quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Um sabor de amor de noite; TO; S/D; Publicado: BH, 0190702013.

Um sabor de amor de noite
Uma noite clara de úmida
Uma mulher beijos de carinhos
Um sabor de calor de paz
Um dia manso de infinito
Um sabor de alma viva
Uma vida com sabor de amor
Um amor com sabor de vida
Uma mulher com sabor de mulher
Um sabor com sabor de saber
Um sabor com sabor de céu
Um ar com sabor de novo
Num mundo sem sabor
Numa vida sem amor

Abaixo o racismo; TO; S/D; Publicado: BH, 0190702013.

Abaixo o racismo
Não quero ser um racista
Nem propagar o racismo
Só quero dizer uma coisa
Quando é que o mundo vai entender
Que branco não é cor de pele
Que preto também não é cor de pele
Vou tirar o valor de cada cor
Talvez assim esse problema
Se resolva no mundo
É uma vergonha a gente ver
Homens serem perseguidos por homens
Conflitos entre os que se dizem brancos
Os que se dizem negros
A culpa disso é da sociedade
Se não houvesse sociedade
Não haveria essa doutrina
Não pode haver felicidade
Onde os seus lutam entre si
Por causa duma besteira
Vamos gente quantas vezes é preciso dizer
Que todo mundo é igual?
Libertai de vós mesmos
Ajudai-me a gritar bem alto
Para todo o mundo ouvir
Abaixo o racismo
Ajudai a igualar
Os povos do mundo

terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Minha libido não manifesta-se mais nem está em mim; BH, 090902000; Publicado: BH, 0180702013.

Minha libido não manifesta-se mais nem está em mim
Não sei o que há comigo meu instinto sexual é extinto
Não tenhas medo comigo não corres perigo podes
Fazer-me a saudação como fazes a alguém na chegada
Ou na despedida antes do meio-dia bons-dias aos
Numerosos autores que consideram galicismo no singular
Bom-dia que porém já está muito arraigada dou um
Boa-noite pois sei que não sou bonitote não sou um
Tanto bonito formoso nem carrego nada de bonitete só
Sei dizer que sexualmente penso que já estou adormecido
Já estou morto não quero saudação nenhuma se fosse
Bonitaço muito bonito atraente bonitão teria trabalho
Demais com as mulheres aí passaria vergonha bem maior
Ainda bem que não querem-me mais nem procuram-me
Fogem de mim refugiam-se no boninal no campo de boninas
Deixam-me igual a um bonifrate a uma pessoa casquilha
Ridícula de comportamento leviana de caráter faço questão
De que cubram-me de bonicos cubram-me de excrementos
Miúdos dos animais mereço sei bem ser coberto de cíbalos não
Satisfaço às mulheres se bongar em mim se apanhar algo de
Qualidade nem a catar vai encontrar se procurar com cuidado
É de desistir nada tenho para substituir de grão em grão
Fui-me a esvaziar-me as mulheres podem ir buscar lenha noutro
Lugar comigo as fogueiras delas ficarão sem coisa ara combustão
Sem combustível a vela da minha embarcação é pequena mesmo
Que se junta à uma maior desce ainda mais até vibordo igual a uma
Bonete sou um fruto fora de época parecido com melão estragado
Meu pé não pode mais produzir bonecas de milho embonecar a
Espiga bonecar o sabugo no carnaval entrarei para uma bonecada
Um bloco de porção de bonecas já estou quase a assumir
Ou então transformarei-me num bonduque planta da família das
Leguminosas olho-de-gato Cesalpináceas também chamada
Quartzo com agulhas de amianto espécie de lantejoulas coloridas em
Estacas de espaço a espaço ao longo das estradas que refletem a
Luz dos faróis servem para indicar aos motoristas o leito carroçável
Aí serei uns úteis olhos-de-gato deixarei de ser inútil bondadoso
O bondoso que hoje só se usa na forma haplológica pois a queda
Duma sílaba completa por vir seguida doutra igual ou quase igual a
Haplologia de vaidoso de vai doloso de candinha de candidinha o
Efeito haplológico da língua é dessa forma que a humanidade
Perde a bonacheirice o humano a qualidade o caráter de bonacheirão
Está todo mundo mais para bomôncia trepadeira da família das
Apocináceas do que preocupado em fazer o bem a alguém
É falta disso que leva o mundo a não bonançar a não estar
Em bonança a não aproveitar o bom tempo para a navegação
Pela órbita do espaço o bom hoje só se encontra na bombonaça
Planta da família das Ciclantáceas semelhante a uma palmeira em
Leque de cujas folhas se fazem os chamados chapéus do Chile
Mulheres esqueçais de mim do gênero de insetos lepitópteros o bômbix
Uma espécie dos quais é o bicho-da-seda o bombice senti a utilidade
Nas bômbicas também pudera assumo nunca fui mesmo um bombeador
Nem tive por aparência daquele que bombeia ou espiona o campo
Feminino a mulher ver em mim um inimigo reprovador todas são
Culpadas por minha bombeação querem reprovar-me bombear-me 
Em exames de amor sexo libido coito cópula na relva ou no chão
No banheiro ou no jardim na esquina ou no capim no muro ou no pé de 
Arvoredo na cama coberta de bombazina tecido riscado de algodão a 
Imitar veludo não importa o lugar querem é dar-me o cascudo minha 
Bomba-d'água secou é a queda volumétrica repentina d'água em 
Chuva de trovoadas é o fim do forte aguaceiro mais comumente 
Tromba-d'água sem tromba as bomas-d'água sem água libido desértica

