vou sair dos cantos das paredes dos recantos
dos muros
vou cantar encantado embalado pela liberdade
quem não quiser ouvir meu canto que tampe os
ouvidos rompas os tímpanos cortes as orelhas
igual van gohg cortou a dele vou soltar a voz
nas estradas como milton nascimento deixes de
lamento agora é canto à alegria com cantoria
com poesia com cantatas de bach pois até
podemos viver sem pão sem vinho porém sem
a música de bach ninguém vive não espanei
entào de minh'alma os grãos sacudi das minhas
costas as dunas as poeiras as caspas lêndeas
carrapichos rabichos muquiranas percevejos os carrepatos os chatos as moscas os mosquitos
as muriçocas os pernilongos os zumbidos dos
ouvidos os zunidos das trompas das bigornas
dos martelos das foices dos chinelos
arrastados nos assoalhos tudo límpido agora
tudo clareza beleza música sacra barroca
gregoriana gótica divina de paz de perdão de
amor no coração nada de religião de malafaia
cristão doutras companhias malignas renovei a
voz com conhaque com limão sal bicarbonato
de sódio posso subir ao pódio cantar uma ária
duma ópera na solidão
BH, 040702025; Publicado: BH, 030902025.
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