nem preciso de nada a não ser dum poema que do
abismo trata não quero nada a não ser uma inspiração
que do universo retrata quem pode me dar o que
necessito? quem pode me dar o que preciso? quem
pode me dar o que quero? as forças da natureza as
matérias-primas os organismos os elementos a vida a
morte a pré-história a história os antepassados os
ancestrais os antecedentes os poderes universais esses
sim podem me dar minha aguardente ainda quente
minha cachaça da forte minha pinga da boa tudo para
beber pura tão puras quanto as putas musas que nos
inspiram também nas nossas canções salmos orações
as empregadas donde vieram nossos sabores os
temperos das nossas culinárias sais das lágrimas
açucares das salivas corizas catarros cuspes babas
que muitas vezes caíam nas nossas panelas junto com
suores seborreias a acrescentar o gosto o cheiro
saborosos das nossas comidas quantas vezes passavam
as mãos nas partes íntimas pegavam nos bifes nos pães
nos bolos nos legumes nas verduras nas saladas que
absorviam tudo daquelas mãos milagrosas aquelas
mãos que nos davam muitas sensações emoções
outros prazeres dos quais morremos de saudades
BH, 01401102025; Publicado: BH, 92501202024
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