Há muito tempo encontro-me em descanso por mais dum ano; BH, 070902000; Publicado: BH, 0180702013.

Há muito tempo encontro-me em descanso por mais dum ano
Até igual ao barbecho o terreno que deixa-se assim igual a
Mim em descanso de barbeito cômoro que divide uma
Propriedade doutra pois quando curar-me dos malditos
Barbelões tipo as dobras os tumores que formam-se bem
Debaixo da língua dos cavalos dos bois aí sim será comigo
Vou dar meu grito de excluído disparar do barbete da plataforma
Donde a artilharia dispara por cima do parapeito se tiver
Vergonha de ser barbífero barbi do latim barba o pêlo passarei
Pelas ruas barbialçado de moral levantada de fronte erguida
Sou barbiforme sim só não tenho barbilhão o apêndice
Carnoso por baixo do bico de certas aves ou da boca
Dalguns peixes aí será o barrido o barrito do elefante ferido
Que aprendeu a barricar a defender com barricada seus
Direitos com entrincheiramento provisório feito com barricas
Carros ou estacas não tirarei a barretina para a elite não
Tirarei para a burguesia o boné de copa alta em sinal de
Respeito já encomendei ao barreteiro ao que faz ao que
Vende mas não é para dar barretada não é para a
Saudação que se faz a tirar o chapéu não é para cumprimento
Cortês ao burguês quero é cobri-lo no barreleiro sujá-lo no
Lugar da cinza que serviu para a barrela despejar o certo
Na cabeça dele estou na barreguice no estado daquele
Que vive com barregã na mancebia sou barregueiro com o
São Francisco não sei se digo salvem o São Francisco
Ou se digo salvemos o São Francisco porém alguma coisa
Precisa ser feita imediatamente se ainda houver tempo
Alguma coisa em janeirofevereiromarçoabrilmaiojunhojulho
Agostosetembroutubronovembrodezembrosegundafeira
Terçafeiraquartafeiraquintafeirasextafeirasábadomingo
Barregão feira não podemos deixar mais o Chico barrigar o
Chico berrar dizer aos berros o Chico gritar feito homem
Amancebado preso na barregona coberto de tecido
De lãsetembrooutubronovembrodezembro é o porco que
Deixou de ser leitão ainda não é barrão é o barrasco
Dentro do barraquim a pequena barraca do ribeirinho é o
Barrão o porco novo não castrado que serve de reprodutor
O varrasco de varrão é a carranca do carranqueiro barranqueiro
Do morador de sopé de barranco na barranceira do grande
Desbarrancado de porção de barrancos a barranqueira leito
Barrancoso ribanceira da barranca do barramaque espécie de
Tela antiga preciosa o leito está barrado coberto de barro é
Uma barra do campo coberto de barras de metal de cor a
Barradela que só sabe barrar vai a ficar barracento vai a ficar
Barroso todo o barracamento todo abarracamento ribeirinho
Vai a perder o valor o telheiro para guarda de diversos utensílios
A ficar esburacado de abandono à margem solitária só a
Barquinha a barquilha furada o pequeno barco esquecido
Pendente do aeróstato sem o lugar onde viaja o
Aeronauta o quebrado instrumento com que se mede a
Velocidade dos navios à margem a barqueta
Perdida no tempo o baroscópio é o vento o instrumento
Para demonstrar a pressão do ar o princípio de Arquimedes
Aplicado aos fluidos elásticos só o barosânemo destinado
A fazer conhecer a força do vento todo o séquito baronial
As baronias os barões o baronato do folclore senhorio de terra
Que conferia ao possuidor do título de barão baronete de nobreza
Como na Inglaterra vai perder o reinado na folia
De Reis vai perder o bumba-meu-boi a tradição
Agora é só barometrografia descrição de barometrógrafo que
Entende a barometria o ramo da Física que trata da teoria
Do barômetro da medida de pressão atmosférica a de
Ação da gravidade a barologia do barológico a usar o baroco o
Tipo de silogismo de segunda figura aristotélica baro
Do grego baros é o peso de bari do barnabita clérigo regular
Da congregação de São Paulo fundada em Milão em 1530
Agora a barlaventear a dirigir o navio contra a parte
Donde sopra o vento a mochila de couro a bolsa de linhagem
A barjuleta cheia de baribita mineral ortorrômbico sulfato de
Bário baritina hidróxido de barita meu coração virou barisfera
Virou núcleo central do globo terrestre está constituído provavelmente
De metais pesados em estado de fusão principalmente níquel
Ferro meu coração também é chamado centrosfera nife donde
A lava jorra feito bariri corrente veloz precipitada das águas dos
Rios em trechos de sensível desnivelamento no toponismo
Paulista o caminho pelas lágrimas traçado no terreno desértico
Do meu rosto de bariolagem de choro de maneira especial de
Executar certas peças de música no violino a empregar corda soltas

