pois já nascem mortas nas nossas bocas
e
não temos o poder de ressuscitá-las nas
nossas línguas de víboras venenosas
e é
por isso que não damos ouvidos ao que
foi dito ou damos ouvidos de mercadores
ou nos fazemos de ouvidos olvidos
e as
palavras caem ao léu
e as letras no beleleu
e a língua já morreu
e o idioma não viveu
e a expressão idiomática não sobreviveu
e hoje somos mudos
e surdos
e cegos nos
nossos absurdos pois não precisamos mais
dos sentidos
e nem das sensações
e muito
me3nos das emoções
e abelhas perdemos os
ferrões
e as direções
e zangões zumbis
voamos com asas de ícaros pregadas com
ceras
e são voos sem instrumentos às
cegas
e damos de caras
e faces
e bocas
com os obstáculos
e nem sabemos mais
como voltar a nós mesmos
e nem nos
conhecemos mais
e ditam tudo por nós
e
de acordo com o que temos
ou com o que
não temos
somos condenados aos céus
ou
aos infernos
mas não de acordo com as
nossas vontades mas sim de acordo com os
donos
das nossas vontades
que não somos nós
BH, 0230302023; Publicado: BH,0110402023.
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