sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Patagônia, 927, 28; BH, 0801202011; Publicado: BH, 0201102012.

Sem agonia amigo disse-me uma
Voz vinda das paredes dos mais
Nobres paredões das montanhas de
Mármore de Carrara fechei os olhos
Tentei identificar pelo timbre
Do ciciar do sussurro misturado
Com o ar quedei petrificado
Outra mais parecida a um assobio
De pássaro sem angústia amigo
Quem são essas vozes murmurantes?
Lá no fundo ouço como se alguém
Estivesse a aprender a falar pela
Primeira vez sem ânsia amigo
Pronto agora não descubro mesmo
Inda mais com todas essas sombras
A cobrir os espaços de léguas de
Léguas de noites sem pânico
Amigo aqui onde estás é o
Subterrâneo dos que querem galgar
Os abismos ouvir um arfar de
Respiração como se alguém pela
Primeira vez aprendesse a arfar
A respirar assustei-me em silêncio
De choques intergalácticos de
Vendavais de tempestades solares
Uma leve névoa então esquivou-se
Numa frincha imperceptível à
Luz despendida das estrelas errantes
Sem medo amigo todos somos teus
Preferidos poetas a ditar a ti
As poesias esquecidas nos marfins
Somos todas almas poetisas de profetisas
Sagradas com nossos poemas imortais
Olhei para atrás lá vinha o dia a
Galopar trigais os campos de milharais
Não acordei nunca mais

Nenhum comentário:

Postar um comentário