sábado, 30 de setembro de 2017

Um poeta não pode ser um artista; BH, 0300902000; Publicado: BH, 0270902013.

Um poeta não pode ser um artista
O martírio é a poesia dum poeta
Um poeta não faz arte não faz obras-primas
Faz trabalhos penosos não pensa não constrói
Tijolo sobre tijolo se arrasta onde Jesus foi
Crucificado renuncia a si próprio morre num monte
Sem vegetação não tem a inteligência com a forma
Aproximada dum crânio calvo a vida dum poeta tem
Que ser um calvário um poeta não é uma clareira
Não tem a parte da cabeça clara como a calva
Só o pensamento calunioso a escrita que serve
Para caluniar a natureza o rabisco que
Contém a calúnia a vergonha de ofender
Atribuir falsamente fato definido como crime
O poeta é caluniador calunia a própria mãe
Faz da calúnia o alimento a digestão de
Ofensa grave com acusações de pessoa de
Estatura pequena de boneco camundongo de
Qualquer coisa diminuta o fetiche que o representa
Pequeno divindade secundária do culto banto
Calunga de calundu de mau humor a irascibilidade
Da poesia de marinheiro de primeira viagem
Indivíduo sem prática em qualquer atividade
Poética estudante novato duma escola
Sem escola uma faculdade sem faculdade
Um calouro caloteiro que dá calote na literatura
O poeta é esta figura não paga o que deve
Faz do escrever o não escrever faz do calotear
Não pagar uma dívida o contrair para passar a
Intenção contraída a peça que protege as
Extremidades dos eixos dos automóveis da terra
A parte duma esfera ou cilindro compreendida
Entre planos paralelos o poeta vive fora das calotas
Não tem o corpo caloso não tem o calor não
Apareceu na tomografia computadorizada não tem
Qualidade do que tem qualidade não tem a dureza
Da calosidade o poema ardoroso veemente ao
Observar as flores calmoso ao sentir o mar caloroso
Para a medição da quantidade de calor dos corpos
Da parte da física que trata da calorimetria do
Aparelho que produz calor não para matar secar a
Água na fonte a flor na terra o fruto no pé o que
Mudar a energia sob forma de calor para salvar
O amor calorífico o aquecer da luz do sol ó
O desenvolver ao calorificar para que esses seres
Mantenham temperatura constante desenvolvimento
De calorificação nos corpos dos animais o coração
Usar o teor calorífero aquecer os recintos
Fechados onde o sangue esconde a caloria
A umidade com que se mede a quantidade
Que deve ser fornecida a um grama d'água
Sob pressão atmosférica normal para que a
Sua temperatura passe de 14, 5° a 15,5° de quem
É sensível calorento que tem ou onde há
Calorão excessivo abrasador no auge da luta
Coragem na refrega animação a sensação que
Se experimenta quando se toca ou se aproxima
Dum corpo quente de mulher fenômeno físico
Que determina a elevação de qualquer
Temperatura montículo inchaço em qualquer
Parte do corpo igual a um calombo uma
Substância dura tal a que une consolida
Ossos fraturados por pressão ou fricção continuadas
A causar o endurecimento da pele em certo ponto
Um calor temporário abafado quente tranquilo
Sem vento calmo com importante tranquilidade
Sem ausência de fatos ocorrências a cessação
Do movimento das águas a calmaria com a
Maria Cal até tornar a acalmar a calmar a amar o
Mar com o sedativo dum beijo o medicamento
Que alivia dores acalma tranquiliza serena
Com serenidade um calmante de carícia uma
Carícia mais avante mais adiante mais forte do
Que o mar em toda hora do dia da noite com
Calma abafamento atmosfera um cálix de
Vinho um cálice de sangue um calista pedicuro
Um gênero de  música improvisada cantada o
Calipso natural do Caribe triângulo amoroso das Bermudas

Não sei perdoar nem esquecer; RJ/SD; Publicado: BH, 01º01002013.

