sexta-feira, 4 de abril de 2025

se não parar de comer vou morrer sei que mastigar é o meu defeito

se não parar de comer vou morrer sei que mastigar é o meu defeito
engolir é o meu pecado maior tomar alimento sólido a me alimentar por gula é a
minha perdição o meu gastar em alimentação é de destruir roer de indignação
não sei viver sem absorver sem sugar sem chupar todo tipo de comida o dilapidar o
estrupar sem oprimir sem omitir só não aconteceu no meu copular é que parece que
até a minha libido já devorei perdi a posse dela por não ficar de posse das pedras ou
figuras dos meus adversários nos jogos de damas xadrez ao soprar para encher a pança
sou capaz de ganhar ilicitamente de roubar por comida um prato comercial em qualquer
comércio da fome não mata a minha o comercialista a pessoa versada em direito do
tipo comercial se tivesse o meu apetite teria que procurar outro modo de comercialização de tornar comerciável dar a um produto características que o tornem fácil vender comerciar para aumentar a renda a comercializar a arranjar mais lucros que superam toda a coluna a ser gasta em mantimentos se não parar de comer sei que posso virar um pilar arquitetônico de forma
cilíndrica ou qualquer monolito semelhante a essa estrela fluido ou massa disforme igual cada uma das diversões verticais de páginas 
de jornais ou alguns livros repletos de matérias supérfluas engorduradas série vertical de algarismos todos menores do que 
zero grupo de soldados em linha com todo o conjunto de objetos empilhados fora de linha
se não parar de comer não sei o que será de mim de minha coluna vertical o conjunto de vértebras superpostas não suportará  o peso
do meu conjunto banha a baomética formada pelo mercúrio no tubo do termômetro estourará com a colunata a série
simétrica que os depósitos não aproveitáveis exercem sobre o nosso corpo no próprio comunismo na atividade do colunista o jornalista que mantém seção especializada em periódico notamos o instrumento que indica relação de companhia o modo a ligação com a cozinha onde o ato se não for feito com moderação acabará a me levar ao
estado mórbido caracterizado pela perda dos
sentidos só mantidos a respiração a circulação se não parar não cortar a cabeleireira não fazer uma vírgula um intervalo igual ao musical entre duas notas
se não abrir aspas tal o sinal gráfico acabarei
por entrar em coma daí para a morte ser a minha comadre ser a minha madrinha como em relação aos pais da pessoa batizada a mãe em relação aos padrinhos dessa parteira não diplomada mulher faladeira
urinol chato para os doentes que não podem
levantar-se serei um triste comandante que não comanda o oficial que não tem um comando militar que perdeu o título que dá aos oficiais superiores da marinha não
saberei nem comandar dirigir como chefe ou superior não saberei mandar determinar os
movimentos as operações mecânicas sem exercer as funções falirei como comerciante no comércio difícil o negociante que não
aprendeu a comerciar a negociar com o empregado comerciário a permuta comerciável a compra a venda de produtos
de valores será toda insuficiente à minha classe tornará as minhas relações sexuais ilícitas é de fechar o apetite o que o cara come ali extraordinário nunca vi ninguém emagrecer ao comer assim formidável o apetite do mortal ali se não parar com o de comer o de beber com as comidas as bebidas
rápido ráoido rapidamente rápido irá abandonar o portal da comestibilidade passará à qualidade de comestível o que os
vermes comem virará alimento dos parasitas
das trevas nas noites das eternidades

BH,  02101102000; Publicado: BH, 040402025. 

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