aprendi
E nem soube perder, perdi por perder e por merecer
E não fazer por onde merecer; por alguns segundos,
Posso até ser interessante, por alguns minutos, posso até
Ser atenção e logo em seguida, já querem me atar,
Querem me atar a uma árvore, ao pé duma
Fogueira, a uma pedra preste a ser lançada ao rio;
Meu Deus, clamo eu do meu buraco, como é difícil
Existir, como é difícil ser, como é difícil pensar,
Como é difícil viver; se fosse só respirar, beber e comer,
Tudo seria bem mais fácil e quero algo além
Disso, algo além de só respirar, beber e comer;
Quero pensar também, raciocinar, ter ética, lógica,
Quero ter razão também, usar a inteligência,
Fazer parte do grupo dos iluminados, dos abençoados;
Será que não mereço? será que não vou
Ter a oportunidade que espero desde criança?
Será que só depois de morto é que a minha
Inteligência vai entrar em ação? será que só
Depois de morto é que vou conseguir reconhecer e
Dar valor à sabedoria que trago dentro de mim?
Se é que por acaso trago alguma coisa dentro de mim,
Pois se nem eu mesmo acredito que trago
Realmente algo dentro de mim; preciso acreditar,
Meu Deus, como é difícil acreditar, como é difícil ter
Fé cega, ter paixão, ter coragem e força na luz;
Só me tornarei feliz, quando deixar saudades em
Alguém, quando souber que causei saudades
E até hoje nunca ninguém sentiu saudades de mim;
Ninguém nunca sentiu minha falta, ausência
E a necessidade de estar do meu lado;
Nasci em Teófilo Otoni, Minas Gerais e nunca tomei
Conhecimento de alguém que tivesse sentido
Falta e saudades de mim; morei em Governador
Valadares e foi a mesma coisa, depois mudei
Para Belo Horizonte e de Belo Horizonte fui para o
Rio de Janeiro, morei vinte e seis anos no Rio
De Janeiro, voltei para Belo Horizonte e continuo
Na sensação, de que não ficou em nenhum
Dos lugares por onde passei, um coração a chorar
Por mim; não precisa, necessariamente, ser um
Coração de mulher, pode ser um coração de homem
Também, dum homem amigo e irmão, como
Penso que sou, fui e demonstrei por onde passei;
Penso, não, tenho a absoluta certeza que sempre
Demonstrei ser amigo e irmão, apesar de sempre
Quebrar a cabeça, no quebra-cabeça da vida; mas,
Não me arrependi e se puder estou sempre aí
Para continuar a ajudar aos amigos e aos irmãos;
E se Deus quiser, vou deixar de chorar, de lamentar,
De sofrer e de correr atrás da felicidade; pois vou
Encontrá-la um dia, espero só que ainda
Esteja vivo e não nesta dúvida, sem saber se
Estou vivo, ou morto, a dormir, ou acordado,
A sonhar, ou a viver a realidade real;
Pois agora já até temos a realidade virtual, mas
A que quero viver é a real, a que possa
Sentir e deixar de procurar as respostas e as eternas
Soluções, que nunca consigo atingir no meu frenesi; e
Nas minhas alucinações e lapsos que me deixam
Fora da atmosfera, perdido no espaço e desconectado
Do meu meio de convivência e relacionamento;
Sem a atormentação da procela mental, sem a
Tormenta do furacão espiritual, do ciclone da
Alma e os turbilhões das minhas vagas de lágrimas
Choradas, derramadas, durante todo o tempo que
Passa, que passou; e não está mais em mim e
Só está em mim através das cabelos brancos raros,
Da vasta careca, dos falhos dentes, da pele enrugada
E cheia de traças, envelhecida e morta; e é só
Assim que sinto o tempo em mim,
O peso das toneladas que tenho que arrastar;
Um velho réptil, alligátor, lagarto encafurnado
No lodo da toca da solidão de brancas esperanças. (2)

terça-feira, 21 de maio de 2013

O tempo já está a passar e é o meu tempo que está a passar; BH, 0140202000; Publicado: BH, 0210502013.