Não sei perdoar nem esquecer
Se alguém me faz um mal
Penso que isso não é bom
Mas não consigo mudar tentar
Viver melhor como todo mundo
Nunca tive amor nem fui criado
Com amor só sei pagar o mal
Com o próprio mal não consigo
Fazer o bem como é difícil viver
Assim não sei perdoar não sei
Amar sou um ser perdido na
Vida no mundo sou uma
Molécula que se desprendeu da
Matéria sumiu no espaço
Como sou mau como pratico o
Mal não sei viver em paz que vida
Levo alguém pode me ajudar?
Dar-me amor dar-me paz
Ensinar-me a fazer o bem quero
Viver também ser feliz aprender
A perdoar a esquecer quero num
Dia de sol de luz simplesmente ser

Limpo no pano as canções sujas de sangue; RJ/SD; Publicado: BH, 01º01002013.

Limpo no pano as canções sujas de sangue
Das minha lágrimas choradas no pranto
Pranto da morte corto com a faca faca da
Vida os versos das poesias poesias
Vividas ao teu lado lavo-me no sangue
Da minh'alma sofrida agora que
Foste embora limpo no pano de chão
A tua lembrança mato o meu medo
Medo de sofrer apago a tua imagem
Do meu pensamento afugento o sabor
De teus beijos da minha boca só em
Sonho te vejo toda enfeitada de
Estrelas do céu peixinhos dourados
Do fundo do mar a vir a voar para mim
Para o teu amor me dar prefiro morrer
Do que sonhar limpo no pano as canções
Sujas de sangue das minha lágrimas
Choradas no pranto da perda de ti

Gandhi; RJ/SD; Publicado: BH, 01º01002013.

Pele osso pequeno torto
Sem roupas sem dinheiro
Sem armas sem exércitos
Gandhi conseguiu libertar a
Sua nação dum povo hostil
Que queria escravizar a sua
Pátria não usou violência nem
Usou ódio a sua arma invisível
Ninguém via foi o amor a não
Violência o desprezo ao ódio
Gandhi um bom exemplo de
Vida dum verdadeiro amor
O mendigo que revolucionou o
Mundo com seu modo de amar
Explorou a sabedoria o poder
Mental não se preocupou com
A religião nem com a sociedade
A sua única preocupação foi a de
Propagar o amor a de fazer o
Bem Gandhi foi mais um santo
Do que um homem Gandhi foi

Para que passar pelo campus a passear pela área duma escola; BH, 030401002000; Publicado: BH, 0300902013.

