domingo, 23 de junho de 2019

Sinto-me como a almanjarra apertada pela peça da atafona; BH, 0220702000; Publicado: BH, 0230602019.

Sinto-me como a almanjarra apertada pela peça da atafona
E uma arrochadora que sofre mais ainda com a arrochadura 
N'alma e se disser que o aperto no peito passa dum dia para
Outro todos sabereis que estou a mentir e mais arrochador é
O meu sofrimento que toda a desgraça conhecida pela 
Humanidade e estou mais perdido que arrocheiro e não tenho
O destino do arrieiro e nem tenho a guia do almocreve e sou
Um cavalo que o arrocinador não consegue domar ou tirar 
As manhas e preparar para todo o serviço e ninguém
Consegue arrocinar-me ou armar para mim uma tenda ou 
Cobrir-me de afeto e carinho ou amor e defender-me com 
Unhas e dentes como se fosse uma joia rara de muito valor
Ou uma obra de arte de preço inestimável ou uma obra-prima 
E preciso que algo venha arrodelar-me com um amortecedor 
De forma de rodela para prender-me ao chão e impedir
Que caia aos pedaços com a trepidação e a fugir pelo orifício 
No remate da tarrafa ou a fugir pelo arrofo da arrogação 
Como se fosse proprietário da própria vida e quando se é e é
O arrogador da própria morte que não deixa-me destemido e
Se falo em vida perco a coragem e se falo em morte fico com
Medo e não fico arrojado em enfrentar o destino e todo o meu
Ser é precipitado e o espírito imprudente e meu rosto não é de
Ousado e não ando como um audaz e piso como se pisasse 
Em ovos e falo para não ser chamado de arriscado e
Demonstro que nada tenho de atrevido ou de destemido e 
Mesmo quando estou a beber há várias horas porém quem 
Olha-me pensa que sou um homem temerário e de aspecto
Arrojadiço e como engano as pessoas que não passo dum 
Anjo e sou um mineral do grupo magnesita do nome do 
Engenheiro brasileiro Arrojado Lisboa pois sou só esta pedra
Arrojadita e este cascalho bruto arrojador e arrotador que só
Sabe magoar os pés de quem pisa descalço e todo
Abandonamento que demonstro é o que se chama de desprezo
Do arrojamento e nem galinha foge de mim e o vento num 
Arrojão ou num empurrão violento leva-me de rojo ao chão e
Como se fosse uma palha ou uma moinha na poeira do 
Quintal e agora para arrojeitar a minha ignorância e para 
Arremessar para longe com o arrojeito a minha obtusidade e
Obscuridade dentro da cabeça só a esfacelar o meu crânio
Com um pau de fumo grosso para arremessar em todas as 
Direções os miolos e as migalhas do cérebro insano e sem
Utilidade adequada e por onde estiver a esvair em sangue 
Não deixar o arrolhador tentar impedir com o seu 
Arrolhamento que o sangue venha fluir e deixeis só o
Arrolador fazer o inventário do resto mortal que sobrou e 
Que seja esquecido num canto para adormecer crianças 
Como um arrolo ou uma verga debaixo duma 
Marquise ou um lugar debaixo dum viaduto e tudo terminará
Bem e quando acordar não sentirei mais nem o efeito da 
Cola e nem a depressão do crack e só o abandono do
    Esquecimento e a solidão interior que devora-me a alma.   

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