sábado, 11 de fevereiro de 2023

sempre o preterido nunca o preferido

sempre o preterido nunca o preferido
e há uma imensa disparidade entre nós pois
nunca assimilo nada
e todos assimilam interpretam
e raciocianam tudo
e há um abismo
ou um vácuo mental
ou um ponto convergente que
leva ao caos memória
e recordação
e lembrança
e mentalização
e nostalgia
e há um precipício que impede a meditação
e a concentração
e há um ponto divergente que
dispersa a razão
ou a noção
e o espírito perde a fenomenologia
e o ser a genialidade
e a moral a genealogia
e a árvore genealógica fica sem desvendar os frutos
e não sobra nada para o genoma
e nem para identificar o dna
e há uma falta de tudo de racional
e de normal
e o ser cai na ansiedade
e na agonia
e na angústia
e na melancolia da depressão
e perde a evolução da origem das espécies
e da revolução das espécimes
e a personalidade
e o caráter
e não deixa para registro da história
nem resquícios do que era
e nem vestígios físicos
ou mentais
ou detalhes corporais
ou espirituais
e a caveira não sorri mais do eterno
e o esqueleto cada osso virou um amuleto
e até o osso sacro virou um patuá profano
e a alma uma obra de retalhos de velhos panos

BH, 01801202022; Publicado: BH, 0110202023.

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