quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Descorolado é um caule sem corola; BH, 0260502001; Publicado: BH, 0701102013.

Descorolado é um caule sem corola
Pois o botão não abriu a flor não saiu o que
Consegui ver de mim foi o meu descoroçoar
Desanimar antes de começar abater antes de nascer
Desencorajar antes de chegar a coragem para
Afugentar o medo sigo avante um covarde
Descoroçoado no berço recém-nascido desanimado
Desalentado sem a defesa que o descornar causou
Neste descordo pobre de poesia morta de canção
Medieval fora de época de era ultrapassada
De tempos idos sou o touro que sente a
Hora em que o toureiro vai descordar-lhe sinto
O cortar da medula espinal desfaleço
Não acordo do descorçoar também não quero
Mais acordar para o descoramento tenho o olhar
De descoloração de desbotamento de pele tenho
O olho descorado de criminoso de crime castigo
Meu cadáver é pálido assim mesmo morreu de susto
Não adianta empoar meu corpo já está abatido
Pois tudo já está perdido a verdade foi
Lançada no fundo do abismo a mentira
Sobrevive para desunir a irrealidade para
Desconexão a realidade virtual para desorganizar
A falsa liberdade para descoordenar prender
Na rede os navegadores sem querer desconvir
Ser importuno ou mesmo não ser conveniente
Penso que a rede não liberta mas prende
A todos que convidam-me a navegar
Peço para desconvidar revogar o convite
Feito para este tipo de coisa sou solitário
Só rude intratável insociável quero
Cada vez mais ser desconversável mesmo
Que seja em prejuízo próprio penso que
Nunca deixarei de ser inconveniente penso
Que morrerei inoportuno o espírito será
Desconveniente ou no aquém ou no além
Isto não sei bem também devido a tanta
Desconveniência inconveniência infinita
Inoportunidade eterna só pudera com tamanha
Desconformidade sou fácil porém de desconvencer
Deixo de escrever por qualquer despersuadir
A dissuadir-me da poesia é desfazer o contrato
Social com a luz é descontratar o claro descontinuar
A clarificação interromper o nascer do sol
Suspender o luar aí é a morte a descontinuação
A interrupção da madrugada o fim com a
Descontinuidade do firmamento é o que
Causa a descontinência poética da imoderação
Descontrole da incontinência a incapacidade
De reter uma natural excreção é pior do que
A perda do domínio cerebral com referência
Especialmente á esfera sexual hoje tudo é
Difícil de contentar facilmente se descontenta
Com as coisas o que parece contente é a
Superficialidade do descontentadiço de
Choro desconsolável que pensa que não
Pode ser consolado que é sempre inconsolável
Pelo sofrimento pelo sentimento desconsolativo
O semblante que desconsola qualquer olhar
Ai que falar desalentador falas que desabafo
Entristecedor desabafas que canto desconsolador
Cantas a pensar que comoves que és desconsolado
O mais aflito dos homens o mais triste dos seres
O mais pesaroso dos espíritos o mais magoado
Dos amantes vais te desconsagrar alguém precisa
Profanar a imagem desse mártir alguém tem
Que fazer a desconsagração desse santo a
Desconjuntura a desconjunção o total
Desconjuntamento de sofredor tão fajuto que
Em verdade não sofre nada pois quem
Sofre não fala é desconjunto da dor sofre separado
Discordante desconhecível o ser que não se
Pode conhecer ignorante ingrato desconhecedor
Que na descongelação da treva no degelo da
Escuridão morre afogado na fusão sufoca
Na liquidificação do gelo de carvão na neve
Da escravidão não encontra descongestionamento
É o afligir o desalentar o desconfortar com a
Desproporção a desconformidade da falta de razão pura

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