sexta-feira, 24 de outubro de 2025

chorar a morte de john fitzgerald kennedy

chorar a morte de john fitzgerald kennedy
ou chorar a morte de martin luther king prefiro
chorar a morte de king de malcom x ou de
mandela prefiro chorar a morte negra do sangue
negro derramado pela ku klux klan chorar a
morte de branquelo fascista nazista racista
reacionário branquelo já nasce morto por dentro
ou por fora sem corpo sem alma sem
consciência chorar amorte de colonialista do
deus do colonialismo escravocrata capacho do
escravismo bloqueador de países em
desenvolvimento emergentes prefiro chorar as
mortes causadas na áfrica o suor negro
desvalorizado a carne negra dilacerada
seviciada chorar só a morte das almas tangidas
marcadas nos porões dos navios negreiros os
espíritos nos ferros os corpos mutilados nas
cicatrizes nas tatuagens abertas feridas em
carne viva nas amputações dos membros
decepados nos pelourinhos ainda manchados
não é sangue pois sangue é vermelho os
pelourinhos estão pretos porém é isso é sangue
de preto que ainda deixa nossas mãos
encardidas não há o que possa lavar ou remover
essa pigmentação impregnada na pele escura
pergaminho manuscrito não será com água ou
nem sairá com sabão só com muita consciência
muita história bem contada do povo que
cantava livre num dia noutro virou sombra
abstrata penumbra estrutural nas nossas costas curvadas

BH, 0801002025; Publicado: BH, 02401002025

quarta-feira, 22 de outubro de 2025

OASIS:


 

RINGO STARR:


 

pic pic pic quem sois? guillaume apolinaire

pic pic pic quem sois? guillaume apolinaire
robert desnos aqui juntos com jack kerouac
picasso em quais sentidos incomodo-vos? em
todos os sentidos agora chegamos à conclusão
que estás a incomodar-nos de mais com a tua
confusão até walt withman juntou-se a nós
com o argumento por que não  escolhes teus
próprios pensamentos? estilos considerações a
roubar-nos nossas opiniões ao compilar-nos ao
copiar-nos não estamos a gostar nada do que
fazes nas profundezas das tuas torpezas nem
nas psicografias nas tuas telepatias a enganar
aos alheios semelhantes aos leigos ambulantes
aos sonolentos sonâmbulos então és um vilão
vil charlatão falsificador de obras encantador de
rebanhos funâmbulo pseudo missionário falso
profeta evangelizador pregador de parábolas de
metáforas doutros ectoplasmas entes duendes
faunos outras entidades todos aborreceram-se
contigo com o que fizeste conosco não inovas
em nada não revolucionas não apresentas tuas
soluções de tais aberrações o limbo está cheio
de canhestros canhotos arroutos de arroubos
agouros augúrios doutros roubos não mais nós
fazemos nossas solicitações não estaremos
contigo no porto no pasto no repasto se não
parares de nos levar no bócio desse papo sódio

BH, 01401002025; Publicado: BH, 02201002025

domingo, 19 de outubro de 2025

CARTOLA, OBRAS-PRIMAS:


 

todo um universo para se psicografar ou às

todo um universo para se psicografar ou às
vezes até mais dum com o dom o universo
nunca é um só como um rio o universo não
nunca é o mesmo está sempre em mutações
em metamorfoses iguais as do fafka ou as do
inseto na evolução da espécie ou rotações
colisões que na nossa evolução fica sempre
para o ano que vem o nosso futuro fica longe
sempre no além pois a cada ano que passa
em vez de ficarmos novos mais jovens mais
brilhantes geniais ficamos mais velhos mais
obtusos escuros com ideias retrógradas com
comportamentos retrôs a parecermos mais
mobílias de antiquários móveis antiquados
figuras de museus de cera zumbis que se
desequilibram nos tapetes tais espantalhos
deselegantes irra chispa daqui rupestre
tosco toco de pau oco toco de vela de
encruzilhada mal-assombrada restos de
despachos de macumba abrasados pelos que
querem desfilar nas passarelas das paralelas
passarinhos anjinhos santinhos jesus cristinho

BH, 01401002025; Publicado: BH, 01901002025

sexta-feira, 17 de outubro de 2025

CANDEIA, AXÉ GENTE AMIGA DO SAMBA:


 

TOM ZÉ:


 



quando era criança fascinado pela bíblia sagrada

quando era criança fascinado pela bíblia sagrada
perguntava à minha mãe quem foi que escreveu
a bíblia homens santos inspirados por deus que coisas
lindas minha mãe tão sábia sabia dizer suas orações
então obras-primas suas preces verdadeiras poesias
seus salmos belos poemas que fico a pensar a imaginar
que ainda estão por aí pelos universos em reverberações
que torço na esperança para que encontrem um astro
raro onde ecoalizem voltem à terra ao mundo
a nós em bênçãos em benefícios em respostas a todo nosso
temor a minha mãe desejava a todos tudo do melhor sei
que pode demorar o infinito é vasto o retorno
dessas orações aos nossos corações pode levar algum
tempo templário porém não perco a esperança a fé tais
as que minha mãe tinha eram inabaláveis nunca nos
deixarão no vácuo nunca serão em vão nos resgatarão
do caos um dia só estou vivo ainda por estar resguardado
nessa fé mesmo sem fazer por merecer mas antes de
morrer vou provar esse amor inexplicavelmente real

