Ouviste os sons dos caramujos ouças para
Sentires os teus próprios sons as lesmas
Fazem ruídos as células cantam
Em serenatas todos os seres pulsam
Reverberam-se em sintonias
Inexplicáveis em poderes em
Harmonias com outros mas se não
Quiseres ouvir ouças os teus sussurros
Os teus murmúrios de fonte de
Encosta de regato que desce da
Vereda de cachoeira que dorme
Faz sonhar quem a admira
Em minha vida teve um riacho
Teve gameleira cajueiro imbuzeiro
Jaqueira teve tantas riquezas em minha
Vida que se as contasse contaria
Contaria jamais chegaria ao fim
Mata? também teve mata esta
Vida de mateiro matuto vida besta
De quem gosta de quem sabe de
Quem quer a natureza que cerca
O universo ouviste os sons do amanhecer?
São tantos silêncios tantos ecos de reais
Equalizações que não querem ter fim
Ouviste as orações das almas escravas
Dos espíritos cativos? todos oram
Em silêncio em comunhão com
Os deuses que descem dos
Montes para os escutar é um
Coro só a dar graças a dar
Glórias a abrir barreiras clareiras
À luz do dia com todos os seus
Sinais de vida todas as suas resistências
Para não serem decepadas nos paredões
Das chapadas das terras santas
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