Sordidamente sem surdinar como um alguém que rouba
Numa madrugada escura sem a luz do luar quando
Só as sombras habitam a terra o silêncio fere os
Ouvidos sensíveis as névoas dão um toque de terror
Terráqueo a neblina faz monstros nas colinas o
Sereno tem cheiro de veneno o orvalho deixa
Marcas de pés nos assoalhos alguém assoa o nariz
Entupido de trombone de vara trompete abafado ou
Saxofone desafinado cospe grosso de lado arrasta
Os pés pesados nas pedras das estradas magoa os
Calcanhares calcados tropeça trôpego bêbado na
Poeira enquanto o vento açoita o paletó puído
Rasga-lhe as restos das vestes dos vestidos dos
Fatos velhos de outrora para espantalho na sétima
Encruzilhada roga uma praga ao nada faz um
Desprezo de indiferente numa postura de cadáver
Indigente para passar uma atitude de espírito
Inabalável nada foi dito com tudo inaudito
Contudo pensava que dizia-se algo com boca de
Homem provérbio sentença augúrio epitáfio
Sonho dum delírio de pesadelo tremens
Surrealista na face do rosto do artista no mármore
Mais nobre de Carrara na faceta do diamante
Lapidado no caos da quebra do átomo eterno
Postou-se na mesa da pedra mais preciosa o
Banquete dos fantasmas no festim dos ectoplasmas
Na orgia das assombrações na bacanal sobrenatural
Dos prisioneiros acorrentados nas cavernas das
Catacumbas mentais ecos de ais lamúrias
Lamentações dispersões digressões alucinações
Sordidamente amanheceu uma manhã onde não
Conheceu-se o dia que nascia na palma da mão
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