BH, 0230902025; Publicado: BH, 01701002025

quinta-feira, 16 de outubro de 2025

MEU FÉRETRO: LLEWELLYN MEDINA:

 Meu féretro 


Meu féretro siga esfuziante farândula

por tortuosos caminhos jornada atroz

ferozes iracundos deuses regicidas

eu novinho espadaúdo e tenaz


aos trancos e solavancos aos montes 

meu esquife numa enfeitada gôndola 

pelas líquidas vias de Veneza deslize


o espírito por travesseiro tenha 

o cume do alto monte do condor 

repouse com alegria 

viaje sem temor 


Gabriel sempre terno protetor me guie

o dia e suas agruras fenecem 

noite e escuridão sem cor

ao pouso em que a fortuna dispor. 


Llewellyn Medina 

Membro da ALTO 

Academia de Letras de Teófilo Otoni 

Magistrado aposentado 

Colaborador da revista "Magiscultura"

Autor de "Fogo Fátuo", "Pauvelho" e "Além dos rios da Etiópia".

quarta-feira, 15 de outubro de 2025

houve quem disse deus está morto matei


houve quem disse deus está morto matei
deus ou deus morreu pois digo o universo
está morto matei o universo ou o universo
morreu me levou levou parte de mim todos
tudo quantos deuses há no universo se matei
o universo matei todos os deuses não uno
mais versos em nenhum verso ou versículo
ou provérbio o céu está cheio de quem
pagou indulgências para ir para o céu o céu
está cheio de quem pagou dízimos para os
pastores irem para o céu porém os pastores
os padres preferem fazer o céu aqui pela
terra mesmo abarrotados de bens vazios de
bênçãos os próprios pastores mataram deus
os padres os bispos os santos ou alguns
papas que viam a verdade ou que viviam
num universo paralelo numa vida
alternativa nem sei por que faço essas coisas
ou faço esses versos perversos ainda bem
que jesus disse pai perdoa não sabe o que faz
quem souber fazer alguma coisa por aí me
ensina ainda há de nascer o homem que
saberá dazer as coisas nobres saberá ate o
que é viver saberá até o que é vida então
saberá até o que é morte que não é em vão

BH, 0240902025; Publicado: BH, 01501002025

cria uma filosofia viva para seres vivos

cria uma filosofia viva para seres vivos
há filósofos vivos filosofia viva seres vivos
para se criar uma filosofia viva como a
filosofia sou um filósofo morto de
pensamento morto destruído pelo mundo
pela vida pela morte não complemento um
argumento não morto vivo na filosofia nem
em nada não explico as coisas são as coisas
que se explicam por si próprias sem precisar
de provar nada nem metafísica nem
dialética nem começo nem fim nem origem
nem destino as coisas são tudo isso é o que
importa feliz de quem sabe que as coisas são
como as tais tenta ser também uma coisa ou
outra condição dimensão tensão caos total
não se aproveita o prazer não se aproveita o
amor a paz a política a verdade tudo foi
gerado para nada não se muda o mundo o
homem precisa-se então dalgo vivo dum
novo vivo povo nação civilização nada mais
pode nascer velho morto basta de mortos
velhos abre-se o tempo ao desejo vivo dum
vivo novo de novo estaremos sempre a
querer o novo que nunca mais nos chegue
velho ou morto como os filósofos como a
filosofia como os ditos chamados seres vivos

BH, 0290802025: Publicado: BH, 01501002025

às vezes nas insônias das madrugadas

às vezes nas insônias das madrugadas
assaltado por tempestades de temporais
penso nas horas perdidas desta vida
septuagenária dentro duma vida que já dura
bilhões de anos a causar danos dunas às
vistas nem tenho noção disso ou razão ou
raciocínio interpretação nem tenho
dimensão de que já estou à beira do caixão
mais tempo do que o próprio zé do caixão
que menino via nas páginas puídas das
velhas revistas a dormir dentro dum preste
então no apagar dessas luzes turvas já não
sinto o vigor do coração me encho de
canseira de enfado o próprio fardo dentro
dos fatos velhos esfarrapados paletós
descosidos calças de bolsos furados botas de
solas despregadas sem poder levar uma
mulher comigo levei a vida no dom dos
boatos com a chuva contínua dentro de mim
a me encharcar como se fosse um charque
de pântano ou peça de carne ruim sigo
personagem frustrado de filme de terror de
orçamento barato até chegar o meu fim

BH, 0230902025; Publicado: BH, 01501002025

MILTONS NASCIMENTOS:


 






segunda-feira, 13 de outubro de 2025

BLUES ETÍLICOS:


 

faze um gato aí um gatilho para te resgatar desse anonimato

faze um gato aí um gatilho para te resgatar desse anonimato
um gato na luz um gatilho na água uma gambiarra no
telefone um rabicho na internet qualquer tipo de gato de
qualquer cor pardo preto branco até mesmo literário numa
compilação rouba uma ideia furta um ideal plagia um texto
ou uma lauda um ensaio quem ganha prêmio nobel de
literatura continua sem ninguém se importar faze aí um ato
extremo as pessoas fingem entender dão tapinhas nas
costas apertam as mãos eufóricas muitas
lacrimejam
brilham os olhos umedecem as vistas molham
os lábios fazem
falsas emoções faze um gato aí nos elementos
nos organismos
nos universos para te resgatar dos adversos dos adversários
otários ordinários unitários binários terciários quaternários
já és septuagenário amanhã obtuário quando sentirem falta
de ti já estarás cinza no ossuáro ou dentro duma urna em
cima dalgum armário de abandonado antiquário 

BH, 0801002025; Publicado: BH, 01301002025

quinta-feira, 9 de outubro de 2025

LLEWELLYN MEDINA, DOR É DIFERENTE:

Dor é diferente

O tempo de varonil encantório mancebo

provocador de milagres e arrebatamentos 

de virtuosos defeitos 

guardados no recôndito do peito

naquele ponto em que dizem 

esconder-se o coração 

o tanto de alegria te fez tremer 

ao olhar nos olhos de jambo

arroubos inexperientes de aprendiz

e o dobro de dor 

se o olhar é desviado

e se perde na ilusão da incompreensível certeza

febre arretada pensasse sua hora chegada 

dor e alegria 

erros e acertos

endurecem seu couro para a vida

é complicada a vida humana 

vai levando

vai levando

quem sabe haja luz

e a noite não cegue 

a pouca idade já permitia sentir a dor

na alegria não queira saber

( coisas sem explicação)

dor e alegria se compensavam 

(com pequena vantagem pra'dor 

jovem sofre mais)

o tempo passou 

deixou  janela aberta 

pra'queles dias de vinte anos

vinte anos  aprisionados numa redoma

e os fantasmas de então 

e os que vieram à sorrelfa

e os que se perderam no esquecimento 

embora saiba tudo é farsa 

fantasmas não existem 

alegria passa num sopro

mas dor 

dor é diferente.

MARCELO D2:


 

não há mais tempo ao voo vou morrer abstrato

não há mais tempo ao voo vou morrer abstrato
pseudo impressionista opaco fotofóbico obtuso
penso que até ateu à toa a tecer loas ao caos
longe dos cais sem provar nenhuma teoria
teses universais conceitos intelectuais cheio de
preconceitos banais sem desvendar conjecturas
sem escrever reminiscências afogado nas
incongruências afobado no medo não dá mais
tempo ao voo vou morrer teseu obliqíuo sem
tesão preso no labirinto o minotauro nos meus
calcanhares a tirar bichos ariadne me
abandonou tomou o meu novelo fez novela sem
valor não distingo as cores distintas ou o que
diz as tintas nobres sobre as telas clássicas a
marina não é o meu destino desfilar nas
passarelas das paralelas holofotes spotes
faróis lanternas turvam-me nas trevas de breu
puro maciço massivo severo derrida quero
destruir quaritas para a verdade de qualquer
tom que seja limpar as vistas as retinas das
paisagens cartões postais do mar mediterrâneo
canal do suez o navio que lentamente saia de
cena contiua lá noutro as pirâmides o camelo a
esfinge de gizé no vale dos reis foi um tiro de
canhão que lhe quebrou o nariz não sei mais o
que a história da vovó diz vai terminar não dá
mais tempo era uma vez por um triz vou morrer
infeliz lançado da arca de noé caído da torre de babel perdido o nobel no lixo o meu papel

BH, 0901002025; Publicado: BH, 0901002025. 

terça-feira, 7 de outubro de 2025

o sol me deu um soneto de solfejo de passarinho

o sol me deu um soneto de solfejo de passarinho
no ninho não satisfeito fiz um poema o soneto não ficou
perfeito noutro dia fiz uma poesia dos gracejos
duma
borboleta numa flor vadia mamãe dizia mente vazia
mente pede folia não é bem assim fiz por mim
que nunca
fiz nada por ninguém nem de bom só de ruim ainda ria
sem fim todo mundo vem ver pior do que um saci-pererê
mostrou o pinto para a mulher espetou pau de picolé na
bunda de tanajura te esconjuro menino moleque vou cortar
tua orelha igual o toureiro corta a do touro morto na
arena ou van gohg cortou a própria entregou à sua puta
predileta não adianta teu pai vir aqui falar 
comigo
que vai te deixar de castigo vais correr perigo quando
estiveres distraído vou te levar para o mato te dar um
trato igual ao que o feitor deu nos negrinho do pastoreio
não terás puta que vai te livrar só as formigas que vão te
acompanhar depois os vermes que vão se deleitar com as
tuas carnes rasgadas nas chibatas nos relhos artelhos teu
fedelho louco moloc maluco pervertido matador de coelhos

BH, 0230902025; Publicado: BH, 070802025.

