Meu amor o que tem bondade é o bom
Sou só um bonde um transporte urbano que se
Movimenta sobre trilhos pela corrente elétrica que recebe
Dum cabo aéreo a levar almas para o inferno a coisa
Grande desajeitada que faz comprar um mau negócio
Do tamanho dum rombo dum desvio de dinheiro público
Nuca é pouco nunca é pequena é sempre imensa
Enorme vergonhosa que todos gostam de tomar mesmo
A saber que é errado que vai entrar enganar-se
Completamente pois não se trata duma simples
Conquista amorosa de recursos da nação
Meu amor não tenho bondade sabes não carrego a
Qualidade do que é bom não faço caridade nem
Benevolência da mulher de físico sedutor provocante
Apetecível nunca adquiri nem um olhar um
Doce de bomboniére loja comercial que vende bombons
Em tal situação meu coração não é bonançoso
Não apresenta a bonança do mar o tempo bom para
A navegação a calmaria da tranquilidade da
Paz o ar bonacheirão o semblante de bonachão o
Paciente afável com o bom-tom da etiqueta do
Bom-moço do jovem de boas qualidades do indivíduo fingido
No lado esquerdo do navio para quem olha da popa
À proa como se estivesse a bombordo com bom-bocado de
Bombom com recheio confeitado revestimento de doce
Que leva gemas coco ou amêndoas em forma de pequenos
Bolos já guardei o bombo o tambor alto de grande
Circunferência não sou que o toco é meu coração meu amor
Não paro de boquejar de resmungar da vida murmurar
Contra as pessoas intrigar os amigos deletar os inimigos
Fica todo mundo boquiaberto comigo de boca aberta
Por pasmo ou susto surpreendido pois ninguém acredita
Do que sou capaz de fazer por maldade sou a boquilha
Do mal a piteira para cigarros charutos quero tudo na
Boquinha mesmo sem merecer de beijo à refeição ligeira
De merenda a ameaçar a chorar se não ganhar de ti
Sem ter que fazer-me rogado sair do casulo já
Borboleta inseto provido de asas desenvolvidas aveludadas
Coloridas diúrno ou noturno peixes do mar que lembram
Uma borboleta peça de metal que mantém suspensas as
Vidraças torniquete provido ou não de contador que
Dá acesso a certos veículos ou recintos sou uma pessoa muito
Inconstante que vive a borboletear pelo tempo logo
Devanear divagar pelo espaço de cabeça sempre vazia
No vácuo como o jato impetuoso da vida que se lança
De mim um jorro aos borbotões com abundância de difícil
Controle ao me empobrecer cada vez mais ao fazer surgir
Em borbotão em mim a cada segundo dum gesto meu
Um jeito de mendigo um borbotar de miséria um sair
De borbulha igual ampola provocada por irritação da pele
Engano-me no início do broto da flor me iludo na bolha
Que vem à superfície tal a dum líquido fervente
Ou gaseificado sem amor estou arruinado borbulhante
De tristeza a ver borbulhar em meus olhos as lágrimas
Falar sem fazer germinar uma mensagem não sei
O que será de mim estou de borco de boca para baixo
Num barco furado caí da borda o bordo desmoronou
A beirada ruiu me afoguei na orla ali pertinho de
Mim não fui amparado por bordão recolheram o cajado
Agrediram-me com o bastão perdi o amparo do arrimo
O meu soluço saiu das cordas mais grossas dos instrumentos
Das notas graves que emitem meu estado é grave
Fui rejeitado no bordel expulso da casa de prostituição
Jogado fora do lupanar o pior cliente do prostíbulo borocoxô
Da casa de tolerância antiquado desanimado envelhecido na
Preguiça mole por natureza fraco por não superar a miséria
Desvalido incompetente que nem o melhor dos viagras é capaz
De reanimar uma borra humana um conjunto de impurezas
Dum líquido que se deposita no fundo do vaso que contém
Detritos resíduos de seda ruim que se desperdiça durante a
Fiação aquilo que não presta que não tem
Aproveitamento que é jogado fora meu amor
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