domingo, 22 de dezembro de 2024

POEMA AL EDUCADOR, Enrique Bernal Valdivia, do PCC,CU

 POEMA AL EDUCADOR

La palabra Educador es tan grande lo que encierra que no hay otra en la tierra que la supere en amor. Cultiva la tierna flor desde que el tallo la empina, desafiando cada espina que en ese empeño tropieza y no oculta la tristeza cuando un botón no germina.

Enseñar puede cualquiera pero educar solo concibo si eres Evangelio vivo defensor de esa trinchera. Del maestro hoy se espera toda la sabiduria, con el viene la alegría de tanto saber profundo al abrirse todo el mundo con su arte y fantasía.

El sentirse educador significa desprender la magia de poder saber cómo moldear el amor. Es como ser escultor cuando talla la figura que no deja una fisura al culminar el tallado porque al final ha logrado un ser lleno de cultura.

Enrique Bernal Valdivia

sábado, 21 de dezembro de 2024

vicejam nos campos as florezinhas dos campos

vicejam nos campos as florezinhas dos campos
nos vales os lírios dos vales nas montanhas as
orquídeas das montanhas nas alamedas os
choupos os álamos das alamedas meu coração
é um cemitério esquecido cheio de mistério
igual a um lago morto onde um solitário boia
ou um mar morto cujas ondas são restos mortais
carcaças de navios fantasmas sucatas de naus
veleiros caravelas barcos negreiros os baús dos
tesouros das ilhas já foram abertos moedas
podres papeis falsos dinheiro sujo que piratas
saquearam dos castelos medievais corsários
bucaneiros levaram todas as virgens as amas
as aias as mucamas só ficaram as velhas rainhas
decrépitas as drag queens as travestis com suas
perucas ensebadas seus esqueletos calcinados
suas caveiras abandonadas seus ossos
enferrujados tudo cercado de espinhos nas covas
das curvas dos caminhos cactos cardos cravos
limados limbo lama lodo pântano para transpor
até chegar ao paraíso foi para isso que a história
surgiu para contar o que ninguém viu fica velha
ultrapassada igual a civilização que não evoluiu que
não faz mais questão de existir o firmamento não será
mais admirado o azul do céu não terá mais sentido

BH. 01701202024/ Publicado: BH, 92191292924.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

Marcelo D2 • OBRIGADO SAMBA [Videoclipe]

quando estavas por aqui me davas inspiração

quando estavas por aqui me davas inspiração
mesmo sem vontade em tua companhia
escrevia canção fazia poesia fábrica sem
tema fabricava poema lorde criava uma ode
não tão pessoal pessoana mas criava soneto a
camões carta a caminha porém estavas sempre
aqui admirava tua beleza uma obra-prima da
natureza com certeza louvava tudo em ti teus
ossos de marfim tua tez branca de mármore de
carrara pensava esse colosso nunca vai acabar
nada vai destruir essa obra de arte nada vai
superar essa bela arte no entanto não está mais
aqui não sei mais o que fazer como nunca soube
quem sabia o que fazer eras tu que fazias que
sabias eu era só um cadáver de defunto
dependente químico orgânico inorgânico físico
dependia de tudo de ti de repente não me vejo em
mais nada nem em mim mesmo não me vejo nem
mais no espelho ou na paisagem visagem ruela
passarela vila vela nada nunca imaginei que seria
tão parasita pária verme sanguessuga incapaz de
superar essa ausência que me tornou ausente
também não sirvo nem para miragem oásis
assombração até os meus fantasmas de estimação
expulsaram-me da congregação

BH, 01701202024; Publicado: BH, 02001202024.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

cantarei sim cantarei como cantava antigamente

cantarei sim cantarei como cantava antigamente
pois já não sei porém digo aos quatro cantos do
planeta às rodas à rosa dos ventos vagabundos
em vagabundagens que cantarei vadiarei em
vadiagem pelas galáxias orion andrômeda como
se fosse um rei do universo a unir versos com
agulhas imantadas linhas paralelas dos horizontes
linhas dos montes montanhas interplanetárias
exoplanetárias de todas as etárias cantarei silvarei
gorgojearei pássaro passarinho não passarão os
que não cabem num ninho pois o universo cabe
o universo é o ninho do passarinho glórias darei
rainha princesa minha musa difusa às vezes
confusa outras vezes filosófica em filosofia de
confúcio poesia pré-histórica letras da era da
pedra lascada palavras da idade do ferro do
tempo rupestre pele do primeiro homem que
perdeu a pela em pergaminho para que alguém
pudesse escrever para sobreviver a civilização é a
continuidade dessa sobrevivência mesmo com
sofrência para quem não sofreu com certeza não
viveu posso dizer que sofri posso dizer que vivi
pois confesso que te perdi te perder é sofrer é 
morrer quem te perde não quer mais saber de
viver só de navegar num mar de lágrimas salgadas

BH, 01401102024; Publicado: BH, 01601202024.

penso que vali a pena enquanto vivi

penso que vali a pena enquanto vivi
exerci meus sentidos escutei enxerguei
senti falei odiei amei tateei andei provei
em todos os estados da matéria em todos
os elementos da natureza penso até que
não tive a alma tão pequena vi livre a
metamorfose do sol nascer do alto do
monte num momento de liberdade que
todo ser humano deveria ter não tive
coração tão reto não tive espírito tão
inabalável vacilei acovardei cometi
injustiças coisas da raça humana falha
tal toda humanidade não honrei meus
ancestrais não cultuei meus antepassados
criminalizei meus antecedentes não
amei meus descendentes tudo que
é feito por todo mundo para não me
sentir culpado sozinho meti os pés
pelas mãos tropecei em tapetes me
intimidei ingênuo amador fingi fugi
ninguém me notou ninguém sentiu
falta de mim ninguém me procurou
também aprendi desprezar bem mais
não dei a volta por cima não levantei
quando caí bebi demais fumei idem
mais doente do que curado mais débil
do que sarado mais insano do que sano
sem saúde mental espiritual ou corporal
penso que vali a pena enquanto vivi

BH, 01601202024; Publicado: BH, 01601202024.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

totalmente possuído pelos espíritos da poesia

totalmente possuído pelos espíritos da poesia
completamente incorporado pelas almas do
poema o único exorcismo possível é orar em
inspiração de oração aos deuses conhecidos
aos deuses desconhecidos é rezar em ladainha
em reza brava em reza forte aos santos negros
às santas negras aos entes pretos às entidades
pretas com muita cachaça boa com muita pinga
de cabeça na cabaça de cuia com muito banho
de arruda de guiné em água de cheiro na bacia
para que o exorcista seja em obras-primas em
laudas de lirismos em odes nos pergaminhos
em sonetos nos manuscritos sagrados ou
talismãs de osso sacro nos patuás do santuário
em vez de ter o corpo fechado terei o corpo
aberto lavrado lavado lavourado exposto sem
desgosto morada de todas as ancestralidades
moradia de todos os antepassados povoado de
todos os antecedentes remanescentes criminais
que foram todos perdoados nos rituais tribais
sacrossantos pagãos batizados o universo é
aqui mesmo neste verso não tem reverso
converso com o universo em telepatia todo dia
a me mandar água benta na moringa ou água
abençoada no pote mel no favo leite na jarra
vinho no jarro quando o amor passar dum
certeiro bote trago o amor no trote no cangote

BH, 01401102024; Publicado: BH, 01301202024.