Aos banzos as peças laterais da escada de mão; BH, 070902000; Publicado: BH, 0170702013.

Aos banzos as peças laterais da escada de mão
Dum bastidor de bordar para não tropeçar não dar com o pé
Nem com as mãos involuntariamente nem esbarrar em alguém
Para que ao encontrar empecilho ou obstáculo inesperado evitar
Não cair em erro não atinar não incorrer na falta
Evitar hesitar diante dos percalços para não cambalear não
Cair de tropeções não pecar ao ser abraçado pelos braços do
Andor deixar de ser o baquara do esquife esperto em
Caixão de defunto não vale o sabido sobrevive à procela no barco
À vela estreito comprido revestido de baquelita resina sintética
Que serve de material isolante de solda de objetos de vidro
Que se obtém pelo aquecimento na autoclave duma
Mistura de formol de fenol do nome de seu inventor L H
Baeckland o baquerubu? a árvore da família das Leguminosas
A tribo Cesalpínea chamada bacurubu? quero baquetar o
Tambor quero baquetear com as baquetas não sei de mais
Nada não sei aonde anda mais nada ando sempre embriagado
Num porre báquico correlato de Baco cheio de vinho de espírito
Orgíaco perdi o interesse igual a um baquiqui um molusco
Da família dos Corlubídeos pessoa dada ao vinho não posso
Negar à embriaguez não abro mão sou um dos que gosta
De orgias um baquista inveterado perdi o baquité da mesma
Maneira que os índios perderam os samburás que traziam às costas
Por um fio perdi a felicidade por um cordel fiquei amarrado
O baraço foi o laço para estrangular-me para fazer-me entrar
Violentamente na depressão meter-me onde não devia
Barafustar a confusão alheia trapacear na baralhada só
Ganhar com baralho marcado mesmo baralhador o profissional
Que baralha já caiu no meu golpe foi aí que fui baratar
Minha vida destruir meu destino esperdiçar meu tempo
Desbaratar minhas ideias meu ideal virou barataria multidão
De baratas virou permuta desvalorizada prejuízo intencional
Como o causado aos armadores pelo comandante pelos tripulantes
Dum navio meu barateio chegou à escala zero não arrumei nada
No barateamento da manteiga o barômetro está caro o
Termômetro graduado para conhecer a temperatura do
Leite da nata no fabrico da manteiga está mais
Caro ainda quase barátrico não transponho o báratro
Só me resta as profundezas para poder medir a velocidade
Conhecer a direção das correntes submarinas com o tal
Baratrômetro se fosse uma baraúna grande árvore da
Família das Leguminosas de madeira duríssima muito
Empregada em maquinismo construções talvez não
Sofreria muito se tivesse comigo uma barbacã uma muralha
Baixa que ficava adiante do muro nas fortificações
Medievais ninguém diria na minha cara que
Não era homem como já cansaram de dizer mesmo ao ser
Barbudo do jeito que sou mesmo ao ter muita barba
Ninguém nunca respeitou-me nem o barbadiano o natural
Da ilha de Babados Antilhas já demonstrou assim em motivo
Com toda barbalhada tanto medo sem motivo antes fosse um
Barbalhoste com pouca barba muita coragem muita fé
Muita paixão o que mata-me é que sinto-me pior do
Que um barbalho um ridicular das plantas não
Sobreponho-me não seguro com firmeza o barbaquim o arco
Da pua não sei por que deixei-me barbar se não sei
Nem começar nem adquirir ar barbaresco comportamento
Próprio dos bárbaros é o que é-me estranho o barbarí do
Latim barbaru se não sei ser bárbaro não sei ser cruel impor
Meu barbarisco adormecido barbarizar no salão embrutecer
Com a sociedade só sei introduzir barbarismos nos textos
Só sei cometer barbarolexia junção de palavra estrangeira
Outra nacional mal porcamente pronúncia errada
De palavras estrangeiras é comigo mesmo vegetal barbasco
Que sou das famílias das Compostas das Escrofulariáceas
O dia em que livrar-me da barbata tipo o assento do
Freio na parte da boca do cavalo em que não há dentes
Penso que poderei falar corretamente cantar igual gente
Berrar como o barbatão a rês que por se ter criado nos matos
Se torna bravia que é o que mais desejo mas não passo
Do barbatimão a árvore da família das Leguminosas porém rica
Em Tanino substância adstringente existente sobretudo na casca do
Carvalho do castanheiro do eucalipto que é o ácido tânico
Aqui vos falou o barbato o leigo de barba comprida
Que tem medo da barbeação do barbeirola barbeiro pouco hábil

