Johnny Winter:

 

é uma pena pedir esmolas numa esquina

é uma pena pedir esmolas numa esquina

não ganhar nenhum poema é que a

alma é muito pequena fica a esperar

todo dia que a luz do sol traga uma

poesia porém rapaz sejas sagaz poema é

um dilema não enche barriga mas o que

quero é esvaziar porém rapaz sejas

loquaz se comeres poesias terás é azia

mas quem te disse quero comer o azar é

teu quero é matar a tua fome de saber

pois pareces não saberes nada finges de

sabedor  de sábio com ares de

sabedorias mas não és  nenhum sabiá

sabinada sabe lá sabe cá sabe acolá

quem vai saber o que de alguma coisa

quero só saber das leis universais não

quero saber das leis dos homens com os

seus ai ai ais sapecam as caras nos

muros das lamentações como se

levassem murros lançam bombas nas

crianças foguetes inteligentes fósforos

brancos calcinam as crianças nas areias

as mães nas soleiras os pais nas labutas

o país na luta aí vens me censurar com

as tuas aleivosias me deixes com minhas

poesias me deixes com meus poemas é

só assim que sei sentir sensações

emoções já dar satisfações o mais não

precises saber nada de mim nem quero

saber nada de ti se ainda tivesses uma

ideia se ainda tivesses um ideal

discutiríamos a dialética a metafísica ou

a filosofia ou a metáfora que

enfrentamos todos os dias mesmo sem

entendermos nada fazemos ares de

graças ou fazem ares de graças conosco

como se fôssemos uns tolos bobões pois

ainda pagamos tudo com nosso parco

dinheiro deitamos as nossas

cabeças vazias nos travesseiros

BH, 0230240702023; Publicado: BH, 02401002023.

JESUS CHRIST - SUPER STAR:

 

PROJETO PRÊMIO NOBEL DE LITERATURA;

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ainda mais depois que almejou ganhar

ainda mais depois que almejou ganhar

prêmio nobel de literatura aumentaram

os deboches de ninguém partiu um apoio

ou uma palavra de conforto ou uma

consideração pelo contrário todos

acharam que não tinha o direito de se

candidatar ao prêmio nobel de literatura

todo mundo fala que todo mundo deve

sonhar a lutar pelos seus sonhos porém

ai daquele que declarar qual a grandeza

do seu próprio sonho aí a maioria cai de

pau em cima porra cara que merda é

essa querer ser laureado pelo prêmio

nobel de literatura? que isso? menos

meu caro menos o que pensas que és?

ora sou uma poesia sou um poema sou

um soneto sou uma literatura não me

arrependo dum dia ter almejado o 

prêmio nobel de literatura fazer o quê?

cada um carrega a sua cruz a minha não

é a do ku klux klan se coloca aí aos

sacrifícios aos escárnios às indiferenças

ou aos deboches ou às gozações mas não

interpretam que tudo não passa duma

metáfora que há várias formas fórmulas

no universo de se ganhar um prêmio

nobel de literatura pois já houve também

quem ganhou um prêmio de matemática

dum milhão de dólares abriu mão pois

tinha todo o controle do seu próprio coração

BH, 0230702023; Publicado: BH, 01801002023.

Rosinha de Valença, Repertório Popular:

 

a indiferença mata o ignorado na fonte

a indiferença mata o ignorado na fonte

o deixa invisível ou anônimo incógnito

o veneno letal fatal terminal a um ser

humano é a indiferença do indiferente

incólume que torna o que ignora ignorante

severo já ao pobre ignorado está ali na

esquina suas poesiazinhas nas mãos ou

seus

poeminhas nos bolsos suas esperançazinhas

nos olhares aí fita o indiferente ou mira

o ignorante ou crava o olho magro de

ignorado no abastado bastardo ou prega

o olho seco no olho molhado do apaniguado

ai estende o rabo de olho grande de miséria

ou de pobreza ou de desgraça ou de desilusão

ao cristão do bem de família da pátria de

salário ou puxa o olho cego aos visionários

da burguesia aos de visão da elite que

vivem de visagens ou de aparições que

têm no ignorado uma assombração ou

um fantasma fantasiado a incomodar o

bem estar social da ordem do progresso

aí o ignorado gela não é um urso polar

não se camufla no cinzento do gelo não

se esconde nas reentrâncias das fímbrias

porém miserável miseravelmente quer

se mostrar sol poente na ocasião do

ocaso no por acaso do dia a dia o pão

nosso do soneto poemeto o suor da

poesia mas o indiferente siri se rir grita

cheio de si vai arrumar alguma coisa

para fazer só ficas aí parado vai ser útil

seu inútil o ignorado ria por dentro para ninguém ver

BH, 0230702023; Publicado: BH, 01601001023.

