segunda-feira, 31 de agosto de 2015

MIKIO, 128; BH, 0310302013; Publicado: BH, 0310802015.

Sempre de frente para um muro, um
Paredão de fuzilamento e de costas
À realidade e quem fuzila é a mídia,
A velha mídia preconceituosa, falsa
Moralista, sonegadora, racista,
Reacionária, fascista; o muro oprime quem
Não se adapta ao mercado, massacra
Quem não se ajoelha diante do altar;
Sempre na vida dos livres há um abismo
E retiram a ponte, quebram a escada
E depois quebram as pernas, decepam
As mãos; querem a todos cães calados,
Como se usassem baionetas caladas e
Nos idos apoiaram as ordens unidas;
Engraxaram coturnos soturnos, lamberam
Botas sujas de sangue e fazem de tudo
Para matarem a História, calar o povo,
Exterminar o trabalhador; e se um muro rui,
Vem abaixo, logo erguem outro mais potente,
Constroem-no mais poderoso, quase
Plenipotenciário, intransponível; e pagam
Bem aos vassalos enganadores, holofotes
Aos manipuladores, tapetes vermelhos
Aos exércitos arianos plastificados, capas
De revistas, páginas de jornais, closes
Nas tvs, tudo que possa iludir, criar um
Ignaro; e mais paredões, mais muros,
Mais fuzilamentos, mais torres de Babel;
O limite é alcançar o céu, enquanto a
Alma é de papel; a eternidade é aqui,
Em alguns momentos de ilusão; e a
Fila precia andar, a luz não pode se
Apagar, mas a luz é fictícia, é uma luz que
Cega e não a que ilumina os caminhos.

MIKIO, 129; BH, 0310302013; Publicado: BH, 0310802015.

A maior e melhor escola da vida é a
Natureza, quem quer brincar, crescer,
Aprender a viver, amar, é observar a
Natureza; não há universidade maior,
Não há faculdade melhor do que as que
A natureza nos oferece; e foi assim que
Surgiu a filosofia, com os homens a
Perscrutarem a natureza, a auscultarem
O universo e a contestarem a si próprios;
Não há cátedra igual ao aprender com
A natureza, ao crescer com o universo e
Aprende-se a brincar; voltou as costas à
Natureza, desprezou o universo, é o fim
Do aprendizado, é a perpetuação da
Obtusidade, é o empoderamento da
Absurdidade e da doença da ignorância,
Que torna-se crônica e a cura da estupidez
Não é realizada; falar com um sabiá,
Conversar com um bem-te-vi, sentir a
Chuva, fitar o firmamento, são aulas
De segurança, garantia, confiança; são
Aulas de crescimento, de doutorado e
De pós-graduação; na natureza, no universo,
Phds puros, só ases de como se deve fazer
As coisas; ficar ao pé dum rio, não há
Preço, sentar numa pedra à beira-mar,
Num vão duma ponte, o que paga isso? nada
E ficar sem fazer nada, sem ver acontecer?
Nada paga: pois, o que querem que aconteça,
É o que vai de encontro à natureza,
Vai de choque contra o universo; é o
Que querem que aconteça, é o  fim das
Civilizações; e ficar sem fazer nada, para
Que nada aconteça, pode ser a salvação.

MIKIO, 130; BH, 0310302013; Publicado: BH, 0310802015.

Só não morri de mentirinha, ainda,
Não sei porque, de verdade, já morri
Várias vezes; e toda  vez que ressuscito
Num dia, morro noutro; e para ser
Algo num dia e noutro para ser
Coisa nenhuma, bastei não existir;
E num outro lado da não existência,
Do não ser, não morri, pois não era;
E para morrer é só ser, ser a morte,
Que é forte e que arrasta até quem
Está amarrado no forte; toda vez
Desacordado, sou desencarnado,
Desossado, depois de dissecado; e no
Buraco da lobotomia fugiram todos
Os meus pensamentos, escaparam as minhas
Ideias, evadiu-se a minha mente;
A amnésia entrou e o que era de
Lembranças, recordações, memórias,
Tudo apagou-se; encontraram-me
A vagar, a comer poeira, a beber chuva,
Coberto de pó, que, transformou-se em
Lodo; ferrugem na pele, com todos
Os órgãos enferrujados, as juntas rangiam-se,
Como se fossem rilhadas por dentes afiados;
Ao pisar tábuas velhas, estalavam em mim,
Taquaras pocavam de ressequidas, folhas
Secas soltavam-se mortas, vazias e
Desprovidas de letras e de palavras; era
Livro sem páginas, nunca lido, não
Era esconderijo de poesias, de poemas órfãos,
Perdidos; autor nenhum queria adotar
O que não era uma obra-prima, obra de arte;
E da porta vi o caixão na mesa da sala e todos 
Em volta carpiam o que não estava morto.

MIKIO, 131; BH, 0310302013; Publicado: BH, 0310802015.

Chove na cidade, porque não chove
No sertão? o sertão pede chuva, igual
Amor, pede o meu coração; meu coração
Também é sertão, é árido, arenoso
E as criações morrem de sede, os rios
Secam e os cactos proliferam; e quanto
Mais amor pede o meu coração, mais
O amor se distancia; chove na cidade,
Deveria chover em meu coração,
Deveria chover em meu sertão; e para
Chorar, como ficou difícil chorar, a
Seca é tão trágica, que as lágrimas se
Evaporaram; chove na cidade, e não
Chove no sertão e não chove em meu
Coração; com tanta terra a querer
Florir, com tanto pomar a querer
Frutificar, com tanto jardim a querer
Cobrir-se de verde e com tanta
Plantação a querer alegrar ao velho
Sertanejo e não chove no sertão;
Está tudo ali, é só cair uma aguinha
E isso vira um paraíso; é uma gotinha
De sangue e este coração vira
Menino, sai a correr pelos campos;
Chove na cidade, a água molha as
Calçadas, empoça nas ruas e os
Carros jogam água nas pessoas; todos
Molham-se e nenhum sente a chuva,
Essa chuva não faz sentido aqui na
Cidade, correm da chuva, reclamam
Da chuva, expulsam-na da cidade
E é uma chuva urbana, prefere cair
Aqui, não vem ao meu coração, não
Vai ao sertão, onde teria todo o sentido.

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

MIKIO, 132; BH, 030302013; Publicado: BH, 0280802015.

Domingo e está todo mundo na sala,
Na frente da TV; estou aqui neste
Quintal, perante o universo, a
Escrever; não perco meu domingo
Por nada nesta vida, na frente
Da televisão; procuro um universo
Alternativo, um lazer paralelo, a
Alegrar meu coração; não empobreço
Meu domingo de jeito nenhum e até
O futebol, sim, que tanto encantava-me,
Mandei para as cucuias; pois, depois
De perceber, que, mesmo na frente
Da TV, estava a fazer parte dos
Bandos estúpidos das torcidas ditas
Organizadas, desliguei de vez a TV; e
Sinto-me mais feliz, escrevo poemas,
Descubro poesias no lixo do terreiro,
Nos ciscos, nos gravetos, nos muros e
Seus habitantes; passei a observar mais
A natureza, os besouros, os mosquitos,
As moscas e as abelhas; percebo as aranhas,
Os piolhos de cobra, as lagartixas e taruiras;
E os passarinhos, os sabiás, os bem-te-vis,
Pardais e rolinhas; e as garças da Lagoa da
Pampulha, os marrecos; e os gansos e patos
Do Parque da Laga do Nado; e descobri
Um outro mundo que a televisão cegava-me
E sinto-me livre, sinto a liberdade e sem a
Consciência pesada; o domingo agora é
Todo meu, as ruas, as calçadas das ruas e
Até os bairros; parece que é tudo meu e a
Cidade também, que alegria maior do que
Esta? estas letras, estas palavras, estas
Linhas de autonomia dominical.