Para que passar pelo campus a passear pela área duma escola
Colégio faculdade ou universidade onde estão os edifícios?
O desemprego está aí com o diploma na mão se exige
A experiência que o recém-formado não tem para
Que essa camuflagem esse camuflar da verdade
Disfarçar da realidade o esconder sob falsas aparências
Dissimular como numa guerra nalgum armamento
Ou local estratégico? a burguesia trata o povo como
Se fosse um pequeno rato doméstico a elite nunca
Vestirá o povo de camurça de cabra montês da família
Das autilópidas; a pele desse animal é usada em luvas
Sapatos é também a cor do pêlo pardo avermelhado
Das cavalgaduras a vida no xadrez neoliberal a prisão
Por crimes hediondos em penitenciárias a cachaça que 
Levou o estuprador a atacar a matar as crianças a alavanca
De madeira com que se governa o leme dos navios
A designação dalguns objetos alongados cilíndricos a
Planta da família das canáceas a cana-de-açúcar das
Gramíneas da qual se faz o açúcar a cachaça o
Melado outros produtos o canadense natural do Canadá
Do fosso que transporta água do que transporta carros
Por debaixo do Canal da Mancha com corte de terreno
Para comunicação de mares o estreito de mar de rio
Por outras águas são desviados por irrigação a cavidade
Ou tubo que dá passagem a líquidos ou gases nos corpos
Organizados a frequência de irradiação das estações de
Televisões intermédio meio competente adequado de
Tramitação de processos ou projetos de leis que só existem para
Pobres negros marginalizados putas a canalha da burguesia
Continua a reinar o conjunto de pessoas previsíveis da elite
Continua com a mesma pregação na alta sociedade é só
Gente ordinária ralé reacionária que não tem caráter
Nem pudor é só canalhice do presidente ao senador do
Deputado ao vereador do prefeito ao governador o povo
Fica sem canalização não tem como canalizar ideias
Os canos os canais para os ideais perdem o efeito
Canalizador não existe mais o líder que canaliza o povo
A pessoa que trabalha para colocar cortar dirigir as
Valas conduzir para algum lugar o Moisés cananeu
De espírito canalizável com ato que pode ser canalizado
Não existe mais em Canaã vive agora no canapé
No assento comprido com costas braços deitado com duas
Ou mais pessoas agradáveis esqueceu do canarino já
Esqueceu do natural das Canárias no Oceano Atlântico
Sumiu o pequeno pássaro de canto melodioso originário
Das ilhas o canário a pessoa de voz melodiosa canarino o
Certo jogo de carteado de sois ou mais parceiros a diligência
Policial a canoa o corcunda de Notre Dame atrás da sua bela
Esmeralda não a encontra na cesta longa pouco alta de cipó
Ou fibras de madeiras flexíveis a canastra do canastrão
Do mau ator que não sabe sorrir não sabe viver que não
Sabe sofrer que não sabe cantar igual Janis Joplin que
Cantava com o aquém de si o além de si com
O que tinha com o que não tinha buscava
Em qualquer lugar em qualquer coisa cada vez
Mais recursos para cantar sempre eternamente Janis
Infinitamente Joplin do canto multiplicado tal plantação de
Canavial verde às vezes cancã com dança francesa
De movimentos ágeis velozes a canção o canto a composição
Poética de amor de tudo mais para ser cantada para romper as candelas
Romper as portas dos tímpanos com grade de ferro ou de madeira
Buscar o cancelamento do ódio o ato de cancelar a ira
De anular a raiva eliminar o rancor impedir a cólera
Suspender a injustiça interromper a violência em todos os meios
Curar o câncer da sociedade da designação genérica dos
Tumores malignos curar a doença produzida pelo desenvolvimento
Exagerado de células curar o cancro mandar para a constelação
Signo do zodíaco ouve então o canto do canceriano
Do nascido sob o signo de Câncer manda já o cancerígeno
Atropelar outro organismo inorgânico para não cancerizar-se
Transformar a cancerologia o estudo dos tumores malignos
Num ninho de sonho não num pesadelo cancerológico

Não carrego na cabeça nada mais que seja relativo; BH, 0501002000; Publicado: BH, 0300902013.

