Na Orla da Lagoa da Pampulha a bicicletar
Quem diz que consigo com tanta natureza
Para olhar? um dia é um bando de marias-pretas
Que desde menino não via noutro um grupo
De sabiás a atravessar com imponência a
Ciclovia uma família de capivaras pai
Mãe quatro filhotinhos a posar para
Inúmeros celulares olhos arregalados de
Bicicletas paradas tantas vezes passo
Pela Igrejinha de São Francisco tantas
Vezes reverencio o Oscar o Portinari as
Lamentações ficam por conta de lugar tão consagrado
Ao mesmo tempo tão desprezado desrespeitado
Cercado de lixo água podre por todo lado
Fora motoristas furiosos que irrompem
Contra os ciclistas jogam suas sacolas com
Resíduos pelas janelas dos carros do asfalto
Aos gramados onde brincam os passarinhos
A elegância das garças brancas a graça dos
Marrecos a indiferença dos urubus por nós?
Os bem-te-vi altivos meninos bem que os vi
As meninas a bicicletarem passam por mim
Velozes pois vou bem devagar para nada
Perder nem deixar de absorver até as de
Patins esvoaçam diante de mim ai que
Alegria mirim se pudesse só viver assim a
Orlar pela Lagoa da Pampulha a bicicletar
Como se estivesse na infância uma eterna
Criança a correr atrás das borboletas a
Subir nos altares das árvores como se o dia
Nunca mais fosse acabar chego a atrapalhar
Os velozes ciclistas que pedem licença por
Favor ou à moça que diz atrás de mim moço deixa
Eu passar chego para o lado digo queira desculpar
Lindo. Adorei o verbo orlar.
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