Fundo de Quintal e Dona Ivone Lara - Tendência

MIKIO, 133; BH, 0310302013; Publicado: BH, 0280802015.

Minha vida é quebrar a cara e
Pensar errado e não acreditar, não
Ter fé; há horas que ajo como um
Verdadeiro herege, autêntico ateu
E quebro a cara, ajo errado, vivo
Torto e quebro a cara; pensei que
"As Patagônias" iriam estourar e quebrei
A cara; pensei que "Os Noturnos" iriam
Despertas as pessoas e quebrei a cara;
E pensei que "Os Nova-limenses" iriam
Transformar-se em ouro, como o
Ouro da Mina de Morro Velho, que os
Ingleses roubaram e quebrei a cara;
E os ingleses não quebraram a cara,
Tiraram todo o nosso ouro, deixaram
Uma série de mineiros doentes, além
De nos exilar, em nossa própria terra;
Mas, o colonizador nunca quebra a cara
E quem quebra a cara é o colonizado,
Como quebrei a minha, durante toda a
Vida; se ainda pensasse certo, andasse
Direito, saísse das sombras, procurasse
A luz, deixasse a penumbra, valeria
A pena quebrar a cara todo dia; quebrou
A cara, mas, tentou acertar, quebrou a
Cara, mas, competiu, teve fé, acreditou,
Quebrou a cara, mas, andou direito,
Procurou fazer a coisa certa, enxergar,
Experimentar, ter curiosidade, ousar,
Ter audácia, ousadia, coragem e
Enterrar a covardia, mesmo viva;
Quebrou a cara, mas, é ser, é gente,
O triste é quebrar a cara, sem enfrentar
O destino, abrir um caminho, dobrar
Uma esquina aleatoriamente, sem
Conhecer o que vem à frente.

MIKIO, 134; BH, 020402013; Publicado: BH, 0280802015.

Penso que vivo em dois Brasils, um Brasil
Real, que vivo nele, com grandes problemas de
Trânsito, saúde, segurança, mobilidade, como
Sinto no dia a dia, ao sair para trabalhar; e é
Um Brasil, em que muitas vezes, a total ausência
Do estado é sentida, em níveis federal, estadual
E municipal; é só andar um pouco pelas ruas
Das cidades, subúrbios, rurais, em que bem, ou
Mal sobrevivo, igual aos milhares doutras
Pessoas; e penso, onde é que vivo, no Brasil
Irreal, o Brasil dos colonistas, das calunistas do
PIG, Partido da Imprensa Golpista; aonde anda
Esse país dos articulistas, comentaristas, dos
Profetas e porta-vozes do caos? procuro e
Não encontro esse país fictício, que a mídia
Tenta criar, tenta nos insuflar, numa tentativa
Sórdida, desesperada, de trazer ao poder, o
Grupo que, o povo trabalhador brasileiro
Defenestrou; o povo não quer mais saber de
Gente do tamanho dum FHC, vulgo,
Fernando Henrique Cardoso, um anão podre
Que posa de vestal; o povo não quer mais
Saber de José Serra, Aécio Neves, Geraldo
Alckmin; não adianta a velha medieval mídia
Ressuscitar esses defuntos; e quem ficar do
Lado dessa gente, será enterrado junto; uma
Parte da burguesia, outra parte da elite querem
Voltar à era na qual esse grupo esteve no
Poder; só se for por muita maldade no coração,
Muita ruindade na alma, preconceito; mas, nosso
Brasil dará certo, torça contra quem quiser,
Eu acredito e mais uma vez venceremos o
Pânico desses protagonistas das eras malditas.

terça-feira, 25 de agosto de 2015

MIKIO, 135; BH, 020402013; Publicado: BH, 0250802015.

Para que a necessidade de tamanha
Projeção, tanta exposição na mídia,
Vender o corpo; porque que o corpo
Vende e a mente não? as pessoas
Precisam mostrar-se aos holofotes,
Despir-se aos fotógrafos, aparecer em
Colunas sociais e revistas eletrônicas;
Há necessidade disso? modelos, artistas,
Famosos, jogadores de futebol, atletas,
Cantores sertanejos, pagodeiros,
Âncoras de TVs, animadores de
Auditórios; o que leva tanta gente a
Querer, assim, aparecer uma mais do
Que as outras? chegam a pagar fortunas
Por algumas capas e algumas páginas
Em revistas de futilidades e fofocas;
Compram caro entrelinhas, tapetes
Vermelhos, homenagens, festas, títulos;
E há os que inda pagam as medievais
Induções e usam de práticas feudais
No comportamento de vida, ou numa
Aspiração ao poder; e vendem as
Almas dos pais, vendem a alma do
País em busca dum lucro fácil, duma
Vantagem por mínima que seja; e
Querem ter de tudo ao mesmo tempo
O tempo todo; e querem estar em
Todos os lugares, em todas as festas,
Recepções, shows, estreias; e querem
Estar em todos os lugares ao mesmo
Tempo o tempo todo; ser vistos,
Aparecer, mostrar, ser mostrados e
No frenesi da rotatividade, num piscar
De olhos, são esquecidos, esquecem
E dum dia para o outro, caem no limbo,
No ostracismo: e não querem síndromes,
Pânicos, depressões na reta final, como? como?


MIKIO, 136; BH, 020402013; Publicado: BH, 0250802015.

Não é mais preciso fazer poema, se o
Firmamento é um poema azul,
A tarde fica azul, com o voo singelo
Da borboleta azul; não é preciso
Fazer poema, se a noite é azul,
A madrugada é azul, a nos
Brindar com um dia azul; o
Pássaro é azul, azul, azulzinho, azulão
E quando está no muro, o calango
Fica azul; quem olhar ao redor
E enxergar tudo azul, não
Faz mais poesia; a vida é azul,
A morte é azul, o universo é
Azul e quando a música toca
Aos corações e não toca aos ouvidos,
A música é azul; o mar é azul
E quem entra no mar fica azul
E quem morre no mar, morre azul;
Não é preciso mais de literatura,
A letra é azul, a palavra é azul;
E a literatura supérflua passa a ser
Azul, a esperança madura é azul;
O horizonte é azul, o infinito é
Azul, Deus é azul; o amor é azul, a
Paz é azul; o sol quando nasce
É azul, a criança é azul, pois,
O anjo é azul e a criança é
Anjo; não, não mais aborrecerei aos
Incautos com poesias piegas, poemas
Simplórios; quando quiser um
Poema, quando quiser uma poesia,
Espalho em volta os meus olhos,
Espalho ao redor minhas vistas
E o meu olhar se tornará azul.