Amor sem fim; TO; S/D; Publicado: BH, 0220702013.

Amor sem fim
Não quero andar penteado
Não quero andar arrumado
Nem quero andar barbeado,
Mas quero andar sempre
Com uma mulher a meu lado
Para aproveitar o meu
Amor sem fim
Não quero dar satisfações a ninguém
Nem confessar-me
Não quero saber de nada
Mas tenho um amor
É um amor sem fim
Tenho uma mulher
Que anda sempre a meu lado
Gosta de mim
Não quero andar penteado
Não quero andar arrumado
Nem quero andar barbeado
Quero ser um pacifista
Posso ter o corpo sujo
A mente limpa
Graças a meu amor sem fim
Todo mundo gosta de mim
Vivo em paz com todo mundo
Se quiseres viver assim
É preciso ter muito amor
Talvez um amor sem fim

Revofusão e confulução; TO; S/D; Publicado: BH, 0220702013.

Vou fazer uma revolução
Vou fazer uma confusão
Vou fundir tudo revofusão
Vou trocar tudo confulução
Vou fazer também uma guerra
Contra os que não querem amar
Também contra o desamor
Contra os problemas sociais
Revofusão confulução misturação
Noutra dimensão
Se aqui continuar assim
Vou fugir
Para bem longe daqui
Confulução revofusão
Se mesmo assim não mudar
Nada no mundo fico por lá mesmo
A morar na imensidão
Da grande dimensão infinita,
Do espaço sideral
Onde não precisarei nem de
Revofusão nem de confulução

Dentro do átomo; TO; S/D; Publicado: BH, 0220702013.

Meu reator queimou-se
Com a descarga
Do raio do teu amor
Que encheu-me de radiação
Era tanta a energia potencial
Que meu reator não aguentou
O raio laser do teu amor
Partiu-me em dois
A luz de tão forte cegou-me
Meu corpo começou a flutuar
Teu amor era tão leve
Dava-me uma sensação tão estranha
Que não sei nem definir
Misturo tudo
Quando tento narrar para mim
O que é o teu amor
Pois me faz tudo
Faz-me nadar num mar cósmico
Leva-me para dentro do átomo
Faz-me expulsar os prótons os eléctrons
entro do átomo,
O mundo é só nosso
Teu amor transporta-te também
Para dentro de mim
Dentro do átomo
Meu reator volta ao normal
Já penso melhor em ti
Conheço-te já sei quem és
Dentro do átomo
Vivemos em paz
Dentro do átomo
Nos amamos

Minha frauta de pau de borregueiro comanda; BH, 080902000; Publicado: BH, 0220702013.