domingo, 5 de outubro de 2025

então enquanto esperava o ocaso ao acaso debaixo da soleira da porta

então enquanto esperava o ocaso ao acaso debaixo da soleira da porta
dei de cara com o poente como se estivesse saído a pouco do nascente
fiz foz de rio manso com riso de riacho ri do regato recatado só gargalhei
defronte da cachoeira que descia do monte de emoção em emoção
cataratas enchiam o meu coração noite alta corri arroio à praça para
pegar um soneto de ocasião fiquei preso pelas estrelas não me senti
solitário naturalmente muito pelo contrário vivos ou mortos servem de
companhia para a gente quantos fantasmas somos? quantos fantasmas
temos? não precisamos nem de invocação de mortos ou de vivos ou de
fantasmas ou de ectoplasmas ǰá os temos demais tantos quantos temos
entes antepassados entidades ancestrais esqueletos fósseis ossos
de caveiras antecedentes umas risonhas outras tristonhas todo dia o universo
recebe uma leva dos nossos descendentes a esperar por nós que aqui
estamos a nos fingir de gentes a escrever laudas com o intuito de
salvar a civilização ou melhorar a humanidade porém nós os
humanos nos matamos uns aos outros sem passarmos antes pela
experiência de nos amar uns aos outros toda guerra só deveria ser
declarada pelo direito de nos amarmos cada vez mais a compartilhar
um mundo de todos os povos do mundo pois o mundo é de todo mundo
não é dum dono só a primeira coisa a ser feita é destruir todas as
armas mortíferas ter todas as bombas atômicas nucleares
desativadas todas as fortalezas voadoras derrubadas pelas
trombetas de jericó o planeta nos agradecerá o meio ambiente
verdejerá a fauna a flora tudo se traansformará num
jardim do éden ou suspenso da babilônia o homem será um novo
adão a mulher uma nova eva aprenderemos com os erros passados
não permitiremos novos caim irmão não matará mais irmão
ser vivo nenhum matará mais outro ser vivo as pragas do egito
capitalismo imperialismo colonialismo neoliberalismo
militarismo teocracismo plutocracismo cleptocracismo
meritocracismo autocracismo serão banidas de todos os países
todos seremos donos de tudo que produzimos pois 
ensinaremos de tudo aprenderemos de tudo toda a nossa
única exclusiva meta universal será a perfeição do
universo em nós a evolução da nossa espécie das nossas
espécimes com a evolução universal a outros seres que estão a nos
observar não teremos culpas porém a inveja que iremos lhes
causar se um dia quiserem vir aprender conosco poderemos lhes
ensinar pois também aprenderemos quando ensinarmos como se viver feliz

BH, 0201002025; Publicado: BH, 0501002025.

sexta-feira, 3 de outubro de 2025

quando a olhei em silêncio a moça em argumento

quando a olhei em silêncio a moça em argumento
a mim puta velha septuagenária moço não
me
exponhas os teus pensamentos despiste-me
com o olhar não quero passar por esse

constrangimento jovem guardarei esse
segredo em convento em mistério em
enigma que não serão levados pelo vento só
um soneto disfarsado por tosse numa

ejaculação precoce precedida por falsos
tremores que adolescentes em rumores se enganam nos seus colóquios torpes nos

toques de pontas de dedos nobres a sussurrar nos contornos périplos amiga nem te conto tive vários orgasmos múltiplos confortantes

BH, 0301002025: Publicado: BH, 030100205.

no capitalismo capitalistas são capazes de tudo

no capitalismo capitalistas são capazes de tudo

por lucros adoecer as populações é o de 

menos mandar os empregados policiais do

capitalismo matar todo dia as pessoas das

periferias é fato corriqueiro vale tudo por

dinheiro extermínio de meninas de meninos

mulheres homens sem destino os capitalistas

do capitalismo não têm respostas aos anseios

aos anelos aos desejos do povo que quer ser

feliz então carnaval natal dias das mães dos

pais das crianças dia de tudo que pode gerar

lucros tudo que pode gerar dividendos sujos

pagãos inclusive à religião propagandas bem

enganosas ao pobre para pensar que é rico

não vai perceber vai comprar vai gastar até

se endividar até se suicidar por não poder

pagar vende a mãe a mulher a filha quer se

reabilitar dar a volta por cima limpar o

nome descancelar o cpf se emaranha na rede

é tarde demais dá adeus às ilusões papa

defunto bate à porta não tem dinheiro para

os caixões junto com os descendentes é

enterrado como indigesto indigente sem

emoções sem sensações sem paixões

BH, 0301002025; Publicado: BH, 0301002025.

terça-feira, 30 de setembro de 2025

PITTY:


 

IRA, DVD, MTV:


 

sou apenas a mãe tenho porte peito de pai

sou apenas a mãe tenho porte peito de pai
sou apenas a mãe de seio nada mais o corvo
que cantou no umbral nunca mais assomou a
soleira da janela na porta o cachorro que falou
com o fausto que daria tudo ficou mudo tal ao
cão que encantou saramago o cérbero de três
falsas fauces que guarda o portal do hades o
inferno de caronte que cobra uma moeda para
carregar as almas na barca à deriva ǰudas
cobrou trinta para entregar uma que nem era a
dele ainda deu um beijo para que ninguém
desconfiasse antes caim entregou a do irmão
recebeu um sinal sumiu não dou nada só tomo
até o que não posso carregar sou o mau ladrào
o judeu que esmaga o dedão com o calcanhar
que ajuda a dizimar gaza a exterminar a
palestina o predador a cometer genocídio numa
terra que não é minha porém tenho que tomar
não importa o preço que vou cobrar ou que vou
pagar até apagar dessa terra as pisadas as
pegadas os detalhes os vestígios os resquícios
dos verdadeiros donos entrei aqui de intrujão
de intrusão quem ficar vira cinza areia para
dunas fumaças para simulacros carniças para
urubus restos mortais para museus postais de
paisagens de terror quadros para paredes de
horror vou derreter tudo ao redor quando o
mundo acordar do pesadelo direi era só um
sonho duma civilização a menos não era
ninguém não era nada vamos rezar o shemá
fazer nossas orações shacharit minchá aravit
maariv ler a cabala vale tudo para manter a 
pôr israhell de pé depois sabá ave leviatã

BH, 0240902025; Publicado: BH, 0300902025.

segunda-feira, 29 de setembro de 2025

OS MUTANTES:


 

ainda há a escrita interessante dos grandes cientistas da literatura?

ainda há a escrita interessante dos grandes cientistas da literatura?
dos grandes mestres das letras das palavras? ou acabaram-se os encantos com cantos
cantigas cantatas romances poemas? que
dilema assalta o meu coração com saltos mais
saltos em falsos que chegam a pulsar em
falsetes os pulsos a vibrar em falsetos em
oitava a disparar disritmado sem cadência
acelerado como se fosse um celerado
sarrameno um homem-bomba do hamas xiita
taliban de meca medina maomé aonde andam
os livros? antigamente um país se fazia com
homens com livros hoje não encontramos
homens-livros ou livres nem com lanternas
acesas à luz do dia nem encontramos os livros
que nos causavam alegria só tristeza é o que
sentimos com o nosso colonialismo só
melancolia com o imperialismo só infelicidade
com o capitalismo ou a burguesia que cada vez
mais quer beber nossa hemorrragia a elite quer
se banhar no nosso sangue suor bem
temperado o mercado não tem dó nem do pobre
que faz a razão do rico haja carne no frigorífico
só sebos nervos ossos em fraturas expostas
músculos à flor da pele carne apodrecida
gordura super saturada trans sal sódio açúcar
em demasia tudo bem propagandeado para enganar as vítimas do mercado o gado ou fazer
do trabalhador um pelego um escravo preso do
sistema das igrejas dos bancos patrões das
sociedades opressoras

BH, 0130602025; Publicado: BH, 0290902025.

nave que há quarenta oito anos navega o universo

nave que há quarenta oito anos navega o universo
ainda não comprovou que temos companhia noutros
mundos então continuarei sozinho neste mundo
solitário a fazer imundícies como um homem
qualquer ao navegar pelo infinito a poluir os recônditos
sem paz sem amor a predar a fauna universal
a exterminar a flora colossal sem se preocupar
que com isso também irá si acabar sem atingir o
bem sem ser bom com alguém sem consolidar a
perfeição da espécie só a transformar tudo em monturo
em montanhas de lixos em ruínas depósitos de carcaças
coleções de sucatas molambos pelantas cinzas rugas
não há então nenhum planeta tão belo quanto este
que fazemos questão de empestiar várias vezes pois
somos umas pestes pragas pandemias viroses
verminoses queremos sempre o mais do mesmo o
que nos enche sempre de dinheiro a nos esvaziar de
valores de virtudes de sentimentos sensações
emoções de tudo que pode nos causar alegria ou aos
nossos semelhantes que mandamos para campos de
concentração flagelados refugiados quando não despejamos
toneladas de bombas em cima de caneças de crianças a
causar audiência ao vivo nos horários nobres dos
telejornais nas redes sociais do mundo com infinitas
visualizações compartilhamentos  curtidas likes a nave
foje de nós há quarenta oito anos ainda não encontrou
nada além dos nossos esquecidos restos mortais

BH, 0170602025; Publicado: BH, 0290902025.

sexta-feira, 26 de setembro de 2025

quem ousava falar mal de crente no passado?