MIKIO, 137; BH, 040402013; Publicado: BH, 0250802015.

A humanidade tem o costume de
Abandonar seus líderes; desde Jesus
Cristo, é o costume do mundo deixar
Na mão seus libertadores; a raça
Humana não preza pelos que dão
A vida pelos seres humanos; Jesus Cristo,
Que só pregou o amor e a paz foi preso,
Torturado e crucificado, totalmente
Abandonado pelo povo que amou,
Curou e alimentou; e a fileira dos que
Sofreram pelo povo e depois foram
Desprezados é imensa: Che Guevara,
Patrice Lumumba, Steve Biko, Tiradentes,
Marighella, Lamarca; é uma vasta lista
De nomes e de mentes e muitos
Caíram em desgraça com a ajuda da
CIA e do FBI, aos seus inimigos;
Muitos desses líderes foram trucidados
Por combaterem o colonialismo e a
Agregação dos seus países à colônia;
Um exemplo: se Fidel e Che, libertadores
De Cuba, tivessem encontrado todo o
Povo em apoio à Revolução, não
Precisariam ter mandado tantos ao
Paredon; mas, no meio do povo há os
Que, mesmo a sofrerem anos de subjugação,
Quando são libertados, inda demonstram
Fidelidades aos antigos opressores e
Pregam princípios contrários aos que
Lutaram e lutam pela independência e
Liberdade, ou algo assim; aí não há jeito,
Não querem a ruptura com o antigo
Dominador, são passados na bala;
Há sempre os que torcem contra as
Liberdades, a democracia, a independência
Do próprio país e do próprio povo; e com
Esses judas, se não forem combatidos,
É que começam as ruínas dos líderes.

Acordei bruscamente dum sonho cavernoso; BH, 0240802015; Publicado: BH, 0250802015.

Acordei bruscamente dum sono cavernoso,
Para entrar num pesadelo e deparei, da
Janela do meu quarto, na praça, em pleno
Século XXI, com inúmeros dragões, hidras,
Titãs, ciclopes, polifemos, gigantes, medusas,
Bichos de sete cabeças, medeias, vários dos
Monstros outrora adormecidos, a bradarem
A volta do militarismo, saudações nazistas,
Pedidos de intervenções de nações
Alienígenas na nossa nação, machismo
Explícito, misoginismo, selvageria, linchamentos,
Terrorismos preconceituosos, racismos,
Atentados violentos ao pudor, homofóbicos
E estranhei onde estava, estranhei a minha
Casa, a minha rua, o meu povo; como
Conviver com quem pede o fim da democracia,
A abolição dos direitos humanos e com agressões
À soberania e o impedimento da cidadania?
Como conviver com quem conspira, descaracteriza
A Inconfidência, inconfidente, para apoiar um
Golpe de estado? e fiquei assustado, com o
Alicerce abalado, de medo prostrado, pois
Políticos descarados, desprovidos de princípios,
Pegaram caronas nos ecos desses malditos gritos;
E gritos contra as cotas raciais, bolsa família,
Prouni, Pronatec, minha casa minha vida e
Muitas outras vitórias do povo trabalhador
Brasileiro; e a burguesia e a elite federam,
Ficaram roucas, ficaram loucas, crentes no
Credo do quanto pior melhor, pois, voltariam
A lucrar com as derrocadas do governo e do
Povo que sustenta o governo; e mais uma vez
Quem vencerá é quem só acredita no Brasil e
No seu povo; e mais uma vez sairá vitorioso o
Partido dos Trabalhadores, mesmo com todo o
Ódio pregado por seus opositores.

MIKIO, 138; BH, 040402013; Publicado: BH, 0250802015.

Ruptura, há de haver uma ruptura,
Um rompimento e romper com os
Padrões, com o normal, é o essencial,
Uma ruptura radical, pôr abaixo
Os conceitos e os preconceitos e o
Sistema ocasional; há de haver
Uma revolução, uma nova ordem
Conceitual e mudar a estrutura;
Mudar inclusive o regime alimentar,
Para um alimento mais substansioso
E nutritivo; e mudar o sistema
Educacional, com mais comprometimento
Cultural; é a evolução que exige
Uma ruptura total com o atraso,
Atraso na saúde, na cidadania,
Na democracia, na soberania;
Ruptura total com a estupidez,
A ignorância, bizarrice, e bisonhice;
Ruptura geral da imbecilidade e
Da mediocridade; e há de haver
Uma ruptura da política nefasta,
Corrupta, corporativa, fisiológica;
Se não houver estas rupturas, não haverá
Liberdade, independência, autonomia;
O povo precisa romper o cordão de
Isolamento, a faixa que impede
O cruzamento, a caixa-preta dos
Segredos, dos mistérios que
Mantêm o povo no cabresto; há
De haver uma saída de emergência
Para o rompimento, a lâmina
Afiada do poder do povo para
Cortar a força de gravidade e a
Nos fazer voar para o seio duma
Sociedade melhor.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

MIKIO, 139; BH, 040402013; Publicado: BH, 0240802015.

Desconheço-me, não há como conhecer-me,
Não há tese a meu respeito, teoria, ensaio,
Ou tratado; desconheço-me, não há uma
Nota explicativa sequer, um manual de uso,
Ou um passo a passo, não há como
Reconhecer-me; qualquer um sabe de tudo
A respeito de si, não sei de nada a respeito
De mim e se soubesse, viveria melhor
Comigo mesmo; desconheço-me e não há
Como conhecer-me, penso ser complexo
Demais, sistemático, e complexado; não
Há processo normativo, para colocar em
Bom andamento, o meu desenvolvimento; e
Como não tenho prática em mim, demoro a
Acostumar comigo; e não desvendo-me,
Não tiro a tarja preta das vistas, e sou um
Osso duro de roer, na tentativa de
Conhecer-me; e como não tenho
Experiência em mim, quebro a cara
Ingenuamente; será herança genética? será
Legado de hereditariedade? será carga dos
Meus ancestrais que terei de carregar? será
As amarras dos meus antepassados? será
Que morrerei sem descobrir, ou descobrirei
Antes de morrer? sinto-me inda encoberto
De manto e em algum lugar inacessível,
Tudo para, e dali não passo, quando dou-me
A pesquisar; não avanço nem dentro e nem
Fora, nem em cima e nem embaixo; e todo
O universo teima em que conheça-me; e
Todo dia de manhã, vem dar-me uma nova
Oportunidade e a deixo fluir de minha
Alma, quando chega a tarde.

MIKIO, 140; BH, 0250402013; Publicado: BH, 0240802015.

