terça-feira, 21 de maio de 2013

Não sei como é que a humanidade continua a existir; BH, 0170102000; Publicado: BH, 0210502013.

Não sei como é que a humanidade continua a existir,
Se tivesse o dom da pergunta, perguntaria à humanidade:
Como é que ainda existes, não te destruístes e nem foste destruida?
Pois, desde que o primeiro ser humano colocou a cabeça para fora
Da cavidade vaginal, da primeira mãe a dar a luz, a humanidade
Perdeu-se no vácuo, na maldade e na imperfeição eternas;
A iniquidade tomou conta e o pecado é a meta traçada,
Por cada clone de primatas que chamamos de seres humanos,
Tanto já destruiu e fez por destruir, que é quase impossível,
Ficar sem obter respostas, mesmo eu que não tenho o dom da pergunta;
E o único culpado do próprio extermínio extremo  é ele mesmo, o ser
Humano, que cava ao crepúsculo o sepulcro, onde faz questão de lançar,
Os restos apodrecidos, de toda a história, que não soube contar;
Triste e vergonhosa é a saga, desde o berço, o primeiro suspiro
E tantos homens vieram, com ilimitação, grandeza, espírito incomum,
Com limitação da própria vida, à felicidade e não conseguiram
Sensibilizar, um componente sequer, desta vil e ignóbil humanidade;
E como não tenho dom nenhum e nem quero ter,
Pois já carrego o meu fardo, e não é leve, já carrego o meu legado,
Pesado como se fosse feito de chumbo, que chega a me vergar
As costas e a coluna, a me sufocar e a dificultar o respirar e
Não vejo a maneira de salvar e de libertar esta turba;
Antigamente, na época da inquisição, quem queria
Ser salvo, pagava à Igreja Católica, uma certa remuneração,
Recebia um certificado, assinado por alguma autoridade eclesiástica,
Que garantia a salvação; hoje tem gente que acredita, que se pagar o
Dízimo às igrejas evangélicas, já está garantida a salvação eterna, a
Prosperidade aqui na terra e a libertação dos jugos;
E já penso totalmente ao contrário e quem quiser,
Que dê de dízimo até os olhos; e doei todos os meus órgãos,
Quando fiz a minha carteira de identidade;
E não espero ir para o céu por isto, fiz por obrigação,
Era o mínimo que poderia fazer por esta humanidade;
Apesar de pensar que todos não merecemos mesmo ser salvos,
Merecemos o que nós todos estamos cansados de saber que merecemos
E nem é preciso repetir o óbvio e a lógica do nosso final;
Quem tiver capacidade que inverta a situação natural,
Quem for competente que se salve duma vez no seu destino;
Pois já estamos cansados de nos ver perdidos e abandonados,
Iludidos pela mentira e pela falsidade, longe
De atingir de verdade a liberdade total que,
Nos fará nos libertar de todos os preconceitos e
De todos os dogmas e de todos os tabus e de
Todos os complexos e mazelas e mandingas e amarrações,
Macumbas e despachos e trabalhos de feiticeiros,
De bruxarias e de missa negra e magias e encantos;
Se para melhorar e evoluir o homem é capaz de
Se voltar contra si mesmo, ir ao fundo do nada,
Espojar na lama, vender a alma, pagar e ficar a dever;
O bom é procurar dentro dele mesmo as respostas,
As soluções, as resoluções que o tirará da meta final,
Do paredão de fuzilamento, da morte por enforcamento;
Do precipício do abismo colossal, donde nem
A alma e nem o espírito sobreviverão para contar
A história do era uma vez uma humanidade;
E ninguém poderá modificar o final triste desta história sem fim;
Ninguém poderá atingir o âmago da razão e da sabedoria, por mais
Que se pense digno de possuir a chave da genialidade e da ética,
Do equilíbrio emocional e do controle das tempestades
Interiores e das procelas e furores que atormentam e
Causam o nosso desespero e as nossas depressões infinitas; e
Não nos deixam adquirir a paz essencial e o amor
Que não sejam o elo da pieguice e do temor de quem
Não quer amar por sentir vergonha e pudor pudibundo
Em ser feliz e espalhar a felicidade no peito onde bate
Um coração danificado em compasso com demais órgãos,
Desenvolvidos na áurea da luminosidade plena; e totalmente preparada
Para inverter o fio da meada, na tentativa de somente querer
Ver com os olhos, não ver e sentir com o coração,
O que o coração não quer sentir, nem perceber e nem entender,
O que vem a ser o maior marco da ignorância, da brutalidade e da
Falta de delicadeza, e bom-humor, calma e tranquilidade;
Serenidade e mansidão em saber ouvir o embrião,
Saber ouvir o lauto sem se deixar influenciar por qualquer
Que seja a razão apresentada por ele;
Quem manda é o conjunto do comboio que nos
Comanda nas horas mais incertas e não nos abandona;
Não vai nos trair e nem vai nos decepcionar jamais,
Já que perdemos tudo, não podemos perder a esperança;
Não podemos perder a confiança e cada vez mais
Fortificá-las para o nosso próprio bem; pois quem espera,
O sonho cair do céu e se tornar realidade, não consegue;
Tem é que ir atrás e tornar a realidade, realidade, a água
Que mata a sede do perdido no deserto desconhecido;
Sonhar realmente não custa nada e ficar só a sonhar
Também não se consegue nada, em vez de dormir,
É melhor sonhar acordado e a fazer por onde merecer,
Que seja transformado e realizado sem interferência,
Sem ingredientes e outras perplexidades e reflexões;
Em busca da boa sorte e do fim do azar, a da ajuda de
Deus, que está no céu, que vai mudar a tua vida
E te endireitar para que sejas feliz quando morrer;
E já que não quero ser feliz quando estiver morto,
Não quero mais nada depois que morrer;
Pois passeia a minha vida a chorar e a sonhar, a
Orar e a lamentar e a pedir a Deus ajuda;
Passei a minha vida a ir atrás das coisas que 
Nunca poderia encontrar para me satisfazer e realizar;
E não acordei ainda, não tirei de mim o estigma
De sonhador inveterado, que espera a sorte e a
Oportunidade que nunca vou conseguir;
Não dinamitarei a barreira formada por pedreiras de
Milhões de cordilheiras que carrego dentro de mim;
Passariam gerações e mais gerações e não conseguiria,
Dinamitar as montanhas e os picos e os morros e as ladeiras,
Que trago dentro de mim, recobertas por chumbo e por
Concreto armado, sustentados por vigas de aço;
O dia em que me livrar, vou dar uma festa,
Uma comemoração de contentamento e alegria;
O dia em que me ver liberto, vou convidar
Toda a humanidade para comer e beber às minhas custas;
Não quero ninguém a reclamar nem de sede e
Nem de fome e nem de tristeza e nem de dor;
Quero só todo o mundo a comer e a beber numa festa,
Um banquete mundial e sem fim, onde nada de ruim
Poderá acontecer e só a participação de todos,
Para que seja um acontecimento épico e clássico,
Tipo um poema de Homero, de Virgílio, ou doutro
Grande poeta da galeria das celebridades eternas;
Dos quais conclamo os espíritos e as almas,
Dos quais conclamo os fantasmas e as mentes,
Que estão por aí no além, ou no limbo, ou no aquém;
Avisem-me onde procurar para ser os convidados
Mais importantes e mais esperados dos banquetes que,
Pretendo fazer no dia em que a liberdade me atingir; (1)

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