O tempo já está a passar e é o meu tempo que está a passar
E vejo-me na contingência de continuar na minha peregrinação
Por estes pergaminhos de papiros, que trago de lembrança das
Catacumbas dos faraós do antigo egípcio e suas pirâmides; e
Por sentir que o meu tempo já está a passar, não está mais do
Meu lado e já estou a transpor a barreira do final, tento
Correr atrás do tempo perdido e não verifiquei o perigo em
Que me lancei, sem experiência, sem determinação, sem força
E sem coragem e fé; e até a luz que era a minha alucinação, se
Apagou e me vi nas trevas sombrias, infinitas e bárbaras; e
Cada determinante do meu ser se perdeu, cada componente do
Meu caractere genético entrou em pane, se fundiu e os meus
Cromossomas não foram necessários para a criação dos meus
Neurônios; e até o meu corpo caloso foi gerado deficiente, a
Dificultar-me o relacionamento, o raciocínio e a percepção
Das cisas boas e do bem da vida; não sei me comunicar, não
Sei falar, não sei ver e nem sei ouvir; tomar banho sozinho,
Ou escovar os dentes, não sei entender e nem compreender
E nem sei amar; não tenho paz interior e até pareço um
Energúmeno em crise e em transe devido a quantidade de
Entidades que habitam minha alma e meu espírito; faço uma
Devassa em mim e não encontro vestígio de nada, não
Encontro sobras de restos nenhuns e tento dar de mim, cem
Por cento, porém, como cem por cento de nada é nada, nada
Posso dar de mim; nem as minhas respostas que tento fazer
Com que elas saiam com inteligência, consigo; e nem as
Soluções, que tento encontrar com sabedoria, vêm, caem
No vazio, na canoa furada, no vácuo da imensidão da minha
Inexistência, que o tempo me arrasta; houve uma época, em que
O tempo, a era, a razão, estavam do meu lado e não soube
Acompanhar a oportunidade e me vi totalmente perdido e
Escondido de medo, de covardia e fraqueza, fragilidade e
Inconsciência abstrata e pobre de conteúdo de modernidade,
Contexto e racionalidade; mas, ou minha cabeça vai explodir
Um dia, ou, um dia, minha cabeça vai implodir, alguma coisa
Precisa acontecer, alguma coisa precisa inverter o processo,
Para que possa passar a me considerar, a acreditar em mim
E a me aceitar, e deixar de ficar suspenso por qualquer tolice
E imbecilidade, burrice e asneira, próprias ou alheias; já que
Fui abandonado pelo tempo, meti os pés pelas mãos, me perdi
No mar de erros, de mentiras e de falsidades; cabe a mim, me
Procurar e me estabelecer, impor as condições necessárias e
Aprender a escolher, a separar o joio do trigo e assim evitar
As turbulências, os transtornos, os percalços e tudo mais que
Possa gerar depressões, mal estar e desânimo; e saiba que a
Minha angústia é justamente por não conseguir crescer sozinho
E saiba outra vez, que a minha agonia é a falta de composição,
De definição, a falta de todo e qualquer componente de
Independência, de verdade e de conotação; não tenho a
Contenção verbal, a moderalidade textual e a linguagem linear
E repetitiva já está saturada; e não encontra mais eco, nem
Respaldo, nem no meio literário e nem no meio de material
Impresso, mas continuo na luta, na busca e na saída honrosa;
Continuo na perseverança, na diligência e na criação, na
Criatividade, então é o que se pode chamar de mãe, mãe do
Perseverante, mãe do audaz, do corajoso, que nada o intimida,
Nada o faz tremer e vacilar; e a conseguir segurar um pouco
O meu tempo e a superar os temores que me balançam, me
Sentirei recompensado, realizado e pronto a ser feliz; fora
Isso é só o buraco que quer me engolir, é só o emaranhado
Que cada vez mais se enrosca em mim, se embaraça nas minhas
Pernas, prestes a me fazer cair e tenho que me agarrar em
Qualquer ilusão, tenho que me segurar em qualquer mentira;
E me sustentar assim mesmo e me manter flutuado, em estado
De levitação, hipnotizado, em concentração transcendental, para