quem ousava falar mal de crente no passado?
só nietzsche que espinafrava crente católico ou
protestante matava deus o diabo destruia suas
religiões religiosos hodiernamente chega um só
crente em qualquer roda ou lugar todo o povo
começa a desconfiar é bolsonarista boa coisa
não é ou é armamentista imperialista pedófilo é
matador de mulher ou é obreiro de pastores vis
maloqueiros loucos por dinheiros dizimista tolo
fundamentalista anti comunista detesta até aos
direitos humanos sociais trabalhistas quer fazer
justiça com as próprias mãos odeia sem tetos
sem terras desempregados adora qualquer tipo
de exploração infantil abomina relacionamento
homoafetivo aborto de gravidez indevida as tais
boas referências que tinham foram todas aos
esgotos por loas aos torturadores à ditadura a
militar golpista ser crente hoje desperta mais
desconfianças inimizades destruições das boas
reputação com seus conceitos preconceitos
falta de ética matam deus religião matariam
então jesus cristo se aparecesse de repente a
dar uma benção a esse tipo de gente que tão
cegamente seguem malafaia macedo r r soares
santiago valadão marcelo rossi outros babões
barbies pregadoras com bundões todas ávidas
por milhões de cifrões para manter aqui na terra
os céus dos seus cafefões os fieis sob tacões

BH, 0260902025; Publicado: BH, 0260902025.

quinta-feira, 25 de setembro de 2025

não sei cantar não faz mal não é qualquer um que sabe cantar

não sei cantar não faz mal não é qualquer um que sabe cantar
não sei ser bom não faz mal não é qualquer um que sabe ser bom
a maioria preza em ser má fica inibida em ser diferente outro
tipo de gente que preserva a civilização que busca a evolução que
canta uma canção para uma criança que nem conhece para
uma criança que nem conheceu o pai que não conheceu a mãe
sozinha padece no mundo que a entristece não conheceu um
irmão às vezes pensas que és o mais infeliz dos homens não tens
nem conhecimento do que é a verdadeira infelicidade causas
a maldade causas a ruindade até inconscientemente
causas a violência a covardia a injustiça a injúria causas o
desequilíbrio social a desigualdade a exploração a
escravidão nem sei mais o que causas ou o que falar para ti
dizes sempre que é mentira minha dizes sempre que sou um
hipócrita um demagogo um pseudo cidadão porém não sei como
mas um dia provarei ao contrário serás meu discípulo serás meu
apóstolo tolo meu profeta meu sacerdote serás meu evangelista
meu homem santo de confiança que escreverá as coisas
inspirado por mim ou por deus ou pelo universo nossa cabeça
parará de doer não beberás mais álcool barato desdobrado
causador de ressaca ou de cirrose ou de hepatite não beberás
mais álcool causador de gastrite só pinga da forte boa só cachaça
artesanal de engenho de cana caiana de confiança terás de
tira-gosto maná acepipe papá não serás mais mané nem zé possuirei
tua esposa só em espírito ninguém mais te chamará de corno manso
ou dirá que terás filho bastardo inglório nenhum filho teu morrerá
crucificado como não sei contar também não sabes contar não teremos
dinheiros pois dinheiros são para os que só entendem de números
entenderemos doutras cousas doutros movimentos doutros
universos pois seremos os únicos já que ninguém quer entender
de nada quer só fingir que entende dalguma coisa prega um monte
de diplomas nas paredes nós aqui a rir de cima do nosso monte
a gargalharmos a expor o  nosso cinismo cinematográfico para
que tanto diploma para uma besta quadrada ou ao cubo como se
diploma livrasse a todos nós da estupidez da ignorância ou da
intolerância da infelicidade ou da boçalidade da bizarrice ou da
bisonhice diploma não livra ninguém de porra nenhuma
nem de tomar no cu tem diplomado aí com cara de santo mas
toma no cu na surdina sem alarde mesmo quando arde mais
que pimenta malagueta ainda faz um boquete no moleque mais
que moloc sem agonia sem ansiedade depois fala que é coisa
da idade que está velho demais para outras fantasias
cá comigo não tenho nada com isso puta velha septuagenária
estou menos para luxo bem mais para lixo só isso que digo

BH, 070702025; Publicado: BH, 0250902025.

Senhor da Floresta, Renê Bettencourt, Augusto Calheiros.

 


Senhor da florestaUm índio guerreiro da raça TupiVivia pescandoSentado na margem do rio Chuí
Seus olhos rasgados, no entantoFitavam ao longe uma tabaNa qual habitavaA filha formosa e um morubixaba
Um dia encontraramSenhor da floresta no rio ChuíCrivado de flechasDe longe atiradas por outro TupiE a filha formosa do morubixabaQuando anoiteceu, correuSubindo a montanhaNo fundo do abismo desapareceu
Naquele momentoAlguém viu no espaço, à luz do luarSenhor da floresta de braços abertosRisonho a falarÓ virgem guerreiraÓ virgem mais pura que a luz da manhãIremos agora unir nossas almasAos pés de Tupã
Seus olhos rasgados, no entantoFitavam ao longe uma tabaNa qual habitavaA filha formosa e um morubixaba

