Se conhecesse um diagnosticador um indicador
De todos os meus males dores sofrimentos que
Fosse o que diagnostica que apresenta a cura as causas
As razões dos medos das covardias que me matam todos
Os dias se soubesse de alguém capaz de falar para mim
Do mistério que me consome se é diagnosticável que é
Possível diagnosticar a moléstia do meu ser conhecer
A enfermidade do meu ente doente fico até meio diagramático
A fazer representações gráficas das variações duma grandeza
Que não tenho apresentações por meio de linhas traços
Duma análise lógica que não sinto em mim então
Imploro numa dialetação clamo numa formação de
Dialeto numa linguagem dialetal que engrandeça o meu
Ser nesta dialetologia nesta ciência entre eu Deus
Espero a resposta para entender o dizer dialetológico do
Que Deus tem a dizer-me não sou diatólogo versado mas
Espero de espírito a Espírito poder compreender desde o
Distúrbio diafragmático do uso dum diacórdio dum
Remédio estomacal a impossibilidade dum pé de meia
Devido ao dia-santo ao buraco na meia que não posso trocar
Pois todos os pares que tenho são velhos com dias-santos desta
Forma minha alma usará a diartrose a articulação que
Permite o movimento dos ossos em todos os sentidos tentará
Descobrir para mim porque será que até hoje não existe
Firmeza dentro de mim não existe estabilidade não tenho
Fixidez de espírito não demonstro solidez a cólera domina-me
Com constância não sou um filósofo firme seguro dos
Seus princípios fixo nos seus atos estável nas suas ações
Inabalável na dor resoluto constante nas próprias defesas
Uso então a alma uso o espírito o ser o ente penso
Que uso a inteligência vejo que não é verdade penso
Que uso a razão vejo que é mentira falsidade
Ilusão dentro do meu ser é uma diarquia um
Estado governado ao mesmo tempo por dois reis é só
Um governo exercido simultaneamente por dois soberanos
A covardia o medo que afastam-me da virtude
Fazem com que abomine a justiça fuja da coragem
Que não consigo retê-la nem com diaquilão o emplastro
Em que entram dera terebintina galbano quando todos
Notam que estou a mentir que a mentira habita em
Mim tento evitar a diaporese a figura pela qual o orador
Se interrompe mas todos já perceberam que a mentira tem
Pernas curtas que não irei longe demais a sustentar
Esta aparência de homem nobre que nem impedirei a
Fuga de mim dos meus tormentos nem a diapedese
Do meu desespero igual a passagem dos glóbulos do
Sangue através das paredes intactas dos vasos que a
Hemorragia que me esvazia a purulência das feridas
Das pústulas não serão sanadas nem com o diapalmo o
Unguento dessecante que cicatriza que cauteriza
Fecha o jorro do sangue vivo das veias escaldantes
Dos meus desertos incendiários ai quem me dera uma
Diândria o interior formado de conjuntos de vegetais diandros
Ou uma diandria o designativo das flores dotadas de dois
Estames viraria logo um fruto ou uma fruta ou seria logo colhido por
Uma mão decepada observada por um olho seco
Não tentaria na variedade do cânhamo europeu
Cujas folhas flores são empregadas com narcóticos de
Efeitos semelhantes ao do ópio da maconha da
Diamba por onde embrenhei a procurar um homem dentro
De mim ou um rei ou um príncipe encontrei um
Sapo procurei um diamante encontrei só um tal
Diamantoide pedra que tem todas as propriedades do
Diamante menos o brilho a luz cujo pó serve para polir
Pedras preciosas procurei um caminho errado para diamantizar-me
Fiz de tudo para dar-me brilho análogo ao do diamante
A todo o composto dentro de mim tentei tornar-me
Precioso dar grande valor ao meu íntimo mas
Era um diamantista amador um desconhecido um falso o
Que me formava era um negociante que desconhecia
