Ainda não é o que quero é
O que causa-me angústia
Deixa-me no desespero
Ansioso mas inda não é o
Que quero quero aplacar
Esta minha vontade sem
Poder este poder sem
Potência quero também
No pragmatismo na era do
Resultado dos fins que
Justificam os meios quero é
Atropelar a ética com
Competência lucrar com a
Miséria sem pudor ganhar
Com a pobreza com audácia
Ousadia sem remorso
Passar a minha vida a
Escrever abobrinhas
Esqueçais o que escrevi
Quero é implantar o
Neoliberalismo o estado
Mínimo privatizado é o que
Quero lucro acima de tudo
Brilhantismo meritocracia o
Que manda são as imagens
Letras palavras são da idade
Da pedra a idade mais atrasada
Bem antes da idade da pedra
Lascada basta de preencher
Linhas de folhas de papel com
Palavrinhas medíocres tens que
Pagar o aluguel fala sério qual
A imagem que tens para passar
Aos olhos ávidos? tens que
Entrar numa mente num
Pensamento é através dos olhos
Com essa tua imagem orgânica
Ingênua essa tua aparência não
Serás destaque nem em bailes
Da terceira idade é conformar
Aceitar que acabou esse tempo
De ingenuidade utópica absoluta
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