sozinho no rio de janeiro sem dinheiro estás sem amigo
vira todo mundo inimigo ninguém dá mais atenção
nem o pastor da igreja uma benção nem te chama de
irmão ou o padre faz uma encomendação sem dinheiro
não tem samba no terreiro batucada mulata cerveja
gelada segues pelas praias leme copacabana arpoador
ipanema leblon olhas os dois irmãos corcovado
cristo redentor pão de açúcar nenhum milagre
feito por deus nosso senhor cai do céu azul sol a pino
suor na pele sal fino calor só falta agora a polícia
puxar um papo reto num forjado ou uma bala pedida
mandar-te para o saco feito malandro que perdeu a
majestade a dignidade que ninguém mais o respeita
nas rodas de malandros capoeiras rasteiras cais não
levantas mais levas porrada levas sarrafo és passado
para trás entras nas filas pelo parceiro carregas
embrulho para o chegado carregas o pesado para o
irmão chegas ao fim do dia sem condição não saíste do
anonimato ainda sem algum na mão nem ogun
quer ajudar-te oxum chega para lá perdeste os orixás
também não foste ao terreiro nem levaste flores à
iemanjá assim não dá morres afogado na preamar
fingias que sabias nadar acompanhaste em transe
uma morena nua bonita de lá não soubeste mais
voltar só o corpo a boiar encalhou nas areias brancas da praia
BH, 0110702025; Publicado: BH, 0190802025.
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