sempre os mesmos por mais máquinas ou
tecnologias naves foguetes nunca sairemos
do lugar comum não iremos nunca a lugar
nenhum a nossa herança o nosso legado às
novas gerações serão dunas abandonadas
desertos intermináveis ruínas destruições
tições cal carvões sal areias cinzas fumaças
simulacros cidades fantasmas esqueletos
enegrecidos caveiras fossilizadas em lavas
ossos moídos calabouços opacos petrificados
arcabouços mofados sucatas perenizadas
carcaças fenecidas ou ferros-velhos entulhos
nem gramas nem relvas capins-coloniões
nascerão aonde passar nosso coração as
pisadas as pegadas serão só em carne viva
como nos tempos incandecentes da pré-história
não posso acompanhar o ritmo frenético da
turba em fuga pois quem está sempre por
baixo por fora por menos ou sem ninguém
sem amor ninguém conhece o ninguém ou o
ama nem é considerado como um velho
amigo ou velho amor por ter como sempre o
mesmo rosto a mesma cara o mesmo pesado
semblante inalterada a mesma face trifásica
que não é oculta nem moldada por esboços
estéticos bisturis remendos enxertos sempre
o mesmo ser obsoleto o espírito obtuso alma
na sombra obscura vulto na penumbra suja
a fantasia do fantasma fantástico o disfarce
falso do alce a pele do cordeiro em cima do
lobo a do bode no carneiro a da raposa na
ovelha a correr da luta a perder a fé o sonho
a esperança de nunca alcançar o que move
desespero de pesadelo ouve à toda hora na
esquina tens algum dinheiro se tiveres levas
o que queres compras até o mundo inteiro
BH, 01⁰0702025; Publicado: BH, 0170902025.
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