as crianças agora dormem em paz na terra
os homens acabaram com as guerras o sol
continua nascente poente nas serras não se
fala mais em fome sede infelicidade tudo se
encerra dos céus não caem mais bombas a
arder os seres vivos todas as armas atômicas
nucleares foram desativadas as pálpebras de
todos pesam com o sono da inocência os
cílios as pestanas entrelaçam-se só se pode
enxergar do amor do perdão as centelhas
sob as sombras das sobrancelhas já a
maldição dos malditos as malvadezas dos
malvados as maldades dos males dos maus
foram todas ao chão bem enterradas em
covas profundas o planeta respira numa
atmosfera renovada o ar não é mais
rarefeito poluído pesadão encardido os
pássaros voam livres das gaiolas viveiros
arapucas alçapões a flora está abençoada a
fauna resguardada ninguém mais agride
ninguém todo mundo acordou vivo no
paraíso terreal real como se estivesse sido
arrebatado ao celestial à essa nova vida de
sonho de criança de mulher no embalo do
ato do gozo do amor que regalo para o
regaço sagrado a mulher no seu devido
lugar tal santa num altar deusa num andor
inviolável intocável só a servir ao amor ou
musa dalgum poeta louco sempre apaixonado
BH, 090702025; Publicado: BH, 040802025.
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