Não carrego na cabeça nada mais que seja relativo
A cabelo ou do que seja delgado como cabelo só
Em anatomia a designação dos vasos delgados que
Interligam as pequenas artérias as veias da parte
Física que estuda os fenômenos capilares nesta
Matéria não tenho capelo capuz usado por frades ou
O manto de doutor nem o honoris causa o chapéu
Cardinalício sim a parte dilatável do corpo
Dalgumas serpentes o capelão religioso esperto que
Chefia um bando que diz missa em capela tal o padre
Encarregado de prestar auxílio espiritual nos
Regimentos militares preparados para matar em
Qualquer parte em pequena igreja os músicos que
Tocam nela estabelecimentos que vendem todas as
Quinquilharias não adianta capear não adianta 
Cobrir ou esconder sob a capa da falsa verdade
Agitar a mentira catucar a onça com canivete
Pequena faca de lâmina móvel que se fecha sobre o
Cabo que se esconde igual a um carango um
Calhambeque um carro velho de fundo de
Garagem um piolho do púbis uma caranguejola
Armação de madeira pouco sólida uma palafita
Amazônica em mau estado o membro ou
Adepto do partido político que pleiteava a restauração
De D Pedro I o apelido dado a Diogo Alvares pelos
Tupinambás da Bahia o peixe marinho da família dos
Murênidas caramuru caramujo que representa a
Pessoa retraída que sou uma imagem de sombra
De silhueta esquisita um molusco gastrópode univalve
Com cabeça massa visceral pés tentáculos a
Carregar uma concha de caraminhola de intriga de
Mentira no fundo o que sou quero sobre minhas costas
É todo o sofrimento do mundo no fundo o que quero
Em meus olhos são as lágrimas de todas as crianças
Que choram que sofrem violências que são agredidas
Espancadas abandonadas em todas as partes do
Mundo no fundo o que quero é que toda injustiça
Do mundo esteja para mim como uma cara-metade
Como uma esposa em relação ao marido é por
Isso que não quero sorrir não quero ser feliz enquanto
A grande maioria vive nas areias escaldantes dos
Desertos é por isso que quero a infelicidade não
Quero o caramelo enquanto a maioria vive com o sal
Grosso esfregado nas feridas não quero o açúcar
Fundido decomposto em parte pela ação do
Fogo não quero a guloseima feita de açúcar
Assim tratado a juntar-se café cacau se a
Maioria morre de fome no mundo às vezes
Nem teve uma caramboleira na infância ou
Uma planta da família das oxalidáceas no
Fundo do quintal uma carambola para matar
Ou enganar um pouco a fome só vejo o político
Carambolar bater sucessivamente duma só tacada
Milhares de dólares para o seu bolso como uma bola
De bilhar nas outras duas a ação da bola vermelha
Acaçapar dinheiro de merenda infantil com
Ironia acaçapar dinheiro da saúde pública a
Fingir espanto admiração a pedir CPI
Contra a corrupção exprime caramba quando
Descobrem que um auxiliar está envolvido
Até o pescoço com cara-lisa com cara de pessoa
Descarada cínica lava as mãos a sorrir para
Os holofotes como se nada fosse com ele
Precisamos crescer para acabar com o caradurismo
Político com a falta de vergonha o descaramento
Com que o povo é tratado é preciso banir o
Político cara-de-pau o caradura demagogo
Que fala que rouba mas faz estupra mas não
Mata o povo só não pode é capitular não pode
Nem deve firmar compromisso ou acordo
Mediante condições sombrias o povo não deve é
Render-se aso inimigo ser reduzido a capítulos
Vê a sua história chegar a final como o capítulo
Dum livro imprestável

Escrevo igual ao goleiro dum time de futebol; BH, 0501002000; Publicado: BH, 0300902013.

Escrevo igual ao goleiro dum time de futebol, 
Que, acabou de levar um gol, aos quarenta
E cinco minutos do segundo tempo, numa partida
Final, de disputa de campeonato; e levou
Um frango, falhou na hora fatal e o empate
Dava o título ao seu time: e é aí que ele
Gostaria de estar numa cantoneira; numa prateleira,
Que se adapta ao canto da casa, de ser uma peça
Metálica para quinas de móveis, em forma de
L; um encaixe de papel para fixar fotografia
Em álbuns, tudo que lembra a esquecimento
E a arrependimento, ele gostaria de ser aquela 
Hora, menos goleiro; o que entrou pelo canudo, entrou
Pelo tubo comprido e aquele cacho de cabelos anelados,
Ficou transformado em cão, em mamífero da família
Dos cânidas; numa pessoa ruim, no próprio demônio
Em pessoa e sem perdão e sem desculpas e a
Receber na cara a detonação da peça de
Espingarda que percute a cápsula e ainda
Foi chamado de cego e de caolho; foi
Chamado de zarolho que não tem olho
E se tem, o olho é torto, vê duas bolas,
Segura uma e a outra entra; escrevo
Igual aquele mendigo que anda na
Chuva, coberto de chagas e não tem uma
Capa, para encobrir seus andrajos; não tem
A peça de vestuário larga, com ou sem mangas,
Que pende dos ombros e se usa sobre a
Roupa; e como o toureiro que não tem o pano
De cor viva usado para enfrentar o touro
E igual ao próprio touro que recebe nas costas,
O que envolve o cobre, alguma coisa pontuda,
Uma cobertura que não é envoltório de
Papel, cartolina, couro, ou outro material,
A não ser o ferro, o metal, não como o que
Protege externamente um livro, uma revista
E a parte da sela que protege as pernas do
Cavaleiro do contato da montada; e o
Motociclista que acaba de cair de testa
No meio-fio e lembrou-se de estar sem capacete,
A armadura de copa oval para a cabeça,
Que impede que o teto móvel de moinho
De vento venha a capar o pescoço, castrar a
Cabeça, cortar e separar com a violência do 
Tombo; escrevo dotado de capachismo, com
Ausência de brio e cheio de servilismo, pois
Não passo dum capacho, dum tapete de esparto,
Ou fibra de coco, onde se limpam as solas dos
Calçados antes de entrar em casa; sou uma
Pessoa servil e sem capacidade, não carrego em
Mim a qualidade de capaz; meu recipiente não
Tem volume interior e âmbito e aptidão e 
Não conheço o que é direito legal e grande 
Sumidade de saber; nada pode me capacitar
E não nasci para habilitar e persuadir, não
Nasci para compreender e convencer-me de que 
Posso ser útil à cultura, à literatura e 
Às letras, às palavras, à poesia, à teoria e à poética
Em geral; nasci capado, um porco capado, barrão,
Para a engorda, um capão de qualquer definição:
Frango, ou cavalo, ou ordeiro; nasci varrão, varrasco,
Nasci castrado; não sou o bosque que se
Destaca no meio dum descampado e só
Sabe inutilizar dalgum modo os meus órgãos
De reprodução; não sou um bom capataz,
Um chefe dum grupo de trabalhadores, capcioso,
Manhoso e ardiloso; e quem me olha, sente
Que sou um indivíduo, ou uma coisa
Que procura induzir ao engano; sou um capanga,
Com os fracos sou valentão, contra os covardes
Ponho-me a serviço de alguém para executar
Tarefas violentas por qualquer bolsa pequena,
Usada a tiracolo em viagens, com menor
Número de moedas do que o Judas recebeu;
Sou um Judas capenga, um comprado coxo, um 
Vendido manco; por qualquer capilé, qualquer 
Bebida composta de água e xarope, perco
O capeamento, perco o revestimento moral que 
Nunca tive; perco manto de doutor, a capilaridade,
O capilar e me vejo um careca sem capuz.