quarta-feira, 24 de setembro de 2025

todo mundo fala que sou muito desesperado

todo mundo fala que sou muito desesperado
ansioso como um depressivo todo mundo
fala que sou muito agressivo arredio turrão
obsessivo todo mundo fala muitas coisas até
mesmo as coisas que não deveria falar só
escuto surdo cego mudo de luto eternamente
de luto pela morte da civilização da raça
humana do ser humano da humanidade o
humanismo morreu matou deus o substituiu
pelo dinheiro deixou de lado o amor aboliu a
paz riu do meu desespero não faz mal vou
para o meu canteiro me plantarei no terreiro
regarei a semente no terreno pode ser que
nasça sereno uma flor com pétalas de
orvalho ou um carvalho com tronco de
orgulho de ser o último baluarte derradeiro
panteão da arte o totem do esplendor faquir
dentro do esquife de vidro a fazer todo mundo
rir que é melhor do que chorar quem sabe um
dia chego lá volto ao meu berço africano de
preto brilhoso de negro gostoso de porte bonito
de forte fogoso rico em proteínas de ossos de
ouro de membros de marfim de dentes de clara
platina sou um preto assim do tamanho da mãe
áfrica o que ninguém é tenho orgulho ambição
inveja de mim por ser assim do jeito que sou o que ninguém é nem quer ser ou fazer com que
todos vão para o inferno sem mim não sairei
do meu céu que continuará numa folha de papel

BH, 0170602025; Publicado: BH, 0240902025.

terça-feira, 23 de setembro de 2025

cara a cara com o destino numa acareação rara

cara a cara com o destino numa acareação rara
um réu outro acusação ao réu confesso culpado
de tudo sem absolvição sem apelação sem recursos
infringiu todas as regras da natureza viva  desrespeitou
todas as leis universais não há mais dúvidas que a
justiça seja feita a todos os seres vivos naturais
racionais ou irracionais faltou com a verdade
com a coragem a fé só ficou do lado da covardia
da injustiça da injúria do medo usou golpes baixos
falsidades ideológicas falsificações falsos testemunhos
a condenar o próximo jurou em falso para se livrar
da espada da lei agora caiu no laço do passarinheiro
lasso se entregou não reagiu mais se feriu nas grades
da gaiola rompeu o peito nos ferros os membros
nos grilhões se flagelou se amputou não comoveu
os togados juízes jogado na solitária blasfemou
mais preso ficou ergueu os braços aos céus lançou
ira raiva ódio cólera terror mais aterrado ficou
se enterrou no horror se camuflou camaleão esqueleto
de espantalho nenhum osso se aproveitou foi encontrado
de decúbito dorsal fetal teve o feto levado ao manicômio
nunca mais se ouviu falar do demônio louco anônimo

BH, 0160902025; Publicado: BH, 0230902025.

segunda-feira, 22 de setembro de 2025

conheço quase nada sei menos pouco da vida

conheço quase nada sei menos pouco da vida
sei nonada da morte nado no azar nunca tive
sorte sempre fui fraco nunca fui forte perdi o
rumo do destino desde menino nunca tive um
norte decepcionei pai mãe filhos consorte
nunca tive amigo colega companheiro de
estrada o inimigo me fez chorar na presença
da morte então escrevo como se estivesse
diante dum pelotão de fuzilamento no paredão
preste a ouvir o grito de fogo com pouco tempo
para mudar o jogo como personagem de filme
de ação que na hora fatal muda a mão dirige
até pela contramão com o carro na marcha à
ré empina moto no grau do rolé a empolgar a
plateia que aplaude de pé porém escrever não
dá no que falar geralmente o tiro sai pela culatra
ou acerta o pé é osso duro não é filé o crítico
faz rapé o escritor rapel ao tentar agradar com
um pedaço de papel poucas são as histórias de
linhas sem glórias com letras impróprias
palavras inglórias que viraram obras-primas que
lacrimejaram meninas desanuviaram retinas
coloriram íris de arco-íris envaideceram pupilas
aguaram papilas feriram rútilas pepitas maciças
entumeceram mamilos os ductos lactíferos
donde jorraram os leites da literatura que por
ventura poderia enobrecer a civilização que
estará a se perder nos meandros dos labirintos da devassidão

BH, 0170602025; Publicado: BH, 0220902025.

sexta-feira, 19 de setembro de 2025

TITÃS:


 

muito triste a situação do povo trabalhador brasileiro

muito triste a situação do povo trabalhador brasileiro
que por livre arbítrio abraça a extrema-direita
se há hoje algo prejudicial à uma nação a um
país se chama extrema-direita que é contra o
pobre triste povo trabalhador brasileiro que não
percebe que o apego ao radicalismo da
extrema-direita é contra a vida o trabalho é
contra todos os anseios da nação trabalhadora
brasileira que abre mão da felicidade da
evolução do modernismo estatal para vegetar
no conservadorismo na adoração de pneus nos
contatos imediatos com ets através de
celulares suspensos nas cabeças em
acampamentos em frente aos quartéis para
práticas golpistas de terrorismo invocação
do mal duma ditadura militar sanguinária
assassina ou duma intervenção estrangeira 
imperialista no seio da própria nação com
esperança que deus atenda esses rogos das
orações absurdas in memorian de torturadores
tais o ustra terror de mulheres crianças jovens
sequestrados aí pedófilos estupradores
políticos fisiológicos se sentem protegidos
assim naturalmente sem respeitar a história a
judtiça a memória sem levar em consideração
que será o próprio prejudicado num futuro
próximo onde só a burguesia só as elites
sobreviverão já ao pobre ao triste ao infeliz ao
iludido de que fazia parte dum meio que não era
a realidade o que restara é a desilusão de se ver
fora do banquete dos mendigos alienados

BH, 0180902025; Publicado: BH, 0190902025. 

