Minha mente vive nas trevas
A latejar num universo de lajedos
Negros na escuridão de rochas
Que formam planetas que não
São iluminados por nenhum
Sol minha mente de ébano
Da abissínia da parte negra
Da penumbra da sombra escura
Da noite de lua nova na
Obscuridade dos eclipses minha
Mente escrava dos escravos
Amarrada nos pelourinhos
Da escravidão luz negra da
História minha mente
Afundada em mar de fundo
Turvo de oceano morto a gerar
Pensamentos mórbidos insanos
Habitados por moradores bizarros
Minha mente de carvão vegetal
Mineral de hulha, de piche
Para calefação de borra de café
De pixé de petróleo desenho
De grafite nanquim em papéis
Carbonos minha mente saci-pererê
Negrinho do Pastoreio São
Benedito minha mente subterrânea
Fantasmagórica sem nenhum corpo
Sem cabeça postada no cepo
Espera o braço do carrasco a
Primeira bicada do abutre que
Observa do alto do penedo a
Hora do sobrevoo para reconhecer
A carne no jardim do Éden depois
Da expulsão de Adão Eva minha
Mente daninha rumina sozinha
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