Minha frauta de pau de borregueiro comanda
Meu sopro de pastor de borregos ao deixar o rebanho a apascentar
Nenhum lobo mau o irá fazer borregar gritar de medo toda a
Borregagem estará sob meus cuidados como se fosse
Um bom cão de guarda toda a porção borregada ficará tão
Serena quanto a própria lã tirada do cordeiro a que
Terei mais cuidado será com a borrega a ovelha dum ano
De idade ainda indecisa frágil na sua ação
A hiena que ronda será apenas um borratão um borrão de
Tinta alastrada que não levará perigo algum esteja o
Tempo claro ou borralhento da cor da borralha cinzento
Estaremos atentos a frauta de pa o cão de guarda os
Eus o fantasma borralheiro que gosta de estar no borralho
Que sai pouco de casa como a gata borralheira, antes de
Meia-noite já preparei um jeito para um lugar onde juntar
A borralha da cozinha o forno de cinzas quentes lá será
Jogado minha gente sem a borraina sem a almofada
Interior das selas o borragináceo relativo à família
Dos Borragináceos espécime de plantas que tem por tipo a
Borragem da borraginácea nos esconderemos nela igual
Borradela a camada de tinta dada grosseiramente a borrada o
Derramamento de porcaria a porção indecorosa da vida a asneira
Durante todo o destino tolice infinita a bobagem eterna que não
Nos abandonarão nunca em certo ponto a chegada do
Sintético foi boa o arvoredo borrachífero que produz borracha
Pode enfim descansar é a árvore borrachice a borracheira
Não foi mais perturbada não deu mais borrachão a borracha
Grande a utilidade é só do chifre com fundo tapado
Aberto na ponta que serve para conduzir água ou
Bebidas espirituosas já não passo dum homem borracho
Um bêbado sem espírito infelizmente mesmo ao estar o tempo
Meio borracheiro com chuvisco chuvoso borracieiro pouco
Limpo não deixo de passar a limpo o borraçal do corpo
A terra de brejos com pastagens lameiros como o veado
Bororó também chamado camocica ao matar a fome com
A relva verde antes que o bororé veneno com que os índios
Do Brasil empeçonhavam as flechas venham-no ferir de morte para
O jantar de logo mais a noite mesmo o que alimenta de
Boroa ou de broa de pão de milho o bororeiro só por isso é só
Chamado de grosseiro de rude tal o borocotó terreno escabroso
Cheios de altos baixos escavado obstruído de pedras de boro
Elemento químico metalóide símbolo B de peso atômico
10,82 número atômico 5 trivalente negativo mas que traga
O trigo borneiro moído na borneira mó de pedra na mira
Do borneio capricha no movimento para acertar a pontaria
De canhão contra o borne a peça de aparelho de rádio
Alburno pequena borla na sacola pasta de couro com borleta
Borjaca com bórico compostos misturas que encerram boro
Ácido-tribásico de fórmula H3BO3 quando bastante diluído
É empregado como antisséptico conhecido pelo nome de
Água boricada em dissolução de boricado bori planta
Silvestre ou do vinho borgonhê ou do queijo borguinhão
O que importa é que é da Borgonha França tal o
Habitante ou o natural não faz mal a França é
Exemplo de qualidade de história de cultura de
Educação de mais falo meu irmão? de
Boreste de estibordo do bóreas o vento norte do boré
Espécie de trombeta dos índios que se matasse com
A bordoeira a pancadaria mortal a sova no branco não
Teria perdido a guerra a luta a tradição as terras não
Teria sido enganado em nome da religião em
Nome da colonização, não teria perdido o bordo a
Árvore silvestre da família das Aceráceas cuja madeira
É usada em marcenaria o que não deixa de ser crime
Não se tem que usar o ácer para fazer móveis é necessário
Criar um borderô uma relação dos títulos de crédito que o
Cliente leva ao banco para realizar operações de desconto
Canção cobrança olha o francês bordereau aí de quem corta
Árvore para fazer papel fazer móvel fazer seja lá o que for que mata
Índio que passe no garrote vil igual o bordelêsde Bordéus França todo
Inimigo declarado que não suporta ver uma árvore de pé índio feliz

Está no meu sangue de bordeleiro no meu espírito; BH, 090902000; Publicado: BH, 0190702013.