Acabou-se o que era doce, vi-me
Da noite para o dia, com as calças
Nas mãos, os pés rotos no chão, as
Botas desbotadas encostadas no
Canto da parede; quem num dia era
Rei, noutro virou mendigo, a
Pechinchar na xepa da feira,
A pedir pão dormido nas padarias;
E passei não mais a viver a poesia,
Não mais a fazer aquela oração do
Pão nosso de cada dia dá-nos
Hoje; a fé escafedeu-se de mim,
Como um raio que parte duma
Nuvem carregada; e aquele porto,
Donde sorrateiro observava o
Universo, aquele outeiro, onde
Permanecia alerta, estátua
Como um colosso, a guarnecer
As entranhas das galáxias, vi-me
Desprovido dele, nu, com as
Vergonhas à mostra e sem reação,
À deposição de minha autoridade;
Ouvi vozes desconfortáveis que,
Indignadas, reprovavam a minha
Decomposição; aleguei que faria
Uma nova experiência e que,
Como um pensador de Rodin,
Encontraria a pedra certa para
Apresentar a bunda e que talvez até
Mais vestimentas apropriadas, para
Esconder as vergonhas, ora transformadas
Em banhas; isso é no que dá ser passional,
Patético amador e o universo pede
Sem sentir, este pobre observador.

domingo, 23 de agosto de 2015

MIKIO, 141; BH, 0250402013; Publicado: BH, 0230802015.

Bem que alguém deveria ter gritado
Da esquina, cheguei ao fim da rua
E nem um grito ouvi; vacilei antes
De seguir em frente, pensei em olhar
Para atrás, o coração suspenso e
Às minhas costas, só o silêncio;
Nenhuma alma acompanhou-me,
Nenhum anjo postou-se ao meu lado
E a escada não ia até o céu, terminava
Numa parede ao alto e não havia
Porta; pensei que alguém poderia
Ter me gritado; como fui ingênuo,
Uma criança inocente; desci para
A praça, sempre a imaginar que,
Coisas reais aconteceriam que, a
Realidade viria ao meu encontro
E que, a liberdade me elevaria à
Condição de entidade superior; no
Corredor, que mais parecia um túnel,
As luzes não estavam acesas,
Inseguro, andei como se pisasse
Em águas profundas, era grande
O medo de afundar, a covardia
Distanciava-me da fé; faltou-me
Tudo que falta num grito de ânimo;
E ao oferecerem-me uma chave, não
Abri a porta, o desconhecido, como
Um imã poderoso, paralisava-me;
Meus ouvidos queriam ouvir uma
Voz, um chamado de volta e já
Encontrava-me no meio do
Pântano, o lodo pela cintura
E meus ouvidos queriam ouvir,
O grito que alguém poderia ter gritado.

MIKIO, 142; BH, 0260402013; Publicado: BH, 0230802015.

Meus membros estão fracos, cansados,
Nenhum poeta já se sentiu tão
Cansado, tanto quanto sinto-me
Cansado agora; e é um cansaço
De não suportar uma pena que pesa
Toneladas; uma pena que não
Traça uma letra, não rabisca
Uma palavra; a mão que tenta
A segurar, está flácida, mão de
Velho decrépito, mão trêmula,
Que mete mais medo, do que
Dá alguma garantia; é uma mão
Sem serventia, não deixa sentir
O braço e impede a respiração,
Como? não sei, mas percebo a
Dificuldade de respirar, pelo cansaço
Que causa-me; quem é mais
Cansado do que eu neste mundo?  não
Suporto a cabeça erguida, mantenho-a
Pendente, às custas para a frente; é
Uma cabeça tontinha, de chumbo,
Dói-me suportá-la no meu
Eterno cansaço; quantas letras
Fazem um homem existir? quantas
Palavras formam um ser? quantas
Páginas são necessárias na
Composição duma vida? que
Cansaço é este meu Deus? o que
Fazer para viver brevemente?
Viver levemente, como uma
Brisa que sopra do mar? como
Um vento tênue que vem numa
Tarde, acariciar as pétalas das
Rosas dos jardins das vizinhanças.

MIKIO, 143; BH, 0250402013; Publicado: BH, 0230802015.

O ser mais morto que vi na minha
Vida, foi quando olhei no espelho
E nunca havia olhado num espelho,
Como olhei nesse dia, olhei com
Agonia, com ansiedade de morto,
Com cansaço de corpo, que tem
Que ser carregado ladeira acima;
E olhei no espelho de noite
E do lado de dentro, vi uma
Assombração, um sobrenatural
Oculto, que, normalmente, não
É visto por quem é vivo, só
Por quem é morto; e o ser mais
Morto que vi na minha morte,
Foi quando olhei no velho
Espelho do meu quarto, era
Noite sem luar e a luz do quarto
Não estava acesa; senti medo
De mim, fantasma sentir
Medo de alma penada; cadáver
Em pânico? não, são as revoluções
Dos vermes no banquete das carnes;
Réquiem? não, são os vermes
A furarem os ossos do esqueleto;
Não sabes fazer nada? alguém
Perguntou-me detrás da porta;
E para que saber nesta altura
Dos acontecimentos? desculpei-me,
Como sempre, por minhas inaptidões;
E essa caneta de tinta de sangue?
Não é caneta, é um pedaço de
Osso; e essa folha de papel? não
É folha de papel, é um pedaço de
Pele fresca, narrarei meu testamento.

NOTA À IMPRENSA, OPS, AO PIG, PARTIDO DA IMPRENSA GOLPISTA.

Nota à imprensa



1 – A decisão tomada pelo Ministro Gilmar Mendes em relação à prestação de contas da campanha da presidenta Dilma Rousseff será devidamente questionada no TSE. Desde o final do segundo turno eleitoral, outros três processos estão em curso na Justiça Eleitoral, com o claro objetivo por parte do PSDB de questionar uma vitória eleitoral conquistada legitimamente na eleição presidencial de 2014.

2 – Mais uma vez, líderes oposicionistas procuram, a partir de processo judicial criar, de forma oportunista, um factoide político completamente descabido. Aliás, o PSDB chegou a solicitar até mesmo uma auditoria das urnas eletrônicas, que são sabidamente seguras.

3 – Reitera-se, novamente, que todos os recursos financeiros utilizados na campanha da presidenta Dilma Rousseff foram arrecadados de forma absolutamente legal e lícita. As contas de campanha da presidenta Dilma foram aprovadas por unanimidade pelo TSE, com parecer favorável do procurador eleitoral do Ministério Público Federal, após rigorosa auditoria.


4 – Felizmente, o Brasil é uma democracia sólida e aqueles que perdem as eleições devem respeitar o resultado das urnas.


Edinho Silva

Ministro-Chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom)

terça-feira, 18 de agosto de 2015

AS PALESTRAS DE LULA:


A partir do Instituto Lula:

AS PALESTRAS DE LULA: A VIOLAÇÃO DE SIGILO BANCÁRIO DO EX-PRESIDENTE FOI UM ATO CRIMINOSO


São Paulo, 18 de agosto de 2015,

Em sinal de respeito à sociedade brasileira, que merece receber informações corretas e verdadeiras, divulgamos a relação das empresas e instituições que, desde 2011, contrataram palestras do ex-presidente Lula no Brasil e no exterior por meio da empresa LILS Palestras e Eventos Ltda. 

Trata-se de uma atividade legítima, que Lula exerce legalmente desde que deixou a Presidência da República, a exemplo de outros ex-presidentes do Brasil e de outros países, e personalidades de destaque como esportistas, artistas, jornalistas, cientistas. 