Nada de nada; RJ/SD; Pulicado: BH, 0201002013.

Nascemos dum nada para sermos nada,
A substância ainda informe na barriga da mãe,
Que vai pôr no mundo um nada, surgido do nada;
E que seu destino é ser nada, nada de nada
E vira homem com ódio e furor, a tenta lutar,
Para um dia ser; mas para ser, tem que saber
E saber para o homem, é coisa difícil;
Vive na ilusão, a pensar que é; mata e rouba,
Prende e humilha, não dá para ser;
E continua nada de nada; e não sabe
Que só com amor, o homem pode ser;
Mas ele não sabe e nem procura saber,
Que para ser, tem que sair do fruto do amor
E para ter amor é preciso saber.

Vou aprender a cantar para nunca mais chorar; TO/SD; Publicado: BH, 0201002013.

Vou aprender a canta  para nunca mais chorar
Vou aprender a escrever para nunca mais passar vergonha
Vou aprender a falar para nunca mais ninguém falar mal de mim
Vou aprender a amar para mais tarde não sofrer
Vou aprender a ser bom para mais tarde ser feliz
Vou aprender a me comunicar para minha garota não me xingar
Depois dizer que não sei bater um papo
Que não sei conversar
Vou aprender a beijar para não machucá-la na boca
Vou aprender a acariciar para não arranhá-la o corpo
Vou aprender a ser cortês para poder vê-la outra vez
Vou aprender a pensar para mais rápido raciocinar
Tudo que for bom vou procurar a aprender
Pois quem precisa de amor sou o que não quero
Sofrer nem quero aprender a sofrer
Vou aprender a cantar para a minha vida alegrar
Vou gostar de flores meu amor é uma flor
Para a minha vida embelezar
Vou aprender a me dominar para nunca mais errar
Nem fazer besteiras
Vou aprender a ser homem para mais tarde meus filhos
Não reclamarem de mim

Sinto um calor intenso mas não é da minha alma; BH, 0301002000; Publicado: BH, 201002013.