Está no meu sangue de bordeleiro no meu espírito
De bordelengo nasci para bordel frequentador assíduo não
Perco a oportunidade de me perder dentro dum
Pode me custar um bordamento da esposa pode
Custar-me uma bordadura da mulher a perda
Duma muqueca de bordalo de mugem de tira gosto de
Robalinho o certo é que pode ser bordalengo um
Tosco bordel grosseiro de mulher ignorante de
Proprietário tão estúpido quanto sou chego para lá
Como um bordadeiro um carneiro de lã crespa disposto
A ser tosquiado a deixar tudo ali até o último
Centavo sinto-me numa bordagem seguro como se
Tal estivesse na madeira do costado dos navios
Passo por bordador homem artista que borda pano
Quadro história novela que na borda do campo
No limite do campo com a mata depois duma
Golada age igual a uma bordada uma descarga
Geral da artilharia como de cada um dos bordos do
Navio fico a marear a bordejar com toda banda
Na ação de bordejar quanto mais borbulhoso é o
Líquido como o que tem mais borbulhas o que sai mais
Bolhas o que as forma mais quero me afogar é
Um estranho efervescente um borbulhento evento
Etílico que deixa borbulhamento na cabeça
Borbulhação no coração borbulhagem no fígado grande
Porção de borbulhas no estômago formação de gases mal
Formados é o borbulhador é o que borbulha a peça refletora
A ter no tipo convencional a forma de campânula
Ou capacete hoje há outras formas instaladas sobre a
Passagem de emissão de gases afluentes em cada
Bandeja ou prato duma coluna ou torre de
Borbulhamento com o fim de obrigar os gases que
Escoam a atravessar o líquido já condensado
A ficar por cima o borbulhaço por dentro a querer
Voltar por onde entrou com ruído surdo rouco
Borborigmo causado pelo borborismo dos intestinos
Essa borboletice adquirida passa com a ressaca é
Só capricho modos de bebida devaneio de borboleta
Borboleteante pela noite infinita irrequieto borboleteador
A encontrar sossego na flor do mal noturna do
Borboleteamento do bordel sórdido encardido sombrio
A irrequietabilidade do ser feminino no corpo inerte
De mulher já apodrecida pelo tempo alma lama ainda
Borboleteia pelos sujos balcões inconstantes pelas mesas
Nauseabundas volúveis como uma bolha de champanha
Bórax bordel minério de cristais humanos monoclínicos
De borato de sódio com designação genérica dos sais
Esteres do ácido bórico boracita ortorrômbico pseudocúbico
Magnésio mais cloreto de borá abelha social da família
Dos Meliponídeos na medida da capacidade na Índia
Faltou o boquim bocal fatal de instrumento de sopro
Da vida o que ao ser visto de manhã lançado na
Calçada da sarjeta fez boquiabrir causar grande
Admiração sujeito de boa situação pai de família
A causar pasmo assim ficar pasmado ao acordar
Boquiaberto perguntar foi um boquete que me derrubou?
Foi o começo duma zona apertada entre terrenos
Altos da boemia buraco do baixo meretrício sepultura
De boquelho de pequena abertura ao pé da boca do
Inferno da prostituição de boquejo proferida
Entredentes o murmurar da vergonha da dor o
Bocejar da doença que leva à morte o falar baixo pelos
Cantos o falar mal o intrigar o criticar ao boquejar
Volta na boquejadura da noite volta a boquear
Abrir a boca a respirar com dificuldade a implorar
Uma ruindade pelo amor de Deus sem cautela na
Rifa do azar o bozó bonzo do sacerdote budista dá as
Boas-vindas como se nada tivesse acontecido aquela noite

Minha bomba é pequena dum bombacho não tira não eleva água; BH, 090902000; Publicado: BH, 0190702013.

Minha bomba é pequena dum bombacho não tira não eleva água
Em poço algum tem até medo de poço de cisterna também
Invejo o bombáceo das bombáceas espécime de família de
Plantas dicotiledôneas cuja planta mais comum é a paineira Carlos
O Chacal era PhD em TNT Trinitrotolueno gostaria de ser
Uma bomba H de Hidrogênio ou termonuclear um projétil nuclear
Que graças a altas temperaturas promove a união
Dum par de átomos leves para formar um núcleo de
Átomo pesado com enorme desprendimento de energia
Cuja potência se exprime em megatons sim
Gostaria de ser impossível é só o que a humanidade
Parece merecer o impossível Deus me perdoe porém penso
Que é a pura verdade uma centrífuga também
Dispositivo apropriado para pressionar líquido por meio
De força centrífuga isto é o líquido é aspirado até
O centro dum disco em movimento através do
Qual flui radialmente a transformar-se sua
Energia cinética em energia que pressiona esse
Líquido na caixa ou difusor igual o sangue no
Coração sem esquecer a bomba atômica projétil de grande
Poder explosivo baseado na energia que se desprende
Com a desintegração do átomo a primeira desse tipo
Empregada com fins bélicos foi lançada em 1945
Pelos norte-americanos sobre Hiroshima a devastá-la
A segunda última sobre Nagasaki causou não
Menores estragos apesar de ser uma das duas pessoas a
Pedir a Deus para que não se repita mais esses dois
Erros funestos fúnebres mórbidos sei lá mais o que
Quero estar sempre a conter substâncias explosivas que
Rebentam com estampidos no sifão para transvasar nos
Aparelhos para esgotar águas dos navios para encher as câmaras
De ar dos pneumáticos dos automóveis bicicletas
Esconder os erros da história quero ser uma espécie de doce
Um acontecimento inesperado o canudo de metal ou madeira que se
Introduzem na cuia do gancho para se tomar o
Mate numa bateria de pensamentos de sentimentos de
Sentidos num coletivo de almas espíritos mentes
Memórias cérebros cabeças testas crânios guardar
Tudo no meu bolsinho no bolseiro no que vende bolsas
É justaposição sim sedimentação bolsado entufado
Acervo de minério conteúdo duma bolsada é sim
Bolotal mata de árvores que dão bolotas cevado
Bolotado grande quantidade de bolotada fico
Triste sim não perco a bolorência porra meu
Caráter não deixa vou morrer bolorento? pergunta
Meu bolonhês meu macarrão natural da Bolonha
Itália o vaso de madeira para lavagem das areias
Auríferas o cilindro de madeira na coberta do navio
Que às vezes serve de cabrestante; bolinete bolineiro
Que navega bem à bolina proprietário não
Frequentador de boliches bolicheiro jogar boliche bolichar
Achar que é divertido enganar que tem bolhas que tem
Calor bolhoso nas mãos salário vão apresenta bolhante
Bolhento o bolo feito de açúcar ovos leite e outras tais
Substâncias bolhelho é sim diz que é diz que não
Não faz mal bolhar o olhar apresentar a formar a borbulhar
Não para a quedar não basta o baque o trambolhão
Aumenta o solavanco vai ao chão no tombo que se
Dá no animal laçado no final sou o boletineiro
Indivíduo cujo mister ser portador de boletins sim
Particularmente de telegramas a pessoa que faz o boletim
Final sou mesmo não sei o que sou a
Não ser a boleima grosseiro uma pessoa palerma
Atoleimada na ignorância que Deus me deu
Não me tirou jamais por mais que clame implore
Tira-me do lugar do cavalo me coloque na boleia
Na peça de pau fixa na lança da carruagem onde
Se prendem os tirantes o assento do cocheiro do
Motorista de automóvel que me tira da cavalgadura
Ou me transforma em boleeiro meu Deus