De 2011 até hoje, Lula fez 70 palestras contratadas por 41 empresas e instituições, sendo remunerado de acordo com sua projeção internacional e recolhendo os devidos impostos. 

No mesmo período, o ex-presidente participou, gratuitamente, de mais de 200 conferências, palestras e encontros promovidos por sindicatos, movimentos sociais, partidos, governos e instituições multilaterais, no Brasil e no exterior, sempre em defesa dos interesses nacionais, da paz mundial, estimulando o combate à fome e à pobreza.

Mesmo se tratando de contratos que preservam a privacidade das partes, julgamos necessária sua divulgação neste momento, para esclarecer distorções, manipulações e prejulgamentos em torno dessa atividade e das empresas contratantes, como vem ocorrendo por meio de reportagens, artigos e até editoriais na imprensa. 

As palestras de Lula foram contratadas por algumas das maiores e mais respeitadas empresas de vários setores econômicos, do Brasil e do mundo. Por exemplo: Microsoft, Itaú, Infoglobo, Santander, Ambev, Telefónica, Iberdrola e Telmex.

O ex-presidente Lula e a empresa LILS solicitaram ao Ministério da Justiça, ao Ministério da Fazenda e à Procuradoria-Geral da República que apurem, na competência de cada instituição, as responsabilidades pela violação criminosa do sigilo bancário da LILS, violação que atinge não só um ex-presidente da República mas toda a sociedade brasileira. 

Dessa forma, o ex-presidente Lula e o Instituto Lula estão certos de contribuir para o esclarecimento da verdade, a defesa do estado de direito democrático e a garantia dos direitos constitucionais de todos os cidadãos brasileiros.


LISTA DAS EMPRESAS QUE CONTRATARAM PALESTRAS DE LULA ENTRE 2011 E 2015: 

. ABAD – Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industriais
. Associação de Bancos do México
. Abras – Associação Brasileira de Supermercados
. ALL América Latina Logística
. Ambev
. Andrade Gutierrez
. Banco Santander
. Bank of America
. BBVA Bancomer
. BTG Pactual
. Camargo Corrêa
. Centro de Estudos Estratégicos de Angola
. CFELG – Centro de Formacion y Estudios en Liderazgo y Gestion (Colômbia)
. Cumbre de Negócios (México)
. Dufry do Brasil
. Elektra
. Endesa
. Gás Natural Fenosa
. Grupo Petrópolis
. Helibrás
. Iberdrola
. IDEA (Argentina)
. INFOGLOBO
. Itaú BBA
. LG
.Lojas Americanas
. Microsoft
.Nestlé
. OAS
. GDF Suez Energy Latin America 
. Odebrecht
. Pirelli
. Queiroz Galvão
. Quip
. Revista Voto
. Sinaval
. Telmex
. Telos Empreendimentos Culturais
. Terra Networks
. Tetra Pak
. UTC

MIKIO, 144; BH, 030502013; Publicado: BH, 0180802015.

Ezra Pound escrevia os poemas num estilo,
e. e. cummings em outro, Tristan Tzara,
Também; e cada um procurou e encontrou
Uma maneira de fazer uma obra-prima; e
Walt Whitman, que tanto encantou Fernando
Pessoa, que tanto encantou-me, tanto 
Quanto Vladimir Maiakovski; e o estilo é 
Assim um encantamento sem fim, a poesia
Uma fada encantada que todos queremos 
Conquistar e o tema uma varinha de condão;
E o sonho dum pseudo poeta, é tornar-se
Um poeta, ser dono dum estilo e admirar
A própria obra-prima e se satisfazer com a
Própria obra de arte; mas, enquanto a 
Natureza zombar de mim, este firmamento
Tão distante, a isolar-me do infinito, a poesia
Saltitará à minha frente e não a alcançarei; 
De tanto querer chamar a atenção das 
Galáxias e entrar num buraco negro e sair
Ileso do outro lado em forma de energia, luz,
Força interplanetária, atração fatal intergalática,
Tanto mais sou ignorado pelo universo; e as 
Estrelas dão de ombros e os sóis escarnecem-me
E entendo este caos, quando interpela-me: tu, 
Um poeta? deixo de ser caos, passo a ser um caô; tu, 
Poeta? desde quando? pequeno pseudo ser? e a 
Humanidade sempre aí a esperar, desde e até quando?

MIKIO, 146; BH, 050502013; Publicado: BH, 0180802015.

Da descomunal tempestade solar que,
Despendeu-se do sol neste momento,
É que espero herdar a colossal
Poesia que, encantará gerações; e
Vem vindo acelerada, a
Romper as entranhas do universo,
A placenta do útero sideral,
Para nascer neta folha de papel
Imparcial; e como os deuses do bem
Sopram nos ouvidos dos homens os
Seus bons conselhos e como os deuses do
Mal sopram nos ouvidos dos homens os
Seus maus conselhos, a tempestade e a
Poesia me soprarão a ciência do bem e
Do mal, a genealogia do espírito, e as
Ondas magnéticas da percepção; e da
Mesma forma que a Terra se abriu na
Separação dos continentes e engoliu
Atlântida, hei de abrir-me para
Recepcioná-la, essa poesia escapada
Do núcleo solar, disparada em
Furor certeiro, ao núcleo do meu coração;
E meu coração nunca mais será o mesmo
E o sol nunca mais será o mesmo e o
Universo nunca mais será o mesmo;
E posso ousar mais e afirmar com
Audácia, que a poesia nunca mais
Será a mesma; e que fenomenologia
Viverei fabulosamente, batizado por
Nêutrons, prótons, infinitos núcleos atômicos,
Com o mesmo efeito dum acelerador de
Partículas; e desintegrado nalgum lugar
Indefinido, serei reintegrado nesta poesia,
Neste sublime momento definido.

MIKIO, 147; BH, 0500502013; Publicado: BH, 0180802015.

(A brincar)
Batatinha quando nasce,
Jacaré não tem caroço,
Mas tem casca dura,
Se não gosta de biscoito,
Por que apagou a luz???
Quem não tem colírio,
Usa óculos escuros.
Puliça!!!
I love McFly
Leigo secular
HYAZSNAHYAH
HYAZSNAHYAH
HYAZSNAHYAH

MIKIO, 148; BH, 080502013; Publicado: BH, 0180802015.

Um dia, não muito tarde, talvez
Antes do anoitecer, a humanidade
Será perfeita; e o meu sonho
De ser humano, é o de ser um
Representante duma raça
Humana perfeita; e qual é o
Caminho humano que levará
A raça humana à perfeição?
Penso livremente que já avançamos
Muito e penso livremente que
Inda estamos muito distantes
Do nosso alvo: a perfeição; avançamos
Nas ciências, nas políticas, nas filosofias,
Nas justiças, nas liberdades; sim,
Avançamos nas tecnologias e percebo
Que inda há um grande vácuo;
Talvez não saiba explicar essa
Vacância e o que falta para
Preencher esse vão, que seria o
Elo à perfeição; evoluímos muito,
Descobrimos curas milagrosas para
Muitas doenças, controlamos epidemias,
Evitamos catástrofes e tragédias e
Penso que deixamos algo a desejar;
E minha mentalidade não tem
A resposta, o que faz aumentar a
Minha melancolia, mas, a humanidade
Há de chegar à perfeição; estas letras sem
Importância, estas palavras insignificantes,
Podem nem contribuir para isso; mas,
Sonho, surpreso, pois, pela primeira
Vez não é pesadelo, não é uma
Neurose, é uma sentença que captei no
Ar, do nada: um dia a humanidade será perfeita.

