Não desejo uma mulher um ouro um capital um tesouro
Desejo um amor um estouro uma boiada disparada uma
Avalanche de pedras vivas não desejo o de comer não
Desejo o de beber nenhum prazer multidão religião
Legião salvação o que queres dar-me é o que não
Queres dar-me para mim tanto fez ou tanto faz ter
Ou não ter ser ou não ser para quem leva tudo o que
Tem aplausos para quem não é ninguém nem nada
Para levar tem nem corpo aplausos também amém há
Muito tempo não leio um livro desconjuro quê isso?
Nem escrever mais escrevo nas lascas do tempo não
Canto num canto uma canção perdi a voz no fundo da
Garganta profunda do desfiladeiro joguei nas Termófilas
O corpo inteiro com saudades das falésias com saudades
Dos despenhadeiros das pedreiras de pedras lascadas
Dos cometas errantes dos universos ciganos quem tem
Uma lágrima para emprestar-me? meus olhos secaram
As hortas morreram não reguei mais nenhum deserto
Preciso duma coriza uma saliva algo para umedecer o
Meu olhar no dia em que voltar a verter uma lágrima
Serei o homem mais rico do mundo com muito fundo
Nenhuma rasante ao ir adiante encontrarei os
Caminhos de lâmpadas com os pés de luzes as
Obras de letras as artes de palavras enfeitarei-me
Igual a um louco que despe-se nas encruzilhadas
Nu enfrenta o futuro seguro na mão mais súbita
Dalgum fantasma mais súbito do limbo mais distante
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