segunda-feira, 1 de agosto de 2022

quando olhei o céu

quando olhei o céu
o céu não estava no lugar
o primeiro céu que vi
já havia saído
e agora era um segundo céu
ou o terceiro
pois não sei bem dizer
quantos são os céus
que a humanidade vê
desde que o primeiro ser humano
passou a ser designado ser humano
e talvez este céu
seja até o bilionésimo infinito céu
e desde antes do ser da raça humana
ser batizado de ser raça humana
e olho este céu
e não sou nada
e fico a marretar
nessas bigornas infinitas
dessas forjas de fornalhas solares
de minérios
e de rochas
e de materiais desconhecidos
e dos quais são feitos as naves
que vencem o tempo real
dimensional à velocidade inexistente
e da luz elevada ao quadrado
e depois ao cubo potencial

BH, 0601002021; Publicado: BH, 01º0802022.

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