Outro dia, não ontem, não hoje e não
Amanhã, outro dia, sabatinei um sábio,
Que de cócoras, cochilava em cima
Duma pedra filosofal: meu mestre,
Incomodo-te e o teu equilíbrio,
Incomoda-me; qual o teu motivo de
Tanta incomodação? tu a levitar no
Universo, a surfar nessa pedra
Fundamental e eu, por falta dum
Fundamento, duma filosofia, vivo
Preso aos mandamentos? jovem
Ancião, acordaste-me das minhas
Reverberações universais, de muito
Desliguei-me de mandamentos,
Manuais, tenho esta pedra, que
Faço de poleiro e nela só cabe as
Pontas dos meus pés e basta-me;
Vês-me aqui, mas, inda há pouco,
Passei pelos Cinturões das barreiras
Espaciais e sem naves, passageiro
Das minhas ondas mentais; mestre,
Chamaste-me de jovem ancião e
Agradaste-me, muito inda tenho que
Viver, vir, ver, interagir e entender
Ao responder e aprender a surfar
Numa pedra, pelos túneis das
Cristas das ondas dos oceanos
Encapelados pelas procelas; mergulhei
Em muitos mares, visitei palácios
Submarinos de rainhas deusas,
Cidades engolidas pela desunião dos
Continentes e vi tesouros incontáveis,
Mais valiosos do que os de Salomão;
Ave, meu mestre, até outra dimensão, outro
Dia, não ontem, não hoje, não amanhã, outro dia.
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