Não repetir os mesmos erros, os mesmos defeitos, e falhas, que
Podem por fim definitivo, a todas as vidas valiosas, que deveriam
Ser preservadas; e não ceifadas abruptamente, longe do horizonte,
Distante do sol, da lua, das estrelas e de todos os atros, do
Coração e do peito que poderiam dar o amparo, a guarida, a força
Que faltam e que falham quando pensamos que vencemos, que
Somos vitoriosos; e seguimos avante, apesar das pedras e dos
Espinhos, não podemos é chorar eternamente, clamar e reclamar,
Sem o empenho da luta, sem a batalha e a guerra; o sabor do sangue
Derramado, o gosto do suor, a dor do parto, a dificuldade de quebrar
O elo da corrente, de vencer a fortaleza e transpor todos os portões;
Muros e muralhas que querem nos enterrar aqui no abstrato, na
Insignificância, na inexistência; doer com certeza vai doer e a dor
Não é efêmera, é real, efêmeros somo nós, que não temos e pelo
Menos sei que não tenho, o escrúpulo de dizer que amo, sem a
Ridicularidade da pieguice e a sova da crítica contumaz que destrói
Qualquer obra, por mais clássica e prima que seja e que pensamos
E sabemos reconhecer, até por onde impera a ignorância, a
Falta de vontade, de reciprocidade e atenuante
Lógica contida  na ética que eleva o moral,
A autoestima, a dissipar toda a dúvida, toda
Depressão, sensação de desvario, remorso e peso na
Consciência, frieza na barriga, calafrio na espinha;
O tempo está a passar e é o meu tempo que 
Estou a perder e sem recuperação, a perder e a
Não encontrar a atitude certa, o lugar certo, na hora
Certa, a valorizar e a preocupar com a formação do
Futuro; a preocupar com a composição química
E física, e material, sem no entanto esquecer
A metafísica. a espiritualidade, a filosofia, que
Todos conhecemos e que foi a base de todo tipo
De formação da humanidade; desde quando o
Tempo não passava e o homem só perdia o
Seu tempo com o pensamento, ao tentar desvendar
Os mistérios do universo, das leis, das teorias e
Das teses que compõem tudo que se manifesta
Debaixo do sol, acima do sol, do lado claro da
Lua e do lado escuro da lua; do fundo dos
Mares e do outro fundo que tem debaixo do fundo
De todos os mares, que é o fundo mais profundo
Dos oceanos do mundo; e a maneira de chegar lá é só
Através do tempo, se ele estiver do nosso lado e nós
Não estivermos flagelados em campos de refugiados,
A apodrecer em calabouços, masmorras, a ferros em
Bastilhas, torturados e depois esquecidos sem a alma
Da liberdade que é o maior dom e bem do homem. (1)

E nada melhor do que clamar pelos espíritos; BH, 0170102000; Publicado: BH, 0210502013.

E nada melhor do que clamar pelos espíritos, 
Nada melhor do que clamar pelas almas
Dos celebres e dos privilegiados na poesia, na literatura,
Nos poemas, nas odes, nas elegias, nas óperas e nas operetas,
Sinfonias e sonatas e qualquer outro exemplo
De manifestação clássica e erudita e genial;
Nada melhor do que receber o prana da inteligência,
O carma da sabedoria e da genialidade  dalgum
Espírito de alguém que admiramos e que só está
A esperar uma luz de nossa parte, para se manifestar;
E nos trazer grandes heranças e teorias e teses e outros
Tipos de manifestações culturais e sábias e sensoriais;
E espero confiante que um dia consiga,
Atingir a evolução, a modernização e a futurização,
De receber em primeira mão, em total canalização,
As mensagens de qualquer forma e tipo, por aqueles,
Que queiram se comunicar com a humanidade;
Mesmo aqueles que a humanidade foi culpada
Pelas mortes, pelas humilhações e pelas exterminações;
Mesmo aqueles que queiram mandar para o mundo de cá,
Uma mensagem de ira e de raiva, tipo Sócrates,
Que morreu injustamente a beber cicuta,
Galileu, que foi perseguido e Copérnico também, bem como Bruno;
E não adianta falar em nomes, pois são
Inúmeros e milhões e o papel não caberia 
E nem lembraria o nome de todos;
Por isso generalizo no meu pedido de contato