MIKIO, 149; BH, 090502013; Publicado: BH, 0180802015.

Sem querer ser não sei o que,
Ou mesmo ao querer ser não sei
O que, penso que, a melhor coisa
A acontecer na vida, é escrever
Um poema; imagina se no lugar
De escrever um poema, tivesse
Que matar alguém, ou morrer;
Ou se tivesse que estuprar
Alguém, ou ser estuprado, mas,
Não, estou aqui sentado na
Cadeira, à mesa da cozinha
Da minha casa, a escrever estas
Linhas; imagina se tivesse que
Sair para assaltar, para traficar,
Ou virar-me numa esquina a
Fazer michê? e estou aqui a
Imortalizar letras, a eternizar
Palavras; se me ocorresse uma ideia
De como passar esta experiência a
Todas as pessoas e dizer: ao invés de
Estar a fazer o que fazeis agora, para
Tudo e vades escrever; inventai uma
Realidade, uma verdade, um
Poema, inventai uma poesia, uma
Montanha, inventai um universo;
É assim que faço, o que não sei,
Invento, o que não tenho, invento;
E quando deparo com as minhas invenções,
Estão maiores do que o meu coração; dias 
Desses inventei uma galáxia, num lugar onde
O universo, nem havia existido; e mudei para lá e 
Quando cheguei lá, quem encontrei?  meu pensamento.

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

MIKIO, 150; BH, 0100502013; Publicado: BH, 0170802015.

Cada coisa tem uma vozeria, cada
Bicho tem uma vozança que o identifica;
Cada pedra tem uma marca, um rastro,
Que deixa quando se movimenta
Ao dormir; cada coivara tem uma
Sombra, um som, que ninguém percebe,
Mas, quem percebe, identifica; tudo faz
Tic-tac no universo, como se fosse uma
Bomba relógio; tudo faz pic-pic, ou tu,
Tu, como se fosse um verme a roer os
Tutanos dos ossos; a taramela canta
E a cancela geme, o ferrolho chia e a
Pinguela oscila; cada coisa tem algo
A nos passar, que não sabemos ouvir
E nem saber o que é, não sabemos
Entender as coisas; cada um ser é
Um mestre numa coisança: um
Especialista em estradas deixadas
Pelas lesmas, outro é ás em concertos
De sapos, grilos, cigarras e experts
Em iluminações de pirilampos; e nos
Choros das horas com suas lágrimas
De serenos, ou de orvalhos, há algo
Mais importante do que um seguidor
De brisa? é o cara que não para a
Brisa e pelo contrário, vai é atrás
Dela; e o rastreador de formigas?
Conhece todas as trilhas e mesmo
À léguas de distância, chega
Certinho aonde as formigas têm
Que chegar; inda há o interrogador
De calangos: vai chover hoje? e o
Homem, como está? e o calango só
Balança cabeça, e naquilo ali, já diz
Dum tudo; e tem também, o que
Faz dueto com a cigarra, que ensina
Cachorro a latir em latim e gato a
Miar em inglês de Miami; e vou
Aprender com as coisas antes de
Morrer, não posso morrer assim
Sem saber de nada; e uma abelha
Tem muito a me ensinar.

RESOLUÇÃO DO PT SOBRE AS MOBILIZAÇÕES DO DIA 20 DE AGOSTO:

Os ataques ao Partido dos Trabalhadores, ao ex-presidente Lula e ao governo da Presidenta Dilma, não escondem seus propósitos conservadores e antidemocráticos, exigindo uma reação imediata do nosso partido e do campo democrático e popular.
Diante da gravidade do momento político e da ofensiva da direita contra as liberdades democráticas e os direitos humanos, políticos e sociais, o PT conclama o engajamento nacional da militância petista no calendário de mobilizações em defesa da democracia, das reformas estruturais e por mudanças na política econômica.
O Partido dos Trabalhadores apoia e orienta a participação dos petistas na mobilização unitária dos movimentos sociais e partidos de esquerda no próximo dia 20 de agosto e as iniciativas de constituição, nos estados e nacionalmente, de uma frente democrática e popular.
Brasília, 04 de agosto de 2015.
Comissão Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores
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domingo, 16 de agosto de 2015

MIKIO, 151; BH, 0160502013; Publicado: BH, 0160802015.

Queres ser artista? queres ser poeta?
Terás que pagar-me em tarefas,
Maiores do que as dos doze trabalhos de
Hércules; terás que satisfazer-me
Com desejos maiores do que os dos
Trabalhadores do mar; e se não
Ficar satisfeito, obrigar-te-ei a
Hibernar numa caverna, um urso,
Um ermitão, um eremita e de paga,
Quererei a reunificação dos continentes
E com Atlântida resgatada do fundo do
Oceano Atlântico e colocada no seu
Lugar de origem; sou a poesia que
Almejas, não sou mera atriz meretriz,
Sou gueixa de raiz e uma noite comigo
É de preço alto, é pescar Moby-Dick
No anzol; quando estiveres disposto
A ser artista, ou a ser poeta que
Imortaliza obras-primas, sou quem
Procuras e quero que convertas Lúcifer
De novo ao cristianismo e convencer a
Deus para aceitá-lo novamente no céu;
Aí, darei-te a cereja do meu bolo, a
Minha joia de rainha, o que tiver de
Mais caro no meu tesouro; ungirei-te
Com A espada era a Lei e dos abrigos
Da Ursa Maior, farei chover as pérolas
Que alimentarão os teus porcos e as
Carnes para os teus cavalos; e restituirás
Os olhos de Édipo, viajarás nas jangadas
De pedras e nos rastros que escrevem,
Desvendarei para ti, as poesias impossíveis,
Que os impossíveis escondem dos normais.

sábado, 15 de agosto de 2015

MKIO, 152; BH, 0160502013; Publicado: BH, 0150802015.

Minhas licenças e retóricas poéticas são
Expedidas diretamente das galáxias
Dos aglomerados de constelações;
Falo intimamente com cada estrela,
Ouço o que têm a dizer e individualizo
Os pensamentos delas nas folhas de
Papel, em forma de poemas; outras
Mais exigentes, só falam-me em forma
De poesias; e outras, através de
Tempestades solares, ventos espaciais,
Cabeleiras de cometas e furacões de
Planetas agressivos; são linguagens de
Quasares, letras de regiões cósmicas
De cinturões desconhecidos e palavras
Formadas de ruídos das explosões das
Formações universais; e dos poros
Dessas peles interplanetárias escorrem
Os suores que molham a pena que fere
As linhas que amarram as letras e
Libertam as palavras; e imperial, a
Reinar soberano, ouço os balidos, as
Canções e as melodias que vêm desse
Vácuo infinito; e além de tudo,
Ensinam-me as filosofias que inda nem
Nasceram e revelam-me os pensamentos
Nas incubadeiras, as imaginações, as
Inspirações e as meditações que os
Mestres orientais ainda vão criar
Antes de nascerem os céus e as terras; e
É nessa bola de cristal que daqui do lado de 
Fora tento colher as respostas dos mistérios.

