escrevo onde só escrevi o que esqueci é que
agora escrevo como um morto sem lembrança
sem memória sem recordação em vida só soube
chorar não queria lembrar de nada só queria
esquecer de tudo hoje explode a cabeça implode
o cérebro ao tentar lembrar dalguma coisa
para escrever nunca encontro nada foram-se
os tempos dos romances das poesias dos poemas
agora são só confetes serpentinas purpurinas
fantasias alegorias perfumarias enredos superficiais
sambas comerciais marchas de infantarias
cadências de artilharias atropelos de cavalarias
acabaram-se a rebeldia a evolução a revolução
a vanguarda acabou-se o modernismo voltou-se
o conservadorismo o imperialismo o colonialismo
o capitalismo ainda dita as velhas regras da
esvravidão da exploração o liberalismo ainda
controla a vida a morte o sul o norte não
temos saída saúda só ataúde quando temos
dinheiro quando não temos nem existimos
que se foda o mundo inteiro aí jovens com
cabeças de velhos conservadores de senhores
de engenhos feudais de capitães do mato de
capatazes de fazendas de café ou casa grande
de burgueses medievais de elites pré-históricas
jovens outrora geniais hoje destilam preconceitos
ódios pensamentos monstruosos fundamentalisras
de igrejas construídas em cima de depósitos de ossos
BH, 0110702025: Publicado: BH, 0180802025.
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