O poeta como não é nada sempre pede
Para si alguma coisa uma gota d'água ao
Oceano uma pedra à uma pedreira um
Grão de areia a uma duna ser ineficiente
Quer ser eficiente, na construção de
Pirâmides morros montanhas cordilheiras
Muralhas cego gosta de olhar as coisas
Bem de longe de preferência do infinito é
Invisível imperceptível anônimo alheio
Faz de tudo para chamar a atenção do
Semelhante reverência aos ventos falas
Com as estrelas encanta-se com cantos de
Grilos coaxar de sapos casas adormecidas
Ruas desertas bater de asas de borboletas
Joaninhas gafanhotos esperanças passa
Horas a observar calangos urubus
Gaviões em voos deslocamentos de
Nuvens caçador de eclipses mistérios
Sigilos nunca revela o que encontra
Quando revela mente na fonte na semente
Na célula salvador de besouros endeusa
Louva a deus encena louvações à
Libélula foge das gentes das coisas
Das gentes para as coisas das aparições
Das assombrações fantasmagóricas
Teimoso não faz orações nem se declara
Ateu esconde-se de cruzes nas encruzilhadas
De igrejas nas esquinas refugia-se em
Cemitérios obituários ossários sepulcros
Esquisito estranho detesta tudo que gostam
Gosta de tudo que detestam arredio engole
A própria língua só fala as palavras que não
Possuem letras ou que só os mortos entendem
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