Muxoxo de borocoxô esbodegado
Tal um índio pajé sorumbático ou
Um preto velho meditabundo acocorado
Pudibundo em tudo a labutar o
Labor da vida para comer pão
Temperado com suor ou que o
Diabo amassou a beber pinga
A lamber os beiços estrelados a olhar
A tarde com olhos esbugalhados
Embaciados pelos gases do álcool
Resmunga choraminga escravo
Ralado o capataz esfrega sal grosso
Nas feridas a senzala é só um
Zumbido abafado pelo alarido dos
Cães da casa grande a senzala virou
Favela a favela aglomerado bairro
Suburbano jovens da periferia são aniquilados
A violência é uma fatal rotina
Herdeira da miséria vítima da
Pobreza do racismo preconceitos
Prostituições demais desgraças
Vítima do capitalismo quem é que não prega
Uma cruz nas costas do desprivilegiado?
Não aproveita do humilde não
Abusa do fraco? explorar o oprimido
Todo mundo quer tirar uma casquinha
Do mendigo das chagas do ferido
Que murmurado sussurrado ciciado
É uma lavadeira a bater roupa é uma
Passadeira a soprar as brasas do ferro de
Passar engomar roupas, é a panela de feijão
No fogo do fogão à lenha é o choro da lenha
Ao ser queimada é a frigideira a fritar
A linguiça a refogar a couve é o frigir
Da cebola para o tira gosto da cachaça
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