sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Nietzsche, O que nos é permitido; BH, 0250202011.

Podemos usar os instintos como um jardineiro e, o que poucas
Pessoas sabem, cultivar as sementes da cólera, da piedade, da sutileza,
Da vaidade, de maneira a torná-las tão fecundas e produtivas como
Os belos frutos de uma latada; podermos fazê-lo com o bom ou o mau
Gosto de um jardineiro e, por assim dizer, no estilo francês, inglês,
Holandês, ou chinês; podemos também deixar a natureza trabalhar e
Cuidar somente de pôr aqui e acolá um pouco de limpeza e de asseio;
Podemos, enfim, sem qualquer saber nem razão ou diretriz, deixar
Crescer as plantas com suas vantagens e seus obstáculos naturais
E abandoná-las à luta que travam entre elas - podemos mesmo
Encontrar prazer num tal caos e procurar precisamente esse prazer,
Apesar do aborrecimento que se possa ter.
Tudo isso nos é permitido:
Mas quantos somos aqueles que o sabem?
Quase todos os homens não acreditam neles mesmos, como em fatos
Relizados, chegados a sua maturidade!
Grandes filósofos não puseram sua marca nesse
Preconceito com sua doutrina na imutabilidade do caráter?

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