Sinto um calor intenso mas não é da minha alma
É uma canícula que não sei donde vem meu
Pensamento magricela é insuficiente para me
Fazer chegar à alguma conclusão sinto-me uma
Isca presa num anzol com linha cana para
Pescar estou quase a ser engolido por um
Peixe sinto-me uma isca delgada um caniço
Frágil que não suporta sustentar uma pescaria
Em alto-mar por isso desprezo o demônio não
Prefiro as suas ações as suas intensões o
Mantenho sempre bem distante longe de mim
Por mais que esteja a me brindar e a me sondar
Guardo-me como a parte não destacável do talão
Ou livro de recibos ou cheques não sou inábil
Nem procuro ser canhestro para viver realmente
Não uso normalmente a mão ou o pé esquerdos uso
Sempre os direitos não sou canhoto nem uso a
Canhota tento só iludir-me a pensar que o meu
Canhoneiro é a minha escrita a pensar que o meu
Bombardeio é o meu pensamento literário sem
Saber ou talvez até a saber que bilhões de pessoas
De seres humanos no mundo pensam fazem
Escrevem as mesmas coisas que escrevo ao querer
Bombardear com tiros de canhão é preferível na
Verdade escrever o que não venha a dizer que seria
Canhonear só a verdade o canhestro não é o dono
Dela o embaraçado tem é que procurar alternativa
Para desatar o nó o tímido precisa vencer deixar de
Ser o desajeitado que não sabe nada feito às canhas
Nada feito a extremidade superior das botas inferior
Das calças da peça de metal das fechaduras
Denominadas da artilharia do cânhamo a planta da
Família das urticáceas com que se fazem cordas outros
Artigos têxteis às avessas desajeitadamente como se
Fosse feito com a mão esquerda para quem não a tem a
Canha do canguru boxeador mamífero marsupial da
Austrália de até dois metros de altura que anda aos
Saltos não carrega o filhote no cangote ou na região
Occipital na mira sim na bolsa não o trata como
A um traste inútil de homem pessoa ou coisa velha ou
Imprestável cada um dos paus que compõem a
Canga o cangalho de armação de madeira que se
Coloca nas costas das cavalgaduras para segurar
Carga que carregam dos dois lados cangalha
Dos óculos contra a miopia o conjunto das armas
Do cangaceiro o gênero de vida dos heróis históricos
Que a sociedade queria fazer de bagaço de
Resíduo das uvas depois de tirado o seu líquido
Porém o cangaço reagiu o bandoleiro se voltou
Contra o criador o salteador se virou contra os
Banqueiros os latifundiários os coronéis os
Fazendeiros o cangaceiro reinou para derrubar o jugo
A submissão a canga não deixou que se prendessem
Homens no lugar de bois nos carros acabou com a candura
Do sertanejo ensinou-o a não ter mais qualidade de cândido
Com as forças dominadoras acabou com a ingenuidade a
Inocência do homem da seca a pureza do campônio a alvura
Do que vive na esperança que o governo trará a chuva na
Própria próxima eleição para fazer verdejar o sertão que o
Político do governo irá canforar misturar preparar com cânfora
Substância aromática extraída do canforeiro conferir cheiro
Novo à terra às feridas velhas às dores do abandono ao
Sonho canforado que não vem ficou tudo no papel assinado
Com caneta-tinteiro caneta com depósito para tinta a prometer
Depósito para água prometida através de pequeno tubo de
Metal a que se encaixa a pena de escrever que não tem pena o
Sol forte a secar o sal grosso o cebo usado pelos cirurgiões
Para segurar o cautério da canelada da retirada o pontapé do
Retirante na canela sem caneleira sem a liga muito forte que
Os atletas usam nas pernas a não ser a árvore que dá canela
O pó feito da casca dessa árvore

Nada tenho para trocar entre a verdade a mentira; BH, 0301002000; Publicado: BH, 0201002013.

