segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

cantarei sim cantarei como cantava antigamente

cantarei sim cantarei como cantava antigamente
pois já não sei porém digo aos quatro cantos do
planeta às rodas à rosa dos ventos vagabundos
em vagabundagens que cantarei vadiarei em
vadiagem pelas galáxias orion andrômeda como
se fosse um rei do universo a unir versos com
agulhas imantadas linhas paralelas dos horizontes
linhas dos montes montanhas interplanetárias
exoplanetárias de todas as etárias cantarei silvarei
gorgojearei pássaro passarinho não passarão os
que não cabem num ninho pois o universo cabe
o universo é o ninho do passarinho glórias darei
rainha princesa minha musa difusa às vezes
confusa outras vezes filosófica em filosofia de
confúcio poesia pré-histórica letras da era da
pedra lascada palavras da idade do ferro do
tempo rupestre pele do primeiro homem que
perdeu a pela em pergaminho para que alguém
pudesse escrever para sobreviver a civilização é a
continuidade dessa sobrevivência mesmo com
sofrência para quem não sofreu com certeza não
viveu posso dizer que sofri posso dizer que vivi
pois confesso que te perdi te perder é sofrer é 
morrer quem te perde não quer mais saber de
viver só de navegar num mar de lágrimas salgadas

BH, 01401102024; Publicado: BH, 01601202024.

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