Chega a causar-me cardialgia dor intensa aguda
No epigástrio no coração a situação atual da
Humanidade é de causar-me distúrbio cardiálgico o teor
Do comportamento da raça humana o cardiço que é
A pequena carda de chapeleiro não seria bem aproveitada
Na tortura para dilacerar as carnes de todos nenhum
Receberia por prêmio uma cárdica ou camafeu que apresenta
Um coração em relevo o prêmio para este ser humano novo seria
O de ter o fígado carcomido o osso roído até ao último vestígio
O interior totalmente apodrecido carunchado o organismo gasto
O metabolismo estragado o corpo minado o terreno jamais
Gostaria de chamar de humano um ser que não faz nenhuma questão
De ter comportamento de humano onde o sufixo grego kardia
Não deveria entrar como elemento de composição cardi que
Nada deveria haver com o homem já o instrumento de
Cardar teria maior utilidade do que a pregagem miúda
Para o calçado para retirar pequenas partes de imundícies
Como as que se agarram às lãs dos animais também para
Raspar a sujidade na pele das pessoas se for preciso é só
Recorrer ao cardã mecanismo que permite o deslocamento
Angular relativo de duas hastes cujos eixos geométricos
Concorrem ao mesmo ponto a permitir os movimentos
Em todos os sentidos a receber a denominação em
Homenagem a G Cardano 1501-1576 matemático italiano
A ruína tem que ser cardada igual à porção de lã
Que se cardar duma vez quem será o cardador?
Quem fará a cardadura? quem fará a cardagem?
A operação a arte o artifício em qual oficina? as respostas
Vêm através do universo através do tempo não
Sei qual é o maior o oração humano transformou-se
Num cardal num lugar onde abundam cardos
Onde não há lugar para sangue arterial só para
Venoso cada ser transformou-se num cardamomo
Planta da família das Zingiberáceas cujas sementes
Têm sabor apimentado a cor morta do cardão o
Azul violeta da cor dos cardos do cárdeo do cardeiro
Que faz vende cardas que em fim limpará livrará
O mundo de raça tão abominável o carcinologista o
Especialista carcinológico terá trabalho suficiente demorado
Para os seus estudos o lado da pele oposta à cútis o carnaz
Será mostrado à luz do dia como um carnaubal um
Palmeiral de carnaúbas um carnaibal de músculos
Órgãos um carandazal de sangue veias carne viva
Assim que aprender a adquirir sensualidade não
Simplesmente a procura da carnalidade a busca da carnaça
Procura satisfazer na excrescência carnosa quanto
Mais grande for a quantidade de carne mais fome o instinto
Sente é preciso usar o carmona fechar com o ferrolho
Que colocado em toda a altura duma janela
Ou porta se encaixa a um tempo em cima em
Baixo cremona tal ferragem que consta de maçaneta haste
Para trancar janelas portas a rabeca fabricada em
Cremona Itália para acompanhar o choro do sofrimento
Do pranto carmíneo que deixa o rosto da cor do carmim
Da púrpura é o lamuriar carminado o semblante
Pintado de ar purpurino que do vale carmesinado
De olhar forrado de carmesim jorram lágrimas sem fim
Escapará o carmelitano pergunto o coração responde
Não tosquiais a carmelinha a lã inferior da vicunha
A correr para desfazer os nós do destino desenredar a
História fatal carmear a saga versos líricos não
Existem mais viraram obras de museus coisas ultrapassadas
Piegas que pena reclama meu coração poema todo tolo
Mundo já sabe ninguém quer mais saber mostrar o
Canto? criar um carme para uma carmanhola uma
Canção de roda dançada pelos revolucionários franceses
Em 1799 como é que se vai fazer agora? nem o carlista
Partidário de Dom Carlos de Bourbon pretendente ao
Trono espanhol no século XIX sabe dar a reposta
Quanto o mais sou da raça de cães de pelo curto
Focinho preto achatado um carlindogue preso à
Carlina a cada uma das travessas que seguram as
Longarinas na construção das pontes olheis para
Mim um frágil caritó uma fraca carinhada flácida
Habitação de gente pobre uma gaiola em que se prendem
Caranguejos para engordar uma cava feita nas paredes
Dos quartos salas das casas do sertão onde se guardam
Certos objetos sou só estes objetos sem caris do grego kharis
Sem a graça da eucaristia vejais aquele caripé é
Uma árvore da família das Rosáceas aquele cariota
Gênero de palmeiras com meu sorriso carioso com
A boca que tem cárie o conjunto dentado cariado
De fruto seco da cariopse que contém uma única semente
Para as suas paredes no fim da estrada só a cariólise
A dissolução do núcleo por desintegração da cromatina
Em que universo será gerada outra espécie? em
Que mundo se criará outra raça? só não poderá ser de
Cárneo nem de carne nem da cor de carne
De carniçal de carniceiro cruel terá que ser uma
Nova sociedade de espíritos de almas de seres invisíveis
Evoluídos que não vivam para morrer em forma física da dor
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