Qual será o próximo presidente da República Federativa do Brasil? BH, 0150802015; Publicado: BH, 0150802015.

Qual será o próximo presidente da República Federativa do Brasil? 
E em quem o povo trabalhador brasileiro terá a coragem de
Votar para ocupar o lugar da Presidenta Dilma Vana Rousseff 
E continuar com o trabalho de faxina que tem feito, com a
Punição à corrupção, aos corruptos, corrompidos 
E por fim aos corruptores? será alguém das gangues 
Da demotucanalhada do DEM/PSDB, Democratas/
Partido da Social Democracia Brasileira? 
Será algum nome do PMDB? Partido do Movimento
Democrático Brasileiro? ou do judiciário
Paquidérmico nas figuras dum Sérgio Moro,
Ou dalgum delegado fanfarrão da Polícia
Federal, ou promotor parcial que só investiga o
PT? o Partido dos Trabalhadores? ou será um
Nome retirado das cartolas do PIG, do Partido
Da Imprensa Golpista, e inflado como um
Balão? não percebo no povo trabalhador
Brasileiro, ânimo para votar num Geraldo
Alckmin, que destruiu o PIB, o Produto
Interno Bruto de São Paulo, arrasou a
Educação, fez conchavos com o PCC,
Primeiro Comando da Capital e
Literalmente secou o estado e usou de todos
Os meios para impedir a investigação do
Trensalão; não vejo o apagado senador
José Serra que, nunca trabalhou na vida e
Sobrevive com os restos das verbas da
Privataria Tucana e com sua ânsia entreguista
De entregar o Pré-Sal, como um nome
Competitivo; o golpista Aécio Neves que,
Pôde até ter tido uma votação expressiva,
Nas últimas eleições, tem se demonstrado o
Pior político das atuais gerações, só soube
Envergonhar o estado de Minas Gerais, junto
Com o cúmplice Antônio Anastazia e que
Agora envergonham e diminuem a estatura do
Senado; dos quadrilheiros do inexpressivo
DEM, Democratas, ninguém se qualifica; o
PT, o Partido dos Trabalhadores encontrará
Dificuldades, não quis cevar com verbas o
Judiciário e o PIG, e escapou da blindagem
Que os outros têm e agora sofre com as
Investigações, prisões ilegais, delações
Premiadas mesmo sem provas e sem
Ampla defesa; mas o PT, no fim da jornada,
Tem um grande trunfo, que se não for
Abatido e resistir ao bombardeio, poderá
Vir a ser o próximo presidente da República
Federativa do Brasil: Luiz Inácio lula da Silva.

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

MIKIO, 153; BH, 0170502013; Publicado: BH, 0130802015.

Estou esgotado, sou um assunto
Esgotado e do qual, sumariamente,
Todos se esgotaram; mas, levo uma grande
Vantagem em relação à humanidade,
Como não tenho qualificação
Profissional, não estou inserido
No mercado de trabalho e fora
Do padrão de idade que as empresas
Gostam de dar emprego, sobra-me
Muito tempo para brincar com as
Minhas letras; poderia estar
Acorrentado à frente da televisão,
Ou algemado ao mouse do computador,
Ou preso a um telefone celular,
Ou a imbecilizar-me a ler um desses jornais
Desqualificados, uma dessas revistas
Desacreditadas, de fofocas de famosos;
Não, estou aqui com a minha velha
Esferográfica na mão, a pescar letras
Sem anzol e a arrastar palavras
Sem rede, ou tarrafa; e ninguém nunca tomará
Conhecimento destes fatos, ou esfregará
As retinas nestas paredes cobertas de
Frases, nestes muros pichados de
Sentenças; não sou um ser moderno,
Que atrai olhares, pelo contrário, lasso,
Sou um esgotado, abandonadamente
Fora de uso e a teimar com coisas
Fora de uso: letras, palavras, sentenças,
Frases, linguagens escritas; nem por
Curiosidade aparece quem queira
Saber de minha bizarrice, do meu
Prazer mórbido, do meu comportamento
Bisonho, fora do padrão dos agrados modernos.

MKIO, 154; BH, 0170502013; Publicado: BH, 0130802015.

Calculei o salto ornamental do
Último trampolim, totalmente
Errado e bati em cheio, na borda
Da piscina; perdi as classificações,
As medalhas e as posições; e é
Sempre assim, preparo-me para
Um pulo e a perna é curta
Demais e estatelo-me no
Asfalto; penso em algo sensacional
E quando percebo, no mundo todo,
O que penso, se passa como
O demais atrasado da época;
E não há nada de relevante que
Possa mostrar e quem por
Acaso quererá saber de velharias
Velhacas? quem se perturbará
Em conhecer o que não merece
Ser conhecido? e calculo uma
Equação e o resultado não é
Aprovado; e apresento um sistema
E vira um dilema; e o que mata é o
Olhar, olham-me como se dissessem:
Vai pensar e olham-me como se
Quisessem guilhotinar-me, ou
Pendurar-me numa forca; cadê o
Resultado, cadê o pragmatismo, o
Produto, o fim dessa lenga-lenga
Sem fim? e entranho-me estranho
Nas minhas entranhas estranhas; e
Hiberno-me por lá no recôndito mais
Inacessível; e não sentem a minha
Falta, não apresento subsistência:
Puxa vida, pelo menos poderia
Avisar que ia morrer, para a
Família tentar aproveitar os órgãos.

MKIO, 155; BH, 0170502013; Publicado: BH, 0130802015.

Não, não mantenho mais ereta a
Coluna, a pilastra, a muralha;
Um som de trombeta colocou tudo
Abaixo, ruiu a fortaleza, desmoronou
O castelo e do nada desmanchou-se
A montanha; o vento agora pode
Aproveitar-se de mim à vontade,
Pode ir à forra e arrastar-me
Trapo velho pelas ruas fantasmas;
E pensava que a minha cabeça era
Infinita e a minha cabeça acabou-se;
Fluíram-se memórias, esvaíram-se
Lembranças, perderam-se recordações;
Dias desses, em frente ao espelho,
Perguntei quem era a pessoa do
Lado de dentro e que repetia,
Tudo que eu fazia; cismei que
Era um clone e para enfiarem na
Minha cabeça e que, aquela imagem
Era a minha, tiveram que contratar
Um convencedor e um marqueteiro,
A ensinarem-me como deveria agir;
E não sou candidato algum,
Não aceitei o que tentavam convencer-me
E o que tentavam ensinar-me; quebrei o
Espelho, aquilo não sou eu, sou estas
Letras de fogo, sou estas palavras
Ardentes, trazidas pelos raios das
Cargas elétricas; não, não acredito,
Não aceito argumentos, sou os
Pensamentos que formam os núcleos
Solares, sou eu que alimento aquela usina.

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

MIKIO, 156; BH, 0170502013; Publicado: BH, 0120802015.

Queirais desculpar-me, mas,
Precisava de ser assim, penso que,
Seja o único ser no mundo,
Que não é protótipo de evolução;
Desprovido de qualquer qualidade
De ânimo, cansei-me ao nascer e
Cansei a minha mãe; foram tantos
Os remédios e mais remédios para
Despertar, animar, inflamar, acordar
E nada; não há na natureza,
Nada que possa energizar-me;
Lua, sol, estrelas, universo,
Nada que possa tirar-me deste
Estado de autista; ofereceram-me
Milhares de letras, inclusive letras
Clássicas; ofereceram-me milhares
De palavras, palavras sagradas, sacras,
De deuses, de santos, de anjos e
Nada, não há uma única palavra
Que seja capaz de ressuscitar-me,
Mexer com a minha libido, com
O meu testosterona, adrenalina,
Fazer meu sangue circular pelo
Meu aparelho circulatório; não há
Nada que faça o ar chegar aos meus
Pulmões, uma ideia chegar à
Minha cabeça, um pensamento
Ao meu cérebro, um ideal à
Minha vida; e de repente,
Aparece aqui à minha frente,
Minha filha a dizer que,
Queria ser igual a mim,
Coitada, será que bebeu de novo.

Dona Ivone Lara Completo - canto de rainha audio do dvd {2009} - Jami...

terça-feira, 11 de agosto de 2015

MIKIO, 157; BH, 0170502013; Publicado: BH, 0110802015.

Não é possível, estou todo a fervilhar
De febre, estou em mim? não é
Possível, de repente, vejo-me a
Tremer, estou em transe? quem sou
Eu a escrever agora neste momento?
Alguém escreve por mim? porque a
Minha mão está tão branca assim,
Esta branca mão, é a minha mão?
E que cansaço é este agora? cansaço
De fantasma, suspiro de morto,
Soluço dum último frenesi de vida;
Não é possível, passou, durou
Pouco, voltei à lucidez, à cor natural,
Dei uma pausa, respiro normalmente,
A febre passou; penso no sofrimento
Do Nietzsche, se pudesse ajudá-lo,
A cabeça voltou a doer, a apertar o
Crânio, as letras ficam fora de forma,
As palavras fora das linhas, as frases
Saem tortas e as sentenças presas;
Eu mesmo encontro-me preso, não
Voo, não nado, não danço, o vento
Convida-me a deixar a vegetação,
Não tenho uma praia para ir, não
Tenho uma montanha minha; tenho
O hospício onde ficarei internado,
No mesmo catre onde ficou Arthur
Bispo do Rosário; se minha cabeça
Parasse de doer, eu teria a certeza que, 
Não precisaria existir; não é possível
E é impossível, estou todo em gelo.

MIKIO, 158; BH, 0170502013; Publicado: BH, 0110802015.

Quero um poema para mim,
Porém, desisto facilmente, não sou
Um bom caçador; quero uma
Poesia para mim, mas, logo em
Seguida, mudei de ideia, não
Sou um bom conquistador; e a
Poesia, como a mulher, gosta de
Ser conquistada; e nas sobras
Que, encontro hoje em mim, não
Conquisto poesia, não conquisto
Mulher; e vou ao sebo atrás dos velhos
Livros, os antigos alfarrábios, a
Matar a saudade dos clássicos
Poemas e das líricas poesias; e vou
Ao bar e como sou um
Mau bebedor, um fraco para o álcool,
Quando dou-me por mim, estou
Nos braços sujos duma puta e
Na embriaguez, noto os seus traços
Mal acabados, seus dentes estragados,
Seu corpo maltratado; pago a
Mixaria envergonhado, saio
A cambalear, a tropeçar, quase
Caio na calçada, ofuscado pela
Réstia da luz do sol; como posso
Querer um poema, algo tão elevado?
Como posso querer uma poesia,
Algo de alma tão lírica? como
Posso almejar uma mulher só
Para mim? e juro que não serei
Nunca mais este bêbado desempregado,
Desqualificado, a envergonhar as putas 
Nas zonas; mas, juro só enquanto estou 
Bêbado, é só ficar sóbrio, que corro para lá.

MIKIO, 159; BH, 0170502013; Publicado: BH, 0110802015.

Levantei-me do chão, como um tronco
Frondoso, varão, levantei-me do chão,
Enraizado, árvore de pau nobre, esnobei
Pinho-de-riga, cedro-do-líbano, jacarandá e
Peroba; meu chão nutria-me de seiva real,
Fértil, senti-me revigorado; plantado no
Meu torrão, a fazer sombra no meu quintal,
A embelezar meu terreiro, atraía os mais
Diversos pássaros aos meus galhos
Ramados, à minha folhagem rejuvenescida;
Não quero outra terra e se optar ser
Embarcação, de quilha empinada, de
Proa endereçada e de popa reforçada;
Os oceanos serão pequenos para mim,
Navegador, descobridor de continentes;
Trarei nas velas Atlântidas e nos porões,
Especiarias e nos sótões, ideias infantes
Por liberdade; navegarei nos mares de
Camões, dos marinheiros bravios que,
Em cada porto deixa um pedaço do
Coração, a consolar um coração; e
Depois de conquistar o mundo,
Conquistar as luas, os sóis, partirei a
Dominar os universos; e em todos os
Cantos, meus frutos serão cantos, nas
Bocas de todas as gentes; e abrigarei
Nômades, ciganos, viajantes de desertos,
Seres errantes, ao redor deste tronco, de
Onde os séculos nos observarão em contemplação.

MIKIO, 160; BH, 0190502013; Publicado: BH, 0110802015.

Quero os meus ossos todos de volta, não
Importa o que foi feito dos meus ossos,
Não interessa o que foi construído em
Cima dos meus ossos; quero-os todos
De volta, agora, já e com as carnes nos
Lugares, os nervos, as veias e as peles;
Ah, construímos uma igreja em cima dos
Teus ossos e um castelo medieval, um
Mosteiro feudal; não autorizei usar os
Meus ossos para nada; quero a minha
Caveira de volta, vou guardá-la num
Armário, meu esqueleto completo,
Não mandei acorrentá-lo em nenhuma
Caverna; aprisionado em ossuário, de
Jeito nenhum, ficará como decoração
Em minha sala de espera; ah, mas, teus
Ossos agora são tão sagrados, viraram
Alicerces de catedrais, púlpitos para
Altares; não, nunca, quero-os para
Patuás, amuletos que fecham corpos;
Mas, isso é profano, é de pagão; mas,
Meu esqueleto é profano, minha
Caveira é leiga, pagã, meus ossos são
Seculares; ah, é impossível o que
Queres, estão muito ressequidos, a
Caveira encardida, o esqueleto sujo,
Não dá para arrastá-lo do fundo até
Aqui em cima; não mandei ninguém
Fazer isso com os meus ossos e
Quero-os inteiros, com medulas e
Tutanos, cartilagens e meniscos; não
Há mais nada disso, cartilagens,
Meniscos para os joelhos e no lugar
Dos tutanos areia e terra e nas
Medulas fuligens e nas juntas pedras
E seixos; é isto, é o meu esqueleto
Fossilizado, devolva-o assim mesmo.