Tenho dentro de mim ente desprezador ser acintoso espírito vicioso; BH, 0110302001; Publicado: BH, 0230702013.

Tenho dentro mim ente desprezador ser acintoso espírito vicioso
Outro libertino debochativo que só faz debochar zombar das
Filosofias escarnecer das leis da elite podre da burguesia que fede
Troçar das leis da natureza desafiar com zombarias com ar de
Debochador daquele que debocha mesmo do governo seus
Asseclas é debochador íntimo de ministros deputados debochado
Com senadores devasso igual a toda maioria dos políticos libertino
Corruto tal qual a classe que domina tenho dentro mim um  lado
Extravagante gaiato zombeteiro trocista igual o atual representante
Do governo que não tem qualidade nem debo da casta de uva preta
Só sabe falar tanto agitadamente quando é para falar contra os
Trabalhadores contra gente só sabe bradar por direitos contra o povo
Clamar gritar contra a nação quando defronta com poderoso fica
Com medo de deblaterar fica seco trêmulo não tem utilidade
Quantidade d'água fornecida por corrente fonte de unidade de tempo
Será grande infinito o débito dele com o país que  a história terá
Vergonha de registrar jamais poderá pagar a parte da sua conta com
Alguém lança que forneceu pagou credores a dívida dele será
Vergonhosa se a história debitar inscrever o  nome dele como
Devedor não será como lançar uma quantia não será como na troca
Nem desfrute nem debique será como uma herança de sangue que
Se pode debitar na saga dum povo será como um passado debilitável
Para tirar recursos de sobrevivência causar perdas aos pobres
Enfraquecer o orgulho nacional tirar as forças de todos nós tornar débil
O nosso futuro delibitante o nosso homem a trazer efeito que debilita
Nossas crianças debilitação é o extermínio da nossa saúde é
Necessário que demos um basta ao enfraquecimento à prostração de
Nossas forças é necessário que acabemos com a nossa debilidade a
Nossa eterna qualidade de débil dum povo pouco distinto insignificante
Diminuto nação de homens poucos enérgicos imperceptíveis frouxos
Basta de ser fraco pusilânime precisamos provar nosso orgulho fazer
A elite comer pouco precisamos debicar da burguesia basta de tocar
Levemente nas feridas delas vamos machucá-las abrir outras chagas
Vamos ser os debicadores que não deixam cicatrizar as feridas delas ao
Fazê-las sangrar cada vez mais em hemorragias mortais seremos o nosso
Próprio debenturista o possuidor do nosso próprio debênture dono do
Nosso próprio título de dívida amortizável do estado ou das companhias
Ao debenturar ao estabelecer a debênturagem teremos obrigação
Debêntures só conosco mesmos aí o poder delas será debelatório nós
Que vamos curar extinguir a maldição delas sobre nós nós que iremos
Combater com nossas armas reprimir destruir a eterna ação maléfica
Sobre nós o povo nada mais irá debelar vencer dominar ou subjugar a
Nação brasileira só se quisermos é que o que debela volta o dominador
Seremos nós o vencedor seremos nós um país sem debelador a
Debelação será só a debatidura em praça pública nós a decidir o nosso
Futuro não a ser mais o debatidiço igual ao peixe que bate muito fora d'água
A debater sim democraticamente discutir sim austeramente disputar
Honestamente contestar respeitosamente nada de agitar-se como se
Estivesse numa masmorra a estrebuchar debate com elevação discussão
Sadia altercação sem violência contestação evoluída não pegaremos por
Exemplo por paradigma os modos delas no congresso não os teremos por
Referência queremos vê-los fugir desordenadamente do momento queremos
Só aplaudir a debandada deles, a fuga desordenada o debandar geral