Nada tenho para trocar entre a verdade a mentira
Não discuto cambiar o vinho com a água nem me
Levo a pender para a mentira a falsidade sei que
Até minto nem sempre falo a verdade sou só um
Poeta a cambalear pelas sarjetas da noite sujo de
Carne de mulheres que vive morto a mudar de
Direção de acordo com o entortar das pernas o
Cambar do corpo o voo da cambaxirra nome comum
A diversas aves da família dos troglodítidas sou este
Troglodita cambembe a se intitular poeta sem
Título algum não tenho o dom de imortalizar poeta
É o trabalhador livre que se unia aos escravos no
Serviço da lavoura é o desajeitado vivente cambaio
Cambeta pela natureza gênio pelas letras não
As de câmbio a nota promissória respectiva não
A cambetear a cambial a cor indecisa a gradação
De cores furta-cor irisado camaleão cambiante que
Cambia com a arte com o mudar de cor de
Opinião o trocar de comportamento de sexo de
Moedas dum país pelas doutro fazer
Operações para cambiar nas legislações ou fora
Do cambiário da permuta natural a compra a
Venda de metais preciosos com valor relativo
Dos objetos cambiados na cotação automóveis
De mudança a vida clandestina do negro que
Só procura o cambista negocia com o indivíduo
Que vende fora dos padrões legais das bilheterias
Dos teatros dos estádios etc ingressos com ágio
Cambito com ágio pernil de porco com ágio do
Malandro perna fina que corre mais do que a
Polícia que o confunde com louco curioso quer o
Imobilizar com algemas quer tolher os movimentos
Dos braços com espécie de camisa de lona
Resistente mangas fechadas a camisa-de-força
A camisa de vênus o envoltório plástico que se
Coloca no pênis para evitar contato direto com a
Vagina hoje até o amor perdeu a liberdade virou
Camisaria a mulher camiseira virou peça de
Mobília em que se guardam outras roupas menores
O camiseiro do homem que prefere camiseta de pano
Leve usada sob outra de tipo curta sem colarinho
De mangas cavadas que se usa por baixo para
Resguardo contra o frio ou absorção do suor enquanto
A mulher fica melhor de camisola comprida de dormir
Com chá de camomila a planta odorífera artarácea de
Que se fazem infusões medicinais à beira da camboa
Da pequena lagoa formada artificialmente junto ao mar
Igual ao Aruçu estreito de rio que seca com o refluxo
Das águas sou homem estúpido calabre grosso igual
Ao camelo mamífero ruminante da família dos camélidos
Não tenho nem noção do que sofreu o cambojano o
Natural do Camboja no tempo de Pol Pot até a camélia
Planta da família das tráceas até a flor sente mais do
Que sinto este cambota igual molde semicircular para
Armação de arcos abóbadas este indivíduo de pernas
Tortas cambaio que não dá uma cambalhota esta
Cambraia tecido fino transparente de linho ou de
Algodão existe mais do que sou até este gado de pêlo
Totalmente branco é mais útil do que sou que não chego
Nem a cambucá a fruta do cambucazeiro árvore das
Mistáceas o que restou de minha vida esta cambulhada
Que sou porção de inutilidade cambada de futilidade
Roldão de medo atropelo de covardia de só de ver o
Camburão o carro de polícia para transporte de presos
Começo a tremer a entrar em pânico tal a presa de
Canibal a ser devorada pelo que se alimenta da carne
De seu semelhante verme que se alimenta de verme?
O verme é canibalesco? existe canibalismo antropofagia
Entre os vermes? não entendo porque o pânico o pavor
De viver o horror à vida a canivetada na veia o golpe
De canivete por onde o sangue jorra para a calçada o
Mundo canino o dente de cão preso à carne a caninha
Do pobre que ilude a cachaça do fraco que o faz sentir
Forte o cortiço é pior do que canil a canicultura é mais
Usada do que o verdadeiro sentido de vida
Amor hoje só o de canicultor

Coração encouraçado de couraça que a natureza do câncer; BH, 0401002000. Publicado: BH, 01º0100213.