E na minha colocação à disposição,
Desses espíritos e almas, que quiserem me
Usar para passar alguma participação de sabedoria;
Conhecimento filosófico, razão, ética, metafísica,
Geometria, matemática, história, astrologia, pintura,
Música, religião e qualquer outro assunto,
Que abranja o bom desempenho da humanidade;
Não admito ficar sem me comunicar sem vós,
Não admito ficar sem receber uma comunicação;
Talvez assim consiga sair deste limite,
Deste estado de limitação e obtusidade,
Deste estado de opacidade e falta de luz,
Deste caminhar na escuridão das trevas;
E sinto que posso conversar convosco,
E sinto que através de vós, venha
Aprender muitas coisas que não encontrei,
Aqui no meio dos mortos desta humanidade;
Porque na verdade os vivos são vós e os mortos
Somos nós, que ficamos aqui sem aprender a viver;
E sem aprender a morrer e até hoje com medo
De almas e espíritos e de cães e de infernos;
Com traumas de pecados e de salvação,
Com traumas de fé e de ilusão e falsidade;
Não aguento mais viver no meio de mortos,
Não suporto mais viver na mentira e na dor; 
E gostaria de aprender se vale a pena continuar
A gotejar aqui nesta humanidade de mortos;
Mortos podres e perdidos, sem sepulcros e sepulturas,
Sem amanhecer e ocaso, sem crepúsculo e anoitecer;
Não me preocupo com a minha aparência de
Minha existência aqui, se não posso levar,
Uma vida espiritual como se fosse, ou tivesse
Um espírito, uma vida de alma e como se 
Tivesse uma alma e uma mente e uma memória;
Gostaria de viver assim só na lembrança,
Na consciência e no pensamento e no cérebro;
Não gostaria mesmo de ter esta vida física,
Material e vazia e longe dos padrões de emoção,
De sensibilidade e de inspiração,
Longe de criatividade e de luminosidade;
Quero é uma vida de silêncio de surdo de nascença,
Uma vida de cego de nascença, uma vida de mudo
De nascença, porém, onde o bojo de complexo
Sensorial, seja a morada de todos os espíritos dos
Deuses do Olimpo; seja a morada de todas as almas
De todos aqueles perseguidos e queimados pelas
Fogueiras da ignorância da inquisição e mortos nas
Câmaras de tortura; dos suicidas e linchados e os que
Esperam a vez no corredor da morte e que seus
Espíritos encontrem refúgio no meu interior;
Que me contem suas histórias e dramas,
Seus fatos e boatos e suas verdades e mentiras;
E se vós não vierdes, me espereis aí,
Minha vida e meu tempo e minha era;
E minha passagem por aqui é pequena, é
Efêmera e frágil como um voo de borboleta;
Espereis-me aí, que breve irei ao encontro,
Breve irei gozar convosco da imensidão do
Universo e deixarei de ser este morto entre
Os mortos da humanidade, pronto a abraçar
Todas as almas e todos os espíritos que queirais
Receber-me aí onde estais, ou se quiserdes,
Podeis vir me buscar e me ajudar na
Minha transposição, na minha metamorfose,
Na minha viagem de ida para o mundo dos vivos,
Pois os vivos estão aí e não aqui entre nós;
Se não quiserdes mandar mensagens,
Recebais as minhas e me espereis, logo, logo,
Estarei aí para conversarmos e trocarmos
Ideias sobre cultura e realizações de ideais;
Quero ser o primeiro membro desta humanidade
A manter correspondência real, espiritual,
Sensorial com espíritos, almas que querem
Continuar a contribuir para a evolução,
Desenvolvimento e purificação da humanidade;
Não faço isto por mim, pois quero deixar de
Existir no plano material, quero deixar de
Existir como matéria humana e só
Existir de verdade em espírito e em alma;
Só existir de verdade na verdade e
Na liberdade de existir sem compartilhar
Da ruína e da destruição deste bem,
Que não sei quem deixou a povoar o universo. (2)

Não sei como é que a humanidade continua a existir; BH, 0170102000; Publicado: BH, 0210502013.

Não sei como é que a humanidade continua a existir,
Se tivesse o dom da pergunta, perguntaria à humanidade:
Como é que ainda existes, não te destruístes e nem foste destruida?
