Não posso não quero também não devo
Abrir mão de mim sou egoísta chato
Ambicioso imbecil ignorante ingrato
Não agradeço pela vida nem pelo ar
Sinto que por mais que me ame
Só sei é me enganar me trair
Ou me atraiçoar cair em qualquer
Armadilha que o meu ego pode armar
Falo em mim de mim para mim
Não me conheço nem sei o que
É o que mesmo quero comigo
Nem sei o que quero para mim
Já que não posso me libertar
Não me alimento com a liberdade
Que desde os primórdios da humanidade
Acompanha o homem nem me
Acompanho com a coragem árdua
Do homem pré-histórico do homem rude
Do período paleontológico só me vejo
Mergulhado na covardia do homem ambíguo
Meu medo não me deixa quebrar
O elo que me amarra à corrente
Meu medo não me deixa emergir
Não me deixa viver sem ansiedade
Sem pânico sem tempestade
Como gostaria de ser um rochedo
Como gostaria de ser uma rocha
Um escolho inabalável em alto-mar
A lutar com o vento o furacão
A enfrentar o ciclone a força
Das ondas encapeladas do mar
Como gostaria de ser um penedo
Seguro destemido a rachar
Ao meio as vagas gigantes que
No furor da procela tentam me
Agarrar pelo tronco tentam me
Derrubar e me cobrir de vergonha
É por isso que não abro mão
Daquilo que sou pois não
Poderia sobreviver na hipocrisia
Não poderia resistir feito hipócrita
Sei de todos os adjetivos enquadrados
Em mim na minha imagem
No espelho ou não no reflexo ou
Na sombria treva que me inunda
O dia em que morrer paro
De escrever sobre mim a não ser
Que o meu espírito de cordeiro
Minh'alma de ovelha saiam
Por aí pelo limbo a procurar alguém
Para fazer contatos psíquicos se puder
Se não a mudez da minha mente
A obtusidade da minha memória
Serão rapidamente esquecidas
Devido a opacidade na qual
Vivi aqui nesta terra infértil
Não gerei nada de útil
Não vivi sem ser fútil
Algum dia acreditar em mim
Se algum dia ter fé em
Minha autoestima emoção de
Vida na paixão morta que
Carrego no peito deixarei de sofrer
Deixarei de chorar escondido
Matarei minha sede com lágrimas
Serei útil em algo que seja útil
Serei em mim sem precisar
Provar o que quer que seja só
A antecipar os fatos a espalhar a razão
Só a abrir os olhos a sair livre
A tirar a escuridão do coração
A renovar o sangue da esperança
A esperar com confiança a acreditar
No amor na felicidade
Nenhum comentário:
Postar um comentário