Coração encouraçado de couraça que a natureza do câncer
Não vence daquele peito cheio de tumores igual à concha é
Redimido campo de futebol no dia de decisão de campeonato
É aonde se realizam corridas de cavalos em dia de
Grande prêmio não tem como abrir não tem como
Dar passagem se mexer é aí que piora mais ainda
No dia final do cancioneiro desliga a máquina
Deixa à mão a coleção o livro de canções de poesias
Deixe no ouvido a cançoneta a pequena canção
Popular musicada pode até dizer que o moribundo é
Um cançonetista é um dos que compõe canta canções
De cunho popular um Moreira da Silva um Zeca Pagodinho
Um Nelson Cavaquinho ou qualquer outro Cartola por
Exemplo fala que este cancro que escreve esta moléstia
Esta úlcera venérea é um candango qualquer pensava ser
Um utensílio de ferro com que os carpinteiros seguram a
Madeira nos bancos não passou duma sombra duma
Imagem tênue no lençol não teve o nome com que os
Africanos chamavam os portugueses não foi trabalhador
Pioneiro na construção de Brasília nem teve um poema
Escrito enriquecido sob a luz dum candeeiro o
Aparelho que servia para dar iluminação pela queima de
Querosene óleo ou gás nos tempos em que os
Verdadeiros poetas se consumiam igual a luz da vela da
Candeia para escrever à luz da pequena lâmpada dum
Bico duma vela de cera hoje os poetas escrevem à luz
Do candelabro à luz de grande castiçal com ramificações
Cada qual corresponde uma vela ou lâmpada ou lustre
Sem cadência sem a qualidade estado do que é do
Que está candente tal a poética de hoje o canto que não
Aqueceu muito a alma que não está em brasa o espírito
Que não está abrasado qualquer um só quer candidatar-se
Aos prêmios da mídia aos brilhos dos holofotes às cifras
Do grammy declarar-se poeta gênio candidato ao
Oscar apresentar-se como aquele que concorre a um
Cargo eletivo com a mentira a falsidade na voz nos atos
Ao lado dele aquele que pretende determinado emprego
Cargo ou função a colocar a candidatura com qualidade
Apresentação como se fosse um sufrágio é o naufrágio do
Cândido é o naufrágio do puro o fim ingênuo a poluição do
Branco é o alvo de todas as miras não sabemos mais
Onde o enriquecimento da poesia onde ficará o valor do
Poema a obra-prima-clássica-das-belas-artes a pureza do
Ritual religioso fetichista afro-brasileiro de influência
Jej-nagô que rende o culto aos orixás fica profanada,
O lugar onde se realiza esse ritual vira palanque a sede
Religiosa do culto não é mais respeitada a antiga
Candonga se transforma em carícia fingida a paixão
Serve para mexerico fofoca a pessoa querida é
Usada como triunfo contra os adversários candongar
Agora só em sonho adular pode gerar pesadelos só
Quem lucra é o político candongueiro mexeriqueiro
Intrigante com caneca de fel na mão com o vaso
Cilíndrico com asas sem saber voar o líquido é o
Vinagre com sal o caneco já está cheio a transbordar
É comprida a ambição o orgulho a vaidade a inveja
Toda reunião política neoliberal globalizante acaba
A se transformar num canjerê clandestino de dança que
São usados contra o povo tenho dito no meu canto de
Cantador quem tem ouvidos ouve quem canta ouve o
Cantar popular o poeta cantante ouçam o musical do
Silêncio das letras ouve o verso que é para ser cantado
Os cantares os cânticos os cantos populares ouve até
O cantarolar o trautear à meia voz o cântico o hino em
Ação de graças o canto religioso a ode quem tem ouvidos
Ouça tenho dito cantado ouça o que o cantador diz ouça

Amanhã vou-me embora nova vida vou começar; TO/SD; Publicado: BH, 0401002013.

Amanhã vou-me embora nova vida vou começar
Aconteça o que acontecer em minha frente
Nada vai me amedrontar tenho confiança em mim
Sei que vou conseguir todas as coisas que
Quiser construir amanhã vou embora aqui não
Vou mais ficar lugar onde tenho desgosto
Desilusão desamor sinto nojo agonia rancor
Se lá não encontrar o que tanto procuro
Torno a ir embora vou por este mundo afora
Até o dia em que parar não para desistir
Mas para refletir pois o homem deve lutar
Procurar o seu lugar o seu amor
Amanhã vou embora vou com fé tranquilidade
Pois sou o que sou tenho consciência disto
Sei pensar sei raciocinar não é qualquer coisa
Que vai me fazer desistir que vai me fazer mudar
Enfrento a vida com ânimo não perco a calma
Nem a paciência espero tudo com a mesma cara
Venha o que vier dê no que der sou o dono do
Meu destino sou o dono da minha hora na fé