THE BEATLES:


 

quarta-feira, 17 de setembro de 2025

tudo é sempre a mesma coisa todos somos

tudo é sempre a mesma coisa todos somos
sempre os mesmos por mais máquinas ou
tecnologias naves foguetes nunca sairemos
do lugar comum não iremos nunca a lugar
nenhum a nossa herança o nosso legado às
novas gerações serão dunas abandonadas
desertos intermináveis ruínas destruições
tições cal carvões sal areias cinzas fumaças
simulacros cidades fantasmas esqueletos
enegrecidos caveiras fossilizadas em lavas
ossos moídos calabouços opacos petrificados
arcabouços mofados sucatas perenizadas
carcaças fenecidas ou ferros-velhos entulhos
nem gramas nem relvas capins-coloniões
nascerão aonde passar nosso coração as
pisadas as pegadas serão só em carne viva
como nos tempos incandecentes da pré-história
não posso acompanhar o ritmo frenético da
turba em fuga pois quem está sempre por
baixo por fora por menos ou sem ninguém
sem amor ninguém conhece o ninguém ou o
ama nem é considerado como um velho
amigo ou velho amor por ter como sempre o
mesmo rosto a mesma cara o mesmo pesado
semblante inalterada a mesma face trifásica
que não é oculta nem moldada por esboços
estéticos bisturis remendos enxertos sempre
o mesmo ser obsoleto o espírito obtuso alma
na sombra obscura vulto na penumbra suja
a fantasia do fantasma fantástico o disfarce
falso do alce a pele do cordeiro em cima do
lobo a do bode no carneiro a da raposa na
ovelha a correr da luta a perder a fé o sonho
a esperança de nunca alcançar o que move
desespero de pesadelo ouve à toda hora na
esquina tens algum dinheiro se tiveres levas
o que queres compras até o mundo inteiro

BH, 01⁰0702025; Publicado: BH, 0170902025.

MONOBLOCO:


 

terça-feira, 16 de setembro de 2025

mudo penso mudo o mundo imundo

mudo penso mudo o mundo imundo
ninguém fala nada alguém se esconde na
escada a sacada está sombria vazia tal a
soleira do cemitério enigma mistério ossos não
são minérios sào mais raros sào mais caros as
encostas estão escondidas falésias viram
alambrados colinas inclinadas não são crinas
levadas de cavalos selvagens em disparadas
manadas assustadas pensamentos brutais
todos somos loucos a rir no escuro a escarrar
nas paredes a escalar mansardas que medo de
escorregar anda mais devagar igual ao sol a lua
ao chegar a estrada a brilhar o cometa não tem
pressa porque o homem teria que ter? devagar
até retardar a dor o sofrimento a morte cheia de
teor um conteúdo pontudo cadê o amor? deixas
de bobagem não se fala mais nisso muda de
assunto talvez um dia a felicidade seja uma
realidade não tenha mais fim só a tristeza a
amargura a melancolia o destino cruel as
reminicências ruins da vida as tendências da
morte que sempre é tema dilema poesia poema
enredo meta medo ao mais corajoso que até
chora na presença da morte a implorar por uma
vida que sempre levou desprovida de sorte de
perdão de paz de luz de amor de rumo ou norte 

BH, 0200802025; Publicado: BH, 0160902025.

DIRE STRAITS GH:


 

como que um ser medíocre tenta sobressair

como que um ser medíocre tenta sobressair
nos meios de hoje? se hoje para sobressair
sobreviver tem que fazer o que nunca se fez
tem que ser o que nunca foi ou do contrário
é o ostracismo do lugar comum é o mais do
mesmo de cada um que tem que fazer com
que se fale dele bem ou mal porém mais
bem do que mal mesmo quando só faz o mal
para que seja notado comentado viralizado
curtido compartilhado logo em seguida o
vazio o vácuo o vão o oco a val a cal o caos já
foi superado suplementado esquecido
abandonado tenta algo novo não há mais o
moderno revolucionário rebelde não
consegue matar a fome come demais de
novo não consegue saciar a sede bebe
demais outra vez não consegue mais agradar
aos críticos aos leigos aos perfeitos muda de
muda de cara de rosto de face de semblante
de ares de feições muda de sexo de bunda
vira um monstro um alienígena alienado um
intelectual apedeuta um estúpido
endinheirado uma marreta numa bigorna uma
foice um martelo arrepiam-no numa cabeça de 
cabaça onde os hemisférios cerebrais não se comunicam mais onde o corpo caloso entrou
em coma qualquer informação na soma do
soma o produto é a diminuição faz pacto
secreto faz transfusão com sangue de cavalo
ou com sangue azul comprado no banco de
sangue compra tudo novo coração rins pulmões
mas é a velha dama que chama nem arruma a
bagagem deixas tudo para trás estás atrasado meu irmão

BH, 0270802025; Publicado: BH, 0160902025.