Vinde a mim ó mestres das letras
Das palavras magos sacerdotes
Papas dos vocábulos das expressões
Idiomáticas chaveiros dos portais
Dos mananciais das luzes da sabedoria
Vinde a mim ai pássaro sombrio bruxo
Que voas nas noites mais escuras o
Quê procuras em mim? vinde a mim
Meninos de rua mendigos de todas
As esquinas pobres que são proibido
De entrar nas igrejas vinde a mim
Ó deuses que não encontrais
Altares no meio da opulência
Da volúpia da luxúria vinde a
Mim todos os fiéis sem deuses
Santos sem milagres bacantes sem
Baco beberei do vinho da uva
Sagrada comerei da carne
Do carneiro mais nobre a parte
Mais tenra assada em fogo brando
Beberei do leite integral das ovelhas
Vinde a mim ó rebanhos atormentados
Guardarei no aprisco a melhor
Lã tosquiada dos melhores cordeiros
Silêncio não quero ouvir balidos
É madrugada de noite alta
Não quero ouvir latidos de cães
Caçadores a farejar as presas
Nas correntes de ar fechais as
Portas os portais os portões
Abrais as janelas dos casarões
Dos castelos das virgens castelãs
Pisais nos chãos com as solas dos
Vossos pés amparais as lamparinas
Adiante dos caminhos adiante
A jornada da peregrinação é longa
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