Qualquer diamantífero não andava em terreno como
O diamantinense de Diamantina cidade de Minas Gerais
Era um diamantário superficial supérfluo inócuo fútil
Inútil ignóbil fora do diamagnetismo longe da
Parte da Física que trata dos fenômenos dos corpos
Diamagnéticos os corpos dos meus corpos eram os que
São repelidos pelos magnetos meu corpo é diamagnético
Quem entenderá este dialogístico? quem saberá que
Pertence a um diálogo? não é um dialogista um bom
Escritor de diálogos que vos fala não é obra de dialogismo
Com arte figura que se reproduzem em diálogos as ideias
As conversações das personagens é apenas um dialógico
Da diáfora é apenas um dialogal da dialogia um
Conceito dialogado a levar o dialogador à exaustão
Exposto ao extremo em forma do que foi falado do
Funesto conversado do ventilado fúnebre é por isto que
Tenho prazer sem dialisação não sou de dialisar o que
Registro misturo tudo do dialiostêmone o androceu
Cujos estames são livres uns doutros ao dialiossépalo
Cálice cujas pétalas são livres umas doutras fecho
Próprio do que não é livre do que não tem liberdade
No dialiocarpelar que tem os carpelos separados num pistilo
Fecho nesta deuterose que é uma reprodução uma cópia
De tudo uma segunda via da tradição de devaneador um sonhador
Acordado imaginoso fantasista que não sabe expor o
Que tem dentro por ser denso demais o devassador alheio
A pessoa encarregada de proceder nesta devassa encontrou uma
Caixa mostrou a outro examinador era uma caixa vazia oca
O perquiridor viu que nada seria aproveitado foi um
Devassamento inútil foi um franqueamento uma invasão
Do que já não estava mais defeso resguardado pois ao eu
Mesmo devassar-me deixei à mostra as entranhas deixei às
Vistas as medulas foi frustrante para o devassante ao
Chegar avante se ver atrás já havia mostrado num
Harakiri o desventre o debulho igual os intestinos dos animais
Tal ao mesmo que é pós-verbal na compra venda da caça a
Pessoa verbal substantivada diz-se do mesmo substantivo de verbal
Que é derivado de verbo que rompe a devesa destrói a
Alameda que limita um terreno faz do lugar cercado por arvoredo
Com entrada defesa uma passagem para Devi cada uma
Das deusas indianas pega a mão da deviação na contra-mão
Do atalho acorda dévio extraviado de si tresmelhado do corpo
Intransitável no elemento com devitrificação no olhar
Dorme a devitrificar a tirar o estado de vitrificação a chegar
A noite no sonho a chegar o sono a tirar a aparência de vidro
O enxugar do devocionário do livro de orações que afasta as almas
O devocionista que apalpa o devoto inverte o caminho do religioso
Se todo devolutório fosse obrigado o ato que obriga a devolver
Fosse obrigatório mesmo a restituir de verdade os cofres públicos
Estariam abarrotados mas maior do que a devoração dos
Nossos políticos maior do que a fome de comer com sofreguidão
A voracidade dos nossos políticos não conheço se exite algum
Que não é devorante que não é comilão nem glutão simplesmente
Desconheço todos vão com devotação ao pote todos vão com
Dedicação à cumbuca têm afeição pela corrupção mamata maracutaia
Mordomia ficam tão bem embriagados bêbedos que a dextrose a
Glicose aplicada no sangue não os fazem voltar à sobriedade na hora
Da comissão uns falam dezanove por cento são meus outros já dizem
Dezenove por cento são meus outros mais já querem menos dezasseis
Pedem dezesseis outros mais espertos já pulam para dezassete os
Conterrâneos dezessete ao chegar dezembro então o duodécimo
Último mês do ano civil aumenta mais ainda a ganância dos nossos
Políticos não vão para seus estados sem os dezoito tão engraçados
A pronuncia dos de São Paulo como se fossem de Portugal
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