sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Patagônia, 927, 18; BH, 070902011; Publicado: BH, 0501002012.

Minha mente vive nas trevas
A latejar num universo de lajedos
Negros na escuridão de rochas
Que formam planetas que não
São iluminados por nenhum
Sol; minha mente de ébano
Da abissínia da parte negra
Da penumbra da sombra escura
Da noite de lua nova na
Obscuridade dos eclipses; minha
Mente escrava dos escravos e
Amarrada nos pelourinhos
Da escravidão, luz negra da
História; minha mente
Afundada em mar de fundo
Turvo de oceano morto a gerar
Pensamentos mórbidos, insanos,
Habitados por moradores bizarros;
Minha mente de carvão vegetal
E mineral, de hulha, de piche
Para calefação, de borra de café
E de pixé; e de petróleo, desenhos
De grafiti e nanquim em papéis
Carbonos; minha mente saci-pererê,
Negrinho do Pastoreio e São
Benedito; minha mente subterrânea,
Fantasmagórica, sem nenhum corpo
E sem cabeça; postada no cepo,
Espera o braço do carrasco e a
Primeira bicada do abutre, que
Observa do alto do penedo, a
Hora do sobrevoo para reconhecer
A carne no jardim do Éden, depois
Da expulsão de Adão e Eva; minha
Mente daninha rumina sozinha.

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