ansioso como um depressivo todo mundo
fala que sou muito agressivo arredio turrão
obsessivo todo mundo fala muitas coisas até
mesmo as coisas que não deveria falar só
escuto surdo cego mudo de luto eternamente
de luto pela morte da civilização da raça
humana do ser humano da humanidade o
humanismo morreu matou deus o substituiu
pelo dinheiro deixou de lado o amor aboliu a
paz riu do meu desespero não faz mal vou
para o meu canteiro me plantarei no terreiro
regarei a semente no terreno pode ser que
nasça sereno uma flor com pétalas de
orvalho ou um carvalho com tronco de
orgulho de ser o último baluarte derradeiro
panteão da arte o totem do esplendor faquir
dentro do esquife de vidro a fazer todo mundo
rir que é melhor do que chorar quem sabe um
dia chego lá volto ao meu berço africano de
preto brilhoso de negro gostoso de porte bonito
de forte fogoso rico em proteínas de ossos de
ouro de membros de marfim de dentes de clara
platina sou um preto assim do tamanho da mãe
áfrica o que ninguém é tenho orgulho ambição
inveja de mim por ser assim do jeito que sou o que ninguém é nem quer ser ou fazer com que
todos vão para o inferno sem mim não sairei
do meu céu que continuará numa folha de papel
BH, 0170602025; Publicado: BH, 0240902025.
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