segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Há os que ouvem o balido das estrelas; BH, 0280502017.

Há os que ouvem o balido das estrelas
O vagido das constelações o mugido
Das galáxias nebulosas fazem o que
Ditam nas madrugadas são lobos uivantes
Das estepes ursos pardos dos bosques
Polares pretos pandas das falésias
Outros são cavalos selvagens em fúria
Disparada pelas pradarias boiadas
Estouradas locomotivas de geleiras
Siberianas serei um desses que
Auscultam os corações dos universos?
Serei um ser privilegiado não sei?
Cansei de carregar no cangote a morte
No cacaio o desespero na cacunda a
Agonia na corcunda a ansiedade na
Corcova a coivara do desassossego
Passei para o lado iluminado o lado
Refrigerado quero também ter o dom
De dominar as estrelas mais rebeldes
Que não se deixam levar por nada
Nos desertos saarianos não é lugar para
Arianos para quem não segue as pegadas
Dos elefantes em suas viagens intermináveis
Em busca dos cemitérios de suas tradições
Os elefantes aprisionados choram como
Qualquer ser de memória chora fora do
Seu habitat longe de sua terra distante
De sua gente os poetas são elefantes
Os bardos são ursos pardos habitantes
De cavernas locas subterrâneos grutas
Solitários hibernam na solidão desprezados
Abandonados por companhia só a poesia
Exalada da maresia dos mares dos lençóis
Freáticos formados de lágrimas jorradas do
Choro do sofrimento da terra agredida
Mais odiada do que amada pelos seus

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