mesmo sem vontade em tua companhia
escrevia canção fazia poesia fábrica sem
tema fabricava poema lorde criava uma ode
não tão pessoal pessoana mas criava soneto a
camões carta a caminha porém estavas sempre
aqui admirava tua beleza uma obra-prima da
natureza com certeza louvava tudo em ti teus
ossos de marfim tua tez branca de mármore de
carrara pensava esse colosso nunca vai acabar
nada vai destruir essa obra de arte nada vai
superar essa bela arte no entanto não está mais
aqui não sei mais o que fazer como nunca soube
quem sabia o que fazer eras tu que fazias que
sabias eu era só um cadáver de defunto
dependente químico orgânico inorgânico físico
dependia de tudo de ti de repente não me vejo em
mais nada nem em mim mesmo não me vejo nem
mais no espelho ou na paisagem visagem ruela
passarela vila vela nada nunca imaginei que seria
tão parasita pária verme sanguessuga incapaz de
superar essa ausência que me tornou ausente
também não sirvo nem para miragem oásis
assombração até os meus fantasmas de estimação
expulsaram-me da congregação
BH, 01701202024; Publicado: BH, 02001202024.
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