O que empolga-me a escrever não é a inspiração; BH, 070110302001; Publicado: BH, 0230702013.

O que empolga-me a escrever não é a inspiração
Nem é o dever é só o saber que na minha
Decadência no total abatimento do meu espírito
No meu empobrecimento mental na minha
Corrução do meu ser no estrago em que se
Encontra o que decai dentro de mim ainda
Encontro palavras ainda encontro letras ainda
Encontro o que fazer com o decadátilo que
Tenho de cada um dos meus dez dedos trago um
Cardo igual ao peixe que tem dez espinhos em
Cada barbatana peitoral tal o decadáctilo tenho
Também as minhas palmas nas costas em todas
As décadas que vivi meus pecados subiram
Mais do que a dezena os meus pecados capitais
Atingiram a série de dez no espaço de dez dias
Pequei mais do que dez anos pequei
Mais do que toda a humanidade que já existiu
Desde o início da Terra parte de minha obra
Jamais poderá ser composta em dez capítulos
Ou em dez livros a minha silhueta só em chapa
De madeira lavrada em relevo minha imagem
Não serve para estampa para modelos para
Projetos só risco debuxo desenho de bosquejo
Não adianta tentar planear meu ser não dá
Para desenhar minh'alma impossível
Debuxar meus ossos esboçar minha medula
Delinear minhas entranhas trago na mandíbula
O esgar debuxante das trevas devoradoras
Sou a própria dor que debuxa meu ego
Sou o meu próprio debuxador gostaria
De apresentar a minh'alma de moça de
Quinze anos à vida social é o estrear
Para a vida é o meu começar a viver
O meu debutar de mocinha que faz sua
Estréia de debutante social mas por fora
De mim é só debulho só resíduo de grãos
Debulhados sinto-me alimento triturado
Em princípio de digestão nos estômagos
Dos ruminantes todo universo que me cerca
Só quer mesmo é debulhar-me é separar-me
Do invólucro de proteção esbagoar a ninha
Defesa tirar a minha pele como se tira a pele
Dos frutos descascar meu corpo numa
Debulhadeira numa máquina de debulhar
Cereais ou num aparelho para debulhar tudo
Como num debulhador a minha debulha
A minha descasca o separar o grão da
Espiga é a minha morte nem o debrum
A fita que se prega dobrada sobre a borda
Dum tecido para o guarnecer ou segurar a trama
Tem mais a capacidade de segurar a minha
Felicidade aqui no meu destino
Ao pender no abismo ao abater-me sobre o
Precipício ao curvar as costas ao peso da angústia
Ao inclinar a coluna que faz-me pôr de
Bruços debruçar para que possa enxergar-me
A dor fustiga-me com a ânsia não deixa-me
Guarnecer as minhas fraquezas ornar-me com
A verdade orlar definir ao contorno de mim o
Debruar da liberdade como um cavalo com pêlos
De listas brancas a voar debruado pelos campos
Floridos das tardes o que empolga-me ao escrever
Não é a imaginação que anseio possuir não é o
Pensamento que lateja a minha cabeça nem
Os entes aprisionados dentro de mim é só
A ação de debulhadeira da máquina duma
Indústria de fiação de tecelagem é a mulher
Que trabalha em debruns é o debrear do fazer
O motor dum veículo automóvel entrar em
Ponto morto sou o único morto que escreve
As próprias mensagens sem necessitar dum psicógrafo
Sou o único cadáver que faz debordar a sua poesia
Extravasar seu poema transbordar num debordamento
Pessoal toda debocheira da morte com grande troça
Deboche com as trevas zombaria com o outro lado
É por isto que escrevo com excesso escrevo com
Desregramento de costumes com devassidão
Libertinagem é a força da mangação que me empolga
Nesta hora só que ninguém acredita em mim nem eu