Pois, desde que o primeiro ser humano colocou a cabeça para fora
Da cavidade vaginal, da primeira mãe a dar a luz, a humanidade
Perdeu-se no vácuo, na maldade e na imperfeição eternas;
A iniquidade tomou conta e o pecado é a meta traçada,
Por cada clone de primatas que chamamos de seres humanos,
Tanto já destruiu e fez por destruir, que é quase impossível,
Ficar sem obter respostas, mesmo eu que não tenho o dom da pergunta;
E o único culpado do próprio extermínio extremo  é ele mesmo, o ser
Humano, que cava ao crepúsculo o sepulcro, onde faz questão de lançar,
Os restos apodrecidos, de toda a história, que não soube contar;
Triste e vergonhosa é a saga, desde o berço, o primeiro suspiro
E tantos homens vieram, com ilimitação, grandeza, espírito incomum,
Com limitação da própria vida, à felicidade e não conseguiram
Sensibilizar, um componente sequer, desta vil e ignóbil humanidade;
E como não tenho dom nenhum e nem quero ter,
Pois já carrego o meu fardo, e não é leve, já carrego o meu legado,
Pesado como se fosse feito de chumbo, que chega a me vergar
As costas e a coluna, a me sufocar e a dificultar o respirar e
Não vejo a maneira de salvar e de libertar esta turba;
Antigamente, na época da inquisição, quem queria
Ser salvo, pagava à Igreja Católica, uma certa remuneração,
Recebia um certificado, assinado por alguma autoridade eclesiástica,
Que garantia a salvação; hoje tem gente que acredita, que se pagar o
Dízimo às igrejas evangélicas, já está garantida a salvação eterna, a
Prosperidade aqui na terra e a libertação dos jugos;
E já penso totalmente ao contrário e quem quiser,
Que dê de dízimo até os olhos; e doei todos os meus órgãos,
Quando fiz a minha carteira de identidade;
E não espero ir para o céu por isto, fiz por obrigação,
Era o mínimo que poderia fazer por esta humanidade;
Apesar de pensar que todos não merecemos mesmo ser salvos,
Merecemos o que nós todos estamos cansados de saber que merecemos
E nem é preciso repetir o óbvio e a lógica do nosso final;
Quem tiver capacidade que inverta a situação natural,
Quem for competente que se salve duma vez no seu destino;
Pois já estamos cansados de nos ver perdidos e abandonados,
Iludidos pela mentira e pela falsidade, longe
De atingir de verdade a liberdade total que,
Nos fará nos libertar de todos os preconceitos e
De todos os dogmas e de todos os tabus e de
Todos os complexos e mazelas e mandingas e amarrações,
Macumbas e despachos e trabalhos de feiticeiros,
De bruxarias e de missa negra e magias e encantos;
Se para melhorar e evoluir o homem é capaz de
Se voltar contra si mesmo, ir ao fundo do nada,
Espojar na lama, vender a alma, pagar e ficar a dever;
O bom é procurar dentro dele mesmo as respostas,
As soluções, as resoluções que o tirará da meta final,
Do paredão de fuzilamento, da morte por enforcamento;
Do precipício do abismo colossal, donde nem
A alma e nem o espírito sobreviverão para contar
A história do era uma vez uma humanidade;
E ninguém poderá modificar o final triste desta história sem fim;
Ninguém poderá atingir o âmago da razão e da sabedoria, por mais
Que se pense digno de possuir a chave da genialidade e da ética,
Do equilíbrio emocional e do controle das tempestades
Interiores e das procelas e furores que atormentam e
Causam o nosso desespero e as nossas depressões infinitas; e
Não nos deixam adquirir a paz essencial e o amor
Que não sejam o elo da pieguice e do temor de quem
Não quer amar por sentir vergonha e pudor pudibundo
Em ser feliz e espalhar a felicidade no peito onde bate
Um coração danificado em compasso com demais órgãos,
Desenvolvidos na áurea da luminosidade plena; e totalmente preparada
Para inverter o fio da meada, na tentativa de somente querer
Ver com os olhos, não ver e sentir com o coração,
O que o coração não quer sentir, nem perceber e nem entender,
O que vem a ser o maior marco da ignorância, da brutalidade e da
Falta de delicadeza, e bom-humor, calma e tranquilidade;
Serenidade e mansidão em saber ouvir o embrião,
Saber ouvir o lauto sem se deixar influenciar por qualquer
Que seja a razão apresentada por ele;
Quem manda é o conjunto do comboio que nos
Comanda nas horas mais incertas e não nos abandona;
Não vai nos trair e nem vai nos decepcionar jamais,
Já que perdemos tudo, não podemos perder a esperança;
Não podemos perder a confiança e cada vez mais
Fortificá-las para o nosso próprio bem; pois quem espera,
O sonho cair do céu e se tornar realidade, não consegue;
Tem é que ir atrás e tornar a realidade, realidade, a água
Que mata a sede do perdido no deserto desconhecido;
Sonhar realmente não custa nada e ficar só a sonhar
Também não se consegue nada, em vez de dormir,
É melhor sonhar acordado e a fazer por onde merecer,
Que seja transformado e realizado sem interferência,
Sem ingredientes e outras perplexidades e reflexões;
Em busca da boa sorte e do fim do azar, a da ajuda de
Deus, que está no céu, que vai mudar a tua vida
E te endireitar para que sejas feliz quando morrer;
E já que não quero ser feliz quando estiver morto,
Não quero mais nada depois que morrer;
Pois passeia a minha vida a chorar e a sonhar, a
Orar e a lamentar e a pedir a Deus ajuda;
Passei a minha vida a ir atrás das coisas que 
Nunca poderia encontrar para me satisfazer e realizar;
E não acordei ainda, não tirei de mim o estigma
De sonhador inveterado, que espera a sorte e a
Oportunidade que nunca vou conseguir;
Não dinamitarei a barreira formada por pedreiras de
Milhões de cordilheiras que carrego dentro de mim;
Passariam gerações e mais gerações e não conseguiria,
Dinamitar as montanhas e os picos e os morros e as ladeiras,
Que trago dentro de mim, recobertas por chumbo e por
Concreto armado, sustentados por vigas de aço;
O dia em que me livrar, vou dar uma festa,
Uma comemoração de contentamento e alegria;
O dia em que me ver liberto, vou convidar
Toda a humanidade para comer e beber às minhas custas;
Não quero ninguém a reclamar nem de sede e
Nem de fome e nem de tristeza e nem de dor;
Quero só todo o mundo a comer e a beber numa festa,
Um banquete mundial e sem fim, onde nada de ruim
Poderá acontecer e só a participação de todos,
Para que seja um acontecimento épico e clássico,
Tipo um poema de Homero, de Virgílio, ou doutro
Grande poeta da galeria das celebridades eternas;
Dos quais conclamo os espíritos e as almas,
Dos quais conclamo os fantasmas e as mentes,
Que estão por aí no além, ou no limbo, ou no aquém;
Avisem-me onde procurar para ser os convidados
Mais importantes e mais esperados dos banquetes que,
Pretendo fazer no dia em que a liberdade me atingir; (1)

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Não chegamos a conhecer a cor do sangue de Frank Sinatra; BH 0120102000; Publicado: BH, 0200502013.

Não chegamos a conhecer a cor do sangue do Frank Sinatra,
Da mesma maneira que nos chocamos com a cor
Do sangue de John Lennon, vermelho e vivo e quente,
Igual toda a trajetória da vida que ele levou;
John Lennon é um dos pedaços que me basta,
Até hoje John Lennon é um dos pedaços com que fico satisfeito,
Usou e abusou da inteligência e da sabedoria;
Mostrou a sensibilidade e a genialidade à flor da pele,
Criou e usufruiu da cultura e não fez mal,
Não se sentiu mal e nem infeliz ao falar em amor;
Ao uivar pela paz, mesmo sem ser ouvido
E se estivesse vivo ainda hoje, tenho a certeza,
Que estaria a incomodar Boris Iéltsin pelos bombardeios,
Estaria a abominar o Vladimir Putin por causa da Chechênia; e
Estaria a bradar contra: as crianças mutiladas,
Os campos de refugiados abandonados e as guerras;
A morte de John Lennon calou a voz que feria
Os ouvidos daqueles que odeiam a paz e amam a guerra
E até hoje desconheço outra voz que ocupe o seu lugar;
Muitas vozes se levantam e gritam e uivam e ladram,
Mas não têm a profundidade e a ferocidade
Que tinha a voz de John Lennon, voz de fé e de luz
E que fazia tremer o mais poderoso dos poderosos,
Que o fazia sentir vergonha dos seus atos,
O mais alto componente da aristocracia inglesa,
Ou norte-americana, ou mesmo mundial;
E nunca pegou em uma arma, nunca deu um tiro
E este meu pedaço foi embora com cinco tiros;
Mas ficou a metralhadora da sua música,
Ficou o tiroteio dos seus versos e os torpedos
Da sua língua e da suas poesias, ficou o estouro
Causado por todo o seu comportamento;
E ao juntar todos os pedaços dos meus pedaços
E quero me formar um dia uma muralha,
Uma pirâmide, ou uma ponte donde 
Atravesse para encontrar os outros que
Seguiram adiante e não me esperaram;
E tenho fé que irei para lá também,
Fortalecido como se fosse de luz do sol,
Esclarecido nas trevas como se fosse de luz da lua,
Embevecido como se fosse um gênio e
Possuidor da chave da garrafa da libertação;
E onde souber que existe um pedaço,
Num palheiro, ou no fundo do mar;
No Inferno de Dante, ou no céu de sombras,
Lá estarei para buscar, aonde o vento não for,
Aonde a chuva não chega, onde o pensamento
Jamais poderá habitar; e habitarei para trazer
A pedra que não quer ser removida,
Da porta do sepulcro por causa da ferida;
E que em toda despedida choramos de dor,
Na cavalgada não encontramos o apaziguador,
Só o triturador dos nossos ossos e corações;
Os incineradores e alto-fornos, onde centenas de almas,
Transformaram-se em cinzas e fumaças de incensos,
Esquecidas pelo tempo; e pelas mentes que
Já se ocupam com futilidades e perderam,
A capacidade de buscar na memória o horror,
De todos os grandes crimes hediondos cometidos,
Pela humanidade em nome da humanidade;
E não suporto mais a continuidade dos fatos,
Ver a história se repetir à toda hora na nossa cara,
Ver que os mutiladores de crianças estão impunes,
Os assassinos de almas inocentes estão impunes,
Os senhores das guerras continuam com seus intentos
E não sentem nem remorso e nem vergonha,
Por espalharem cadáveres na superfície do planeta;
Chega de morticínio em vão e sem causa,
Chega de matança indevida e por nada;
País nenhum tem o direito de manter outro país,
Sob o seu jugo, a ditar o destino e a regra do povo;
Todo país tem o direito de ser livre e à liberdade,
Liberdade para a Pátria Basca e Cuba, liberdade,
Liberdade para a Chechênia e para a Palestina, liberdade,
Liberdade para Serra Leoa e para a Cashemira, liberdade,
Liberdade para todas as províncias e colônias,
Que por acaso vivam sob a tirania de
Qualquer potência, que deseja e queira,
Mandar na vida  social e econômica, liberdade;
Deixeis que os povos tracem seus próprios
Destinos e caminhos e estradas e soluções;
Só um pedaço me basta e não quero mais do
Que um pedaço desta pedra para derrubar,
Os gigantes que querem nos esmagar; e
Que ao nos juntar, todos nós formemos uma
Imensa e uma grande barreira, para não deixar,
Que a nossa água flua pelos dedos;
E nossas canções se percam no vento, sem
Chegar aos ouvidos sedentos por canções
De amor e de justiça e de paz e de felicidade;
Nas cabeças deles só as nossas pedradas,
Para que por onde passemos, consigamos
Atingir os nossos objetivos; e deixar as nossas
Mensagens escritas, com os nossos sangues,
Nas cascas das feridas crônicas, que não
Poderemos suportar mais, sem nos manifestar;
Pelo fim da infelicidade e da ignorância,
Pelo preservação da cultura do bem e da boa educação,
Pela preservação das histórias dos nossos heróis;
Que nossos filhos sintam orgulhos como nós
E aprendam a fazer história e a criar a cultura,
A saga e a meta traçadas no horizonte,
Com a glória e com a honra e com o destemor;
Firmeza na voz e no espírito,
Rochedo onde a alma encontre segurança.(2)