segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Patagônia, 1155, 1; BH, 01901202011; Publicado: BH, 01201102012.

Aninhei meu muso nenúfar em meu colo no
Meu regaço nibelungo sem os anéis de
Saturno dormiu de boca semiaberta a
Arfar levemente ao reverberar o zumbido
Do sono elfo das profundezas Cérbero dos
Subterrâneos mereço tal riqueza? meu
Fauno ajeita-se em mim a bela cabeça
Em meu peito dorme toda formatura
São de ossos desenhados nos mármores mais
Bem classificados por Michelangelo a pele
É de puro marfim não durmo para não acordar
Minha pedra rara não sonho para não ter o
Pesadelo de não vê-lo aqui a envolver-me
Possessivo adivinho suas intenções quando
Não murmura ou sussurra regato riacho a
Descer uma serra sem pressa quando não
Meu girino sacode-se tenho que realizar
Desejos ânsias não posso mover-me
Passivo rememoro nas lembranças
Recordações nas memórias os motivos que
Não me levaram a consagrá-lo aos deuses
Conhecidos desconhecidos com fiéis sem
Fiéis aos deuses nus aos vestidos fiz
Orações rezas oblações fiz beberagens
Reverências confidências mas o meu único
Reverendo continua perdido em seu ninho a
Chocar-me como se quisesse gerar filhotes
Arrulha como um arroio que passeia pelos
Bosques fecho-lhe a boca mas não devo é
Por ali que vive respira, é por ele que
Vivo ou vegeto não sei bem o que sei quem
Sabe tudo é ele que não sabe nada um ser
Abstrato uma poesia concreta uma chuva
Oblíqua uma nau mas infeliz que se for
Para o mar não volta se não voltar para
Mim nunca será no mar manhã

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