 

mudei meus conceitos a teu respeito

mudei meus conceitos a teu respeito

infelizmente o ouvi presencialmente a

detonar o filósofo aristóteles a filosofia

aristotélica a política do gênio da política

isso me doeu pois já estava fragilizado é

que noutro dia cheio de garbo de

soberba te ouço dizer que já está legal de

cartola que cartola não sabia cantar ou

que não cantava nada tinha a voz ruim

por azar malgrado meu doutra feita de

novo testemunhei tuas palavras contra

caetano isso só me causou dano as

estendeste ao chico sou buarqueano

assim para não me sentir mais ruim

mudei meus conceitos a teu respeito

porém não os transformei em

preconceitos darei um tempo em

hibernação consultarei meu coração é

que lembrei também para meu

desespero o quanto maltratas as

mulheres ou gabaste por desfazer dum

professor universitário ora meu caro

não quero julgá-lo sei que és galo sou

flamengo mulher futebol religião não se

discute mas escutes aqui estás a deixar a

peteca cair ao atenderes mal aos teus

chegados mais chegados ou não aonde

andam a educação? o decoro? a ética? o

diálogo? a dialética? bom atendimento?

o bom comportamento? queres um bom

conselho? não fazes isso não mudes de

opinião para mudares o mundo

pois não és mudo

BH, 0220702023; Publicado: BH, 01501002023

fecho os olhos para não enxergar

fecho os olhos para não enxergar

não ver nem sentir porém

enxergo pelos poros sinto pelos

sentidos é que quando o sonho

acaba caio na realidade a

frustração aumenta a depressão

deixa-me melancólico perco

a plenitude do ser não há

oração que me completa salmo

que consiga salmodiar hino

que me faça louvar sem

cânticos sem regozijos sem

libações tento recomeçar a vida

mas o bonde do tempo já transpôs

a linha do horizonte na próxima

estação no além não sei se

haverá parada para o trem

quem aqui no aquém

sabe de alguma coisa ou

donde vêm as respostas que não

sejam teses humanas teorias da raça

humana ensaios de seres humanos

ou pareceres da humanidade

pois se com bilhões de anos de

existência a humanidade não

evoluiu não será num passe de

mágica ou numa poção de líquidos

ou num punhado de pós que 

evoluirá pois a magnitude

foge da consciência fica só o

disse que disse ou o ouvi dizer

mas nada de concreto nada 

de objetivo que cabe à humanidade

as poeiras das estradas que o vento

deposita nas folhas das árvores

BH, 0230702023; Publicado: BH, 01101002023.

nativo cativo natural naturalmente

nativo cativo natural naturalmente

serei regido pelo universo escravo

das leis dos códigos da física escrevo

estas quimeras químicas inorgânicas

partículas partidas dum coração orgânico

na espera devagar dum dia divagar num

raio de sol da maior dimensão doutro

sistema solar também genial fenomenal

que excede o teor espiritual ou exale o 

perfume das flores do arco-íris com a

fragrância das cores da aurora boreal

enfim corto todas as forças das gravidades

transponho todos os campos magnéticos

balão grávido furo todas as atmosferas

bailo no éter boio na placenta mamo na via-láctea flutuo nos mares espaciais

levito nos oceanos espirituais outra vez

mais não quero alforria dessa maravilha

quero viver maravilhado sempre fora de

mim não sou eu não sou meu não sou

para mim sou fantasma da luz da fé sou

ectoplasma da iluminação entidade da

pulsação dos pulsares ente das equações

dos quasares moléculas dos aceleradores

de partículas doutros átomos que nunca

poderão ser partidos sou extraterrestre

surfista desse universo a surfar nessas

nos tubos das ondas da imaginação

BH, 0230